- Aproveite. - Minha mãe abriu um sorriso, e meu pai concordou.

Olhei para o relógio, quase no horário marcado, peguei minha bolsa e me despedi, andando em direção ao estresse, eu não sei como ele estaria com o final dos shows, mas de uma coisa eu tenho certeza, o clima entre nós desde a última vez que nos vimos pessoalmente, mesmo ele me pedindo desculpas, a culpa ainda não é cem por cento dele.

Parei o carro na frente do aeroporto, ele não costuma alugar jatos quando os shows são por perto, sai do carro e me encostei na porta do carona, peguei meu celular e olhei para os lados, pelo menos três câmeras, o que é um inferno na terra, sem privacidade e eu não faço a menor ideia de como já estão aqui visto que eu havia estacionado a alguns segundos. Cerca de vinte minutos depois eu avistei uma figura masculina alta, calças de moletom preta, casaco verde de sempre por cima de um moletom também preto, usando capuz e naturalmente com a cabeça levemente baixa, é claro que já percebeu as câmeras.

Não disse uma palavra antes de entrar no carro, me deu um beijo no rosto e abriu a porta de trás para colocar as coisas.

- Desculpe, tivemos uma falha de comunicação, não sei porque não vieram. - Ele se explicou sobre os carros, passou a mão pelo capuz para tirá-lo.

- Não foi um problema, na verdade, me salvou. - Ele suspirou e apoiou a cabeça no encosto do banco.

- Por que?

- Meus pais estão na minha casa, vieram ver o Henry, eu gosto da companhia deles, mas não sou mais acostumada a estar no mesmo lugar, tão perto. - Eu com certeza não soube me explicar.

- Entendo, quando volto para casa da minha mãe, é estranho estar la e não morar mais com ela. - Ele deu uma risada leve. - Eu senti falta...daqui. - Ele pareceu completar com dificuldade.

Não respondi, apenas dei partida no carro. E aconteceu o de sempre, vinte minutos dando voltas no quarteirão para ter certeza de que ninguém estava nos seguindo, e depois estaríamos entrando na garagem dele.

Fiquei observando ele retirar as coisas, eu não faço ideia de como pedir o que vou pedir, mesmo sendo uma coisa quase normal entre nós dois.

- Então, nos vemos amanhã? - Ele abriu um sorriso. - Nossa agenda vai começar de novo. - Deu de ombros.

Ótimo, ele quer ficar sozinho, e eu não tenho como voltar, não depois de ter dito que ficaria aqui.

- Na verdade...eu ia pedir para ficar aqui. - Ele pareceu surpreso, e eu estou desesperada por dentro.

- Ah...tudo bem, vai ser um prazer. - Educado demais para não me mandar embora.

Nós entramos em silêncio, às vezes eu esqueço que parte das minhas coisas estão na casa dele, o que é estranho, mas, ao mesmo tempo, tranquilizador. Ele está exausto, dormir em quartos de hotéis nem sempre é tão bom, no fim do dia não há nada como a nossa cama, eu sei bem disso.

Fiquei observando ele deitado, com os olhos fechados, mas acordado, peguei meu celular e entrei na galeria, eu sempre recebo fotos do dia e as apago, dessa vez são várias do aeroporto, eu não entraria nas redes sociais para ver os comentários, acabaria com a minha noite de sono.

- Será que amanhã podemos ver seu sobrinho? - Ele perguntou, ainda de olhos fechados, franzi o cenho.

- Claro. - Eu nunca entendi a necessidade de dar atenção aos meus irmãos e sobrinhos.

- Ótimo, boa noite. - Em seguida virou o corpo, ficando de costas para mim.

Eu realmente dormi nos últimos dias, Chloe esteve comigo quase o tempo inteiro, então dormir sozinha não foi um problema, encostei a cabeça no travesseiro e aspirei o ar, o perfume dele paira e eu fico repreendendo a minha mente todas as vezes que penso em chegar mais perto do corpo dele.

Don't let me go • Harry StylesWhere stories live. Discover now