— Mary! — Florence repreendeu. — Esta é sua casa também. — afirmou, fazendo a madrinha sorrir.

— Tem certeza de que não quer companhia? Eu posso te levar ao aeroporto. — Mary mudou de assunto, preocupada com a garota.

— Está tudo sob controle. Eu consigo me virar. — Afirmou, com um sorriso pequeno. — Além do mais, tenho Dexter para me proteger. — ao ouvir seu nome, o cachorro latiu, como se confirmasse as palavras de Florence.

— Tudo bem, preciso parar de chorar. — Mary respondeu, emocionada, tentando se recompor. — Se contar para alguém que chorei assim, eu nego até a morte. — brincou.

Florence riu e abraçou Mary novamente, sussurrando um "eu amo você" em seu ouvido, que foi prontamente correspondido com um "eu também te amo, pirralha" de Marylin.

A jovem sorriu antes de entrar no carro e, assim que o fez, não olhou para trás.

Eu preciso ser corajosa - pensou.

Dexter se acomodou no banco do passageiro, com sua coleira presa ao cinto de segurança, acompanhando a fiel amiga como sempre.

— Aqui vamos nós. — Florence murmurou, puxando a marcha do carro. — Não tem como as coisas piorarem. — pensou em voz alta.

22:00pm

As coisas não só podiam, como também pioraram para Florence.

Uma forte chuva havia começado há mais de uma hora, tumultuando o trânsito e derrubando árvores pelas ruas. Para piorar, a energia da cidade tinha acabado, deixando a garota à mercê apenas dos faróis e das luzes internas do carro.

— Droga! — Florence praguejou, batendo no volante. — Respire fundo, Florence. — disse a si mesma, tentando não entrar em pânico. — Só mais alguns minutos até o aeroporto. Tudo vai dar certo.

Assim que o sinal abriu, o carro seguiu em direção à estrada antiga que a levaria ao destino, e surpreendentemente não havia mais nenhum carro na estrada, exceto o seu. A jovem sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir o trovão e ver um raio reluzente no céu escuro.

São só alguns relâmpagos, não há nada a temer - Ela disparou em pensamento.

Diferentemente de Florence, Dexter dormia tranquilamente ao som da chuva, ressonando alto e latindo algumas vezes durante seu sono profundo.

— O mundo está desabando lá fora, e mesmo assim o Dexter encontra uma forma de tirar um cochilo. — comentou, olhando para o cão pelo retrovisor.

Conforme avançava na estrada, Florence sentia-se cada vez mais distante do caminho que a levaria ao aeroporto. De repente, uma sensação ruim tomou conta dela, como se estivesse pressentindo perigo.

Não demorou muito para que algo acontecesse. Florence avistou uma mulher no meio da chuva, no meio da estrada vazia, o que a fez frear o carro rapidamente para evitar uma colisão, mas acabou batendo em uma árvore.

Ao som dos latidos de Dexter, Florence gritou assustada com a cena à sua frente. Raios iluminavam a mulher desconhecida, formando uma espécie de portal ao seu redor. A estranha parecia recitar algum tipo de feitiço, enquanto seus olhos cintilavam e emitiam uma luz azul.

Aquilo era surreal e absurdamente impossível para ser feito por um humano.

Pisando fundo no acelerador, a garota percebeu a perda de funcionalidade do carro, ficando ainda mais desesperada.

— Merda! Merda! Merda! — socou o volante, com as mãos tremendo. — SOCORRO!!!!! — gritou inutilmente, sentindo sangue escorrer pelo nariz e pelos ouvidos.

Dexter continuava latindo freneticamente, tão temeroso quanto a humana.

Seguindo seus instintos, Florence abriu o porta-luvas e tirou uma arma de lá. Ela estava aterrorizada e em choque. Enquanto isso, a mulher continuava a recitar as palavras calmamente, como se estivesse em total controle da situação.

Antes que Florence pudesse apertar o gatilho, uma explosão aconteceu na estrada deserta.

— Estou morrendo. — foi o último pensamento de Florence antes de perder a consciência.

 — foi o último pensamento de Florence antes de perder a consciência

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

(1229 palavras)

Caos Entre Luzes e SombrasWhere stories live. Discover now