Com amor, Dominik - 4° da Série MBCD (Completo)

15'

Vi minha amiga sorrir tranquila dessa vez, parecendo orgulhosa.

— Sabe, vocês dois formam um casal bonito. Parece que se completam em tudo, não acha? — Falou, colocando mais calda de morango no sorvete de baunilha.

— Ela é uma ótima amiga. Nos entendemos bem. — Respondo automático, sentindo meu rosto esquentar. Aquele beijo na pista de dança não tinha nada de amigável.

— Amigos não se beijam como eu vi no vídeo de vocês no jardim. — Retrucou na hora.

— Você assistiu aquilo?! — Pisquei sem acreditar.

— Dom, metade do país assistiu. Passou até na televisão. — Disse como se fosse óbvio.

Soltei um suspiro. Claro que iria passar na televisão, a banda estava crescendo cada vez mais e qualquer coisa era motivo de tempestade. 

Ontem publicaram que eu tenho até um filho escondido na Itália.

— Vão mesmo pegar pesado nessa entrevista, né? Querem saber de tudo. — Foi mais uma pergunta pra mim mesmo. 

— Não fuja do assunto, Dominik. — Kali fala, parecendo uma ameaça. — Sei que ainda estão no começo de uma amizade e se conhecendo, mas não pode negar o quanto a Zoe é maravilhosa.

— Ela é sim, jamais negaria isso. É uma das pessoas mais incríveis que já pude conhecer. Tem o sorriso mais bonito do mundo e me faz rir sempre. Me entende como ninguém... — Comecei a falar, divagando.

— E está sempre arrumada pra um encontro. — Minha amiga me cutucou, dando aquele sorriso exatamente igual ao do Connor.

De canto e atrevido, como se tivesse milhões de planos malvados.

Quando percebi o tanto de elogios que estava distribuindo pra minha namorada falsa, tive que pensar rápido para reverter a situação. Ajeitei meu óculos no rosto e respirei fundo.

— Encontro? Do que está falando? — Continuei agindo normalmente.

— Que você deveria chamar a Zoe pra sair. Como amigos, claro. — Connor retornou, ainda de olho em Sol, que estava na piscina.

— Se for como amigos, posso pensar nisso. Amigos saem juntos, não é? — Levantei do sofá, indo me arrumar pra entrevista. Não queria discutir aquele assunto ainda.

— Sim, exatamente. Um lugar tranquilo, pra vocês conversarem sobre livros. Vai ser bom! — Kali opinou, piscando os olhos sem parar. Muito estranho.

Acenei em confirmação e segui pro meu quarto, sem querer me atrasar. Enviei uma mensagem pra Zoe, avisando que já estava me arrumando. 

Foi quando ela me mandou uma foto da roupa dela e fiquei uns dez minutos admirando.

A entrada pro estúdio de gravação da Laura Clarke estava lotada. Como era ao vivo, muita gente marcou presença na fila desde essa manhã. 

Me fez sentir como se eu estivesse super atrasado, mas não estava. Ainda faltava trinta minutos pro programa começar e os técnicos corriam por todo lado.

— Você parece que vai desmaiar. — Zoe notou, como eu esperava.

— É a primeira vez que participo de uma entrevista sem os garotos. Normalmente eles falam demais e não preciso ficar respondendo muitas perguntas. Hoje é diferente. — Consegui responder.

Ela deixou o celular de lado e segurou minha mão, atraindo minha atenção.

— Dom, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem. A Laura não vai fazer nenhuma pergunta pra te deixar desconfortável, e se fizer, vou cuidar de tudo. Aquelas pessoas simplesmente te adoram. — Me confortou. Sentei no sofá do camarim e peguei uma grande quantidade de ar.

— Quer sair comigo? — Perguntei de repente. Foi o único momento que a coragem veio.

Zoe arregalou os olhos e abriu a boca, sem saber o que responder.

— Não agora! Não tem como ser agora. Amanhã ou nesse final de semana? Um lugar tranquilo, só pra conversar e tomar um café. O que acha? — Nunca gaguejei tanto na minha vida.

— Eu topo. Esse final de semana tá perfeito pra mim. Duas horas na confeitaria da Shawn, pode ser? É o lugar mais tranquilo que conheço. — Concordou, sorrindo animada.

Soltei o ar, aliviado. Ela havia concordado. Perfeito.

— Linda... — Murmurei. Zoe piscou, sem entender. — Linda ideia. É isso que quis dizer.

— Ah sim, certo. Pensei que estivesse falando que sou linda. — Disse. Um sorriso de canto suave apareceu nos lábios dela, pintados por um tom fraco de rosa.

— Não. Sim. Com certeza você é linda, na verdade, é absurdamente maravilhosa. Mas eu quis dizer que a sua ideia é linda, entendeu? A sua ideia e você também, claro. — Cristo me retire dessa Terra agora.

Zoe começou a rir, segurando meu rosto e me dando um beijo. Sim, por favor. Me beije para sempre afim que eu cale a minha boca. Era impossível não retribuir.

Talvez o títulos de amigos não se encaixasse tanto assim. Não depois disso.

— Dez minutos pra entrada no programa, se preparem. — Stacey bateu na porta, mas não abriu.

Encerramos o beijo e meu rosto esquentou quando vi Zoe ajeitando o cabelo dela, que eu havia bagunçado. Eu com certeza não era assim antes, e não achava um cabelo tão atraente.

— Vamos ensaiar as respostas mais básicas primeiro. — Ela disse, se recompondo. — Quando foi que nos conhecemos?

— Numa festa do Jaaziel, fomos apresentados por ele. — Digo com confiança.

— Quando começamos a namorar? — Continua.

— Faz um ano, antes do casamento do Ben.

— E qual o motivo de ter escondido o namoro por tanto tempo?

— Nós queríamos conhecer um ao outro sem a pressão da mídia e só relevar quando fosse confortável — Respondo por último.

— E que ainda não descobrimos quem tirou a foto. — Zoe completa.

Alguns minutos depois, entramos juntos de mãos dadas no palco do programa.

E eu sinto que com ela ao meu lado, posso enfrentar tudo.

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