Going back to the time of The Beatles

Bati na porta de casa de Lucille três vezes, nenhuma resposta. Não podia esperar, abri a porta e corri escada acima, encontrando-a no ultimo degrau, estava com seu cabelo loiro preso em um rabo de cavalo e olhar confuso.

— Caramba! O que houve de tão urgente que não posso demorar três segundos para abrir a porta?

— Lucy, você não vai acreditar no que vi a venda!— Digo

Ela levantou a sobrancelha para que eu continuasse.

— Adivinhe — Eu disse.

— Hum... Dê uma dica — Ela disse com olhar entediado.

— É só o que mais sonhamos a vida inteira.

— Espere... Está falando sério?! Clara, isso é loucura.

— E por que eu brincaria com isso? — Eu disse, entregando-lhe um folheto. — Vamos!

Puxo a manga de sua blusa e descemos as escadas rapidamente, saímos na rua e aponto para o local.

Ao chegarmos, um homem baixo se aproxima e diz:

— O que desejam comprar senhoritas?

— Quanto custa uma daquelas? — Aponto para uma máquina.

Ele se espanta ao ver que queríamos comprar aquilo, talvez pelo preço, ou não.

— Bem, já que vocês são umas das minhas primeiras clientes, farei um preço bom — Ele me entrega uma folha e engasgo ao ver o preço.

Ficamos em silêncio e penso em desistir daquilo e tentar aquele sonho mais tarde, até que Lucy quebra o silêncio dizendo confiante:

— Vamos comprar.

— Não acredito que gastamos toda a nossa economia em uma máquina do tempo — Penso alto.

— Ah, qual é? É o que sempre quisemos, não é? Ter uma máquina do tempo, voltar para a época boa, a época Beatles! É como um sonho... — Diz Lucy, com olhos brilhantes.

— Certo, é mesmo, mas...

— Sem “mas”, vamos ver como essa coisa funciona. — Ela caminha até a máquina e observa os botões.

— Lucy, não acho uma boa ideia, espere o técnico chegar — Eu aviso, antes que ela faça algo errado.

— Relaxe, venha aqui, é como brinquedo de criança.

— Olha, se você quebrar, eu juro que...

— Eu não vou quebrar! — Ela bate o punho em uma alavanca e tudo começa a escurecer, o motor da máquina começa a funcionar.

Sentimos que estávamos sendo puxadas pelo relógio, barulhos estranhos surgiam em nossa mente, até que não estamos mais no nosso século.