𝟎𝟐

129 11 3
                                    

O encontro dos Deuses do Olimpo, a disputa por poder.

Mais um dia naquele quarto maldito, parece mais um quarto de hospício, apenas uma cama, um armário para as roupas e uma mesinha de estudos, que é mais usado para guardar drogas.

Sejam bem-vindos ao meu quarto, o local reservado a minha pessoa no orfanato, ou melhor, nesse hotel de 1 estrela onde crianças são jogadas todos os dias.

- Que ótimo, mais um dia nesse hospício.- Levantei e joguei a coberta na cama deixando ela desarrumada, peguei a toalha estendida na cadeira e as roupas que eu iria colocar.

Destranquei a porta e assim que eu abri já pude ouvir o grito das crianças e das adolescentes malucas que tem por aqui, aqui o pessoal não fala muito comigo e evita muita aproximação já que não costumo gostar de visitinhas.

- O RYAN ACORDOU.- Nesse momento os gritos cessaram e voltaram de maneira mais calma, ninguém alí tinha medo de mim, mas me respeitavam por ser o mais velho entre eles. Nunca entendi isso muito bem, já que das crianças daqui, eu gosto da presença apenas de um.

- Olá Ryan.- Marina, a mais velha entre as meninas, 16 anos, loira, cabelo ondulado, nariz empinado e uma puta falta de vergonha na cara. Seu tom quando direcionado a mim era sempre algo seduzente, como se eu pedisse por aquilo, como se em algum momento eu tivesse dado brecha a ela. Disse ela com um olhar completamente malicioso, com um sorrisinho de canto, me dava nojo.

- Bom dia.- Fui curto com ela, a encarando com desdém, eu estava cansado dessas atitudes dela, cruzei os braços esperando que aquilo não fosse perca de tempo, já que mais de 4 palavras trocadas com a mesma e ela acha que eu estou apaixonado, como a própria disse para metade do orfanato. Dei as costas e continuei andando em direção ao banheiro.

- As crianças irão ficar fora de casa hoje e amanhã. A inspetora vai levar eles para um passeio e nossos nomes não estão inclusos, então pensei em...- Na mesma hora eu já sabia o que ela iria dizer, cortei sua fala no mesmo momento, me virei e olhei bem nos olhos dela.

- Eu não quero nada, eu quero paz.- Minha voz era grossa o suficiente para fazer boa parte da casa escutar aquilo, bati a porta do banheiro fazendo ela ver meu rosto pela última vez no dia, se possível na semana.

Tomei um banho, a água que escorria pelo meu corpo era morna para a regulagem do chuveiro, mas o que eu sentia era uma água quase gelada, a ardência absurda na articulação dos meus dedos, tudo isso pelos socos que eu dei em um filho de uma puta que tocou em uma menina sem a autorização dela e em parte por eu ter me exaltado e socado a parede milhares de vezes por lembrar do que fizeram com ela... Com a minha mãe.

Quando eu tinha 8 anos pegaram ela, levaram-na para um beco escuro. Quatro homens abusaram de sua integridade, depois disso a espancaram até a morte e jogaram seu corpo em um rio na tentativa de apagar as evidências, quando grande descobri que aquilo só aconteceu por uma imensa dívida que meu pai fez em uma casa de jogos de azar, a mataram para ele sentir na pele o que é dever para quem não deve. Meses depois ele se suicidou no mesmo rio que jogaram o corpo dela; eu sentia por não poder fazer nada, eu sentia por ter pedido aquela que fazia questão de me fazer sorrir, eu sentia por não ter para onde ir, por um filho da puta como meu pai, eu sentia por não poder ter sido eu quem o matou. Quando ela morreu, além dela, minha felicidade se foi, além dela uma parte minha morreu.

Senti a lágrima fina escorrer pelo meu rosto, que logo se misturou com o sangue e a água gelada, subi minhas mãos até meu rosto e apertei de leve, eu só quero esquecer de tudo isso, eu quero minha felicidade de volta. Não demorei muito no banho já que aqui as regras são claras quanto a isso, o chuveiro desligava em 15 minutos, depois disso só ligava novamente quando a inspetora desse a ordem para o zelador.

Naabot mo na ang dulo ng mga na-publish na parte.

⏰ Huling update: Jul 22, 2022 ⏰

Idagdag ang kuwentong ito sa iyong Library para ma-notify tungkol sa mga bagong parte!

𝐍𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐦𝐞𝐥𝐨𝐝𝐢𝐚 - por BellaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon