51. Tudo bem

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Andrew Pov.
Dois meses depois

Chego em casa um pouco mais tarde hoje, nem acredito que amanhã tenho folga e poderei passar o final de semana inteiro com a minha família.
As coisas estão um pouco corridas por aqui, mas estamos dando conta, afinal como a Meredith gosta sempre de afirmar para todos nós: "somos um time".

Entro e logo avisto a sala, tudo está silencioso e calmo. As luzes estão apagadas, todos devem estar dormindo. Subo as escadas com cautela e quando abro a porta do nosso quarto, Meredith está deitada com as crianças quase caindo da cama para dar mais espaço a elas, que dormem tranquilas, todas abraçados.

-Ei, boa noite.

Eu me aproximo e a Mer me manda fazer silêncio.

-Shiii. Eles acabaram de dormir.

Ela puxa minha mão e me tira do quarto rapidamente. Meredith fecha a porta, me abraça apertado, cheira meu pescoço e beija. Depois de um dia cansativo como o que eu tive, um abraço dela é tudo que eu precisava para me sentir renovado.

-Acho que precisamos de uma cama maior, Mer.

-Precisamos mesmo. Você já comeu alguma coisa?

Ela pergunta ao acariciar meu rosto e passar os dedos por minha sobrancelha para organizar algum fio fora de ordem.

-Ainda não.

Agora ela me olha séria enquanto descemos as escadas e vamos para cozinha.

-Andrew, você sabe que precisa se alimentar direito.

Ultimamente tenho deixado minha alimentação a desejar. Substituir a Meredith no departamento de cirurgia geral tem sido uma loucura, sobretudo por essa fase de avaliação do programa de residência, a qual o Grey Sloan está passando. Acabei me tornando o braço direito da Dra. Bailey e estamos tentando organizar da melhor forma possível essa questão.

-Eu sei, só que acabou o plantão e eu vim correndo pra casa na esperança de pegá-los ainda acordados.

-Vem. Eu faço um sanduíche de peito de peru, especialidade Meredith Grey pra você.

-Eu amo o sanduíche da Meredith Grey.

Ela sorri e beija meu rosto.

-Hoje a Marisol ficou um pouco enjoada depois da medicação. Ela dormiu a tarde toda, mas quando acordou, eu percebi que ela estava muito quietinha e não queria me dizer o que estava sentindo, porque segundo ela, eu não ia deixá-la brincar no quintal. Ela vomitou duas vezes, eu dei o remédio que o oncologista receitou para esses casos e o mal-estar passou.

Ela fala enquanto pega o material para o sanduíche e coloca na mesa. Eu coço a cabeça e minha ansiedade começa a dar sinais novamente. Ultimamente eu tenho me sentido mal por passar tempo demais fora de casa. A Mer tá super bem esses meses, eu achei que ela fosse pirar sem as salas de cirurgias, mas ela está realmente feliz e bem por passar mais tempo em casa com as crianças e ir somente de vez em quando ao Hospital. O que tem me incomoda é o fato da Meredith sempre querer resolver tudo sozinha pra não me deixar mais sobrecarregado, sei que ela faz na melhor das intenções, mas isso tem causado algumas discussões entre nós dois.

-Por que você não me ligou, Mer? Eu dava um jeito de sair.

-Você estava operando. Ficou tudo sob controle, foi apenas uma reação. Eu sou médica e sei cuidar dos meus filhos, Andrew.

Depois do Fim (Concluída) Where stories live. Discover now