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"Eu continuo desejando, desejando você
Você não sabe, mas é verdade
Não consigo fazer minha boca dizer as palavras
Que quero dizer a você
Isso é típico do amor
Não posso mais esperar
Não vou esperar, eu preciso te dizer como me sinto
Quando nos vejo juntos para sempre"
|Imagination, Shawn Mendes|

Rhydian Sullivan

Ela não precisava saber nem aqui, muito menos em Marte.

Mas eu adorava ouvir a sua voz. Pedir para ela ler para mim foi como uma desculpa do destino para me fazer ouvir a voz dela. Eu estava indo para a cozinha pegar salgadinhos e vi ela no sofá, com uma feição angelical e perfeita, bebendo um vinho. E imediatamente, o meu corpo desejou ouvir a voz dela.

Eu não sabia que ela gostava de ler. Nunca sequer imaginei. Mas foi bom saber, porque agora eu tinha uma desculpa para falar com ela e outra para ouvir a sua voz.

Era como se o universo estivesse ao meu favor.

Nunca fui o tipo que gosta de ler ou que estava por dentro de conteúdos literários, mas agora, sabendo que ela ama ler, eu faria um enorme esforço para saber de tudo. Desde a adolescência, Faith mudou muito. Não só os cabelos que antes eram castanhos e agora eram rosa, mas os gostos, jeito e personalidade. Faith era uma garota estressada, mandona, não engolia desaforos e era completamente introvertida. Agora, Fai era antissocial, meiga, sensível e quanto mais invisível ela pudesse estar, melhor seria. E se bem entendo de pessoas, para essa mudança radical ter acontecido, algum motivo teria.

Eu gostava da Faith de antes. A mesma Faith que na adolescência, me deu um soco no olho, a mesma que furou o pneu do meu carro. Mas essa de agora, não me agradava quanto a outra. Eu admirava essa atual porque de longe, enxergava que ela havia se tornado uma pessoa forte. Gosto dessa Fai atual, mas sinto falta da antiga.

Se fosse antigamente, Faith xingaria todos os nomes possíveis e não leria para mim. Ou em uma hipótese mais gentil, ela jogaria o livro na minha cara e diria para eu ler, já que não sou cego e sou alfabetizado. Mas me surpreendi quando ela começou a ler para mim. E confesso, eu amei muito isso.

— Em que mundo você está? — Gray balançou a mão na minha frente, chamando a minha atenção.

Pisquei, levando minha atenção até ele.

— No mesmo que o seu.

— Eu acho que não — Simmon comentou, me observando milimetricamente.

— O nome disso é mulher — Damon disse, sorrindo como se soubesse em quem meus pensamentos estavam.

E eu não duvidava de que esse porra soubesse.

— Conhecemos ela? — Gray perguntou, efetivamente interessado.

Os amigos do Grayson eram legais. E agora, eram meus amigos também. Eu os conhecia de antes, quando vim para os Estados Unidos visitar o Gray e agora, morando aqui oficialmente, eles também eram os meus amigos. Enquanto Simmon era o partido ideal para uma mulher, sonhador, cavalheiro e o tipo de príncipe ideal, da paz e quando queríamos rolar nos socos, Simmon estava apaziguando a situação. Damon era o mulherengo. Ele era o tipo que pegava uma mulher e no segundo seguinte, tinha pego toda a geração feminina dela. Damon era o que partia para os socos antes de saber o motivo da treta. Gray era o sarcástico, o tipo malvado e apaixonante. Preferia um lance exclusivo e seduzia com um sorriso. E eu, era o ruivo alto, observador e que era gentil com todos.

Éramos completamente diferentes e de algum jeito, nos complementamos.

— Não é isso — neguei. — Nada de mulher.

FALLING FOR LOVE #1Where stories live. Discover now