CAPÍTULO 3: ONDE A SÚBITA IDEIA DE ANARQUIA NASCE

28 3 8
                                    

De repente Norman deixa de devagar em suas memórias quando o professor de literatura chama seu nome, Norman fica nervoso de imediato, pois não gosta de exposições, mesmo que sejam mínimas.

Ao retorna seu foco ao presente, Norman percebe que seu professor está formando duplas para um trabalho de literatura, onde eles teriam que fazer uma apresentação sobre grandes anarquias e revoluções na história se baseando em um livro.

Norman fica animado e receoso ao mesmo tempo, a ideia de fazer um trabalho e apresentá-lo para uma turma cheia não era de seu fétil, mas por outro lado Norman adorava história e geopolítica.

Seu professor aleatoriamente então decidi a dupla de Norman, que será com Mindy, Norman vira sua cabeça por todos os lados procurando por tal Mindy, no qual nunca tinha ouvido falar antes, quando seus olhos a encontram, Norman ergue suas sobrancelhas e diversos pensamentos acelerados passam por sua mente.

Mindy é uma garota alta, magra, não é a garota mais bonita de todas, mas sua pele pálida e seu cabelo ondulado castanho, agradam Norman, ele nunca tinha visto-a antes, ela lentamente retribui o olhar, e ao fazer, Norman rapidamente se vira para a frente, meio desconcertado.

Minutos depois o sinal toca e já é o fim das aulas, já está escurecendo e Norman, ja está pensando sobre oque falaria neste trabalho, nos corredores, ele vê Mindy e pensa em ir falar com ela sobre o trabalho, mas seu nervosismo e fobia social não permitem, ele começa a ficar ansioso, e pensar em mil maneiras de como poderia fazer tudo dar completamente errado e passar vergonha na frente dela.

Mindy percebe os olhares de Norman e decidi ir falar com ele, ele desajeitado tenta enfiar sua cara no armário, mas Mindy com seu olhar desafiador faz com que Norman se vira-se a ela.

-oi? Tudo... bem?....

- ah- ah si-sim sim, é que tinha um cheiro estranho no meu armário sabe....não que eu não limpe ele.... Eu até limpo, mas vai que né e também está tendo muito mofo por conta da umidade e.... Desculpa.. melhor eu calar a boca

Mindy encara Norman com um olhar confuso

- ok?....bom, sobre o trabalho, vamos fazer na sua casa, beleza? E tá aqui meu número, só me mandar seu endereço, não preciso levar nada né? Você deve ter internet eu acho, enfim, é isso.

Mindy rapidamente sai andando, Norman olha o pedaço de papel em suas mãos com um número de uma garota e fica bem contente, apesar da situação constrangedora, o número de uma garota é uma grande conquista para ele

Pelos corredores, Norman vê tudo lentamente se encerrando, portas fechando, pessoas indo embora, e novamente se reflete aquele pensamento de um sistema falho, repetitivo e interminável, onde se perpétua apenas coisas ruins em sua maioria

Na porta principal, Norman pega sua bicicleta e vai andando até a estrada, ele vê pessoas com carros super modernos, pessoas interagindo e rindo, aquilo fazia Norman sentir um vazio, parte por não ter aquilo e parte por não achar nada daquilo real

(Playlist song - tumbling lights the acid)

Na estrada, Norman ver o pôr do sol, ruas vazias e um tempo frio, Norman estava acostumado com a morbidez de onde morava, mas aquela sensação sempre o pegava.

Bem próximo a uma parte com mais vegetação se encontra a casa de Norman, uma casa simples, com nenhum vizinho próximo, ele se aproxima e logo seu cachorro piuque se aproxima muito animado, Norman desce da bike e dá um abraço em seu cachorro e um sorriso, ao chegar em casa, sua mãe não está, pois trabalha até tarde, Norman prepara sua refeição e a janta para sua mãe, pois ele sabe como ela chega cansada, trabalhar em dois empregos não é fácil.

Seu pai desapareceu quando Norman era criança, Norman lembra que seu pai falava sobre eles irem morar numa cabana isolada da cidade, em um lugar bem tranquilo e bonito na floresta, provavelmente seu pai está morto, mas Norman gosta de acreditar que ele está nessa cabana, esperando por ele e sua mãe.

Após preparar tudo e tomar banho, Norman chega em seu quarto, ele é bem grande e bem bagunçado, mas para Norman não, com pôsteres de filmes antigos e uma pilha de livros sobre tecnologia e programação, Norman senta em sua cadeira e começa a usar seu computador.

Seu wallpaper de watch dogs já indica sua natureza hacker de princípio, afinal esse é seu jogo favorito, Norman abre então alguns fóruns onde se encontra com outros hackers pra falar sobre o assunto, neste lugar em sua maior parte é onde Norman se sente confortável e pertencente, porém nada lá é palpável, porque todos ali com avatares fakes e 568 proteções firewall contra hacking, deixava tudo aquilo bem distante.

Mais tarde sua mãe chega, muito cansada e cheia de dores, Norman sempre desce do seu quarto para ir conversar com ela, pois esse é um dos únicos momentos onde estão juntos no dia

Ela como sempre reclama do chefe e do trabalho, e que não tem o suficiente para as contas, Norman sempre que escuta isso, sente uma sensação muito forte em ajudar, mas se sente impotente por não saber como, ele se inscreveu em alguns programas que dão possibilidade de ganhar dinheiro achando vulnerabilidade em softwares com hacking, mas Norman não se achava bom o suficiente para entrar, sua mãe tinha muito orgulho dele, pois ele fazia muito bem, a única coisa que ela gostaria que ele fizesse, que é estudar.

Chega então a hora de dormir, Norman usa o seu computador até não suportar mais o sono e então se prepara para dormir, sempre preste a dormir Norman pensa bastante sobre tudo, e pensa sobre seu lugar no mundo.

E então ele dorme....

 ̶I̶N̶JUSTIÇAWhere stories live. Discover now