Cap 36 || Namorados

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Eu arrumava minhas roupas na mala para voltar para casa amanhã. Não via a hora de voltar.

- Certeza que seus pais não vão ficar bravos? - Lucas insistia.

- Claro, Lucas. Eles nunca ficaram bravos comigo. - Respondi.

- Mas eles podem não gostar de mim, né. Porque se olhar bem, eu estou praticamente te expulsando de casa grávida.

- Lucas, vai dar tudo certo. - Disse sorrindo.

- Mas você tem certeza que quer mesmo ir? - Lucas questionou e eu o olhei.

- Você não quer que eu vá? - Perguntei o olhando, eu estava sentada no chão e ele em pé na porta.

- É que eu tava pensando. - Ele disse e sentou na cama na minha frente. - Se você quisesse, você poderia ficar, aí eu ajudo você com a gravidez. Você tá aprendendo a andar sozinha, eu te ensino a dirigir e eu vou ser um pai presente.

- Mas a gente vai ficar empatando a vida um do outro. Você não chama suas namoradinhas quando eu tô aqui. - Debochei e voltei a atenção para minha mala.

- Mas a gente não precisa ficar com outras pessoas. - Ele disse e eu olhei. - Seria legal.

- Tipo namorados? - Disse trancando o riso.

- Sim. - Ele disse e eu sorri. - Quer dizer... Ah Maria Luiza, você entendeu.

- Você tá me pedindo em namoro?

- Tô pedindo pra você ficar e quem sabe a gente tentar ficar junto. - Ele disse coçando a nuca. - A gente se conhece a tanto tempo e agora vamos ter um filho, acho que tá na hora de tentarmos.

Achei fofinho ele todo sem graça me explicando.

- Tudo bem. - Dei de ombros.

- Só isso? - Ele me olhou desapontado.

- O quê você queria que eu dissesse? Você não foi romântico, não me trouxe nenhuma flor. Quer que eu diga que te amo?

- Eu não sabia que você iria aceitar, por isso não preparei nada. - Ele disse e suas bochechas ficaram vermelhas.

- Tudo bem, acho que desse jeito combina mais com nós. - Respondi.

Ambos estavam sem graça. Desde que conheci o Lucas nunca me imaginei nessa situação com ele, nossa relação sempre foi: Nos encontrarmos em uma festa, brigarmos, ir para casa juntos, passar a noite e no dia seguinte cada um seguir a sua vida.

- A gente pode organizar um lugar para você trabalhar aqui. Pensei em dividir o meu estúdio... - Lucas dizia.

- Ah não, Lucas. Eu aceito tudo que você me propor, mas com uma condição, a gente precisa ir para um lugar maior. Agora que eu vou ficar aqui definitivamente, eu preciso trazer minhas roupas, minhas maquiagens, meus sapatos, todos os meus equipamentos. No mínimo eu vou precisar de um quarto a mais porque aqui vai ser minha nova casa. Sem mencionar que precisamos pensar no quartinho do bebê. - Eu disse de uma vez só.

- A gente podia pensar mais devagar nisso, né.

- Você não vai me enrolar, Lucas. - Disse e ele se sentou no chão próximo a mim.

- Claro que não. - Ele disse e me abraçou. - Agora vamos ser adultos e responsáveis, só preciso de um tempo pra assimilar tudo.

- Engraçado, a Giovana sempre disse que nós íamos acabar juntos.

- Meus amigos também. - Lucas disse e deu um beijo no meu rosto. - Quer ajuda para arrumar essas roupas?

Nesse momento meu celular tocou.

- Quero, mas vou atender meu celular primeiro. - Disse levantando do chão.

- É nesse momento que o seu celular toca e uma merda acontece?

- Seja positivo, Lucas. - Disse vendo minha mãe me ligar. - Oi mãe.

- Oi amor, tenho boas notícias  - mamãe disse empolgada.

- Viu, são boas notícias. - Disse e o Lucas riu enquanto mexia nas minhas roupas. - O quê foi mãe?

- Consegui uma liminar na justiça, aquele Instagram vai precisar apagar todas as postagens sobre você. - Mamãe disse e eu tive certeza que ela estava rindo de felicidade.

- Que bom, mãe, mas eles ainda vão poder falar de mim?

- Por enquanto sim, mas caso eles continuem expondo você, eu entro com uma nova liminar.

- Ok, mãe. Obrigada.

- De nada, meu amor. E o meu netinho?

- Está ótimo, mãe. - Disse acariciando minha barriga.

- Qualquer coisa você me liga, diz para o Lucas que se ele precisar de algo pode me ligar também.

- Obrigada. Tchau, mãe. Te amo.

- Tchau amor. - Ela disse e desligou.

Lucas me olhou curioso.

- O quê foi? - Ele me questionou.

- Minha mãe conseguiu na justiça fazer com que aquele instagranzinho apague tudo que falou de mim. - Disse com desdém.

- Então é um dia cheio de boas notícias.

- Sim. - Sorri.

Idiota - T3ddyWhere stories live. Discover now