High school: welcome to hell

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Acordar já era ruim, mas acordar em uma posição estranha e com uma dor de cabeça fodida para ir para a escola era muito pior

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Acordar já era ruim, mas acordar em uma posição estranha e com uma dor de cabeça fodida para ir para a escola era muito pior. Shinobu estava jogada de qualquer jeito sobre uma superfície sólida e fria, logo percebeu que havia caído da cama ontem à noite. Mas não tinha tempo para imaginar o que teria acontecido para que ela acordasse assim, já eram seis e quinze da manhã, ela devia estar lá às seis e quarenta e ainda tinha muita coisa para fazer.

Levantou-se rapidamente o que lhe causou um pouco de tontura, arrumou sua cama de qualquer jeito e correu para o banheiro. Após fazer suas higienes diárias, ela revirou o guarda-roupa inteiro a procura de sua farda escolar e para seu azar, a encontrou. Shinobu já não aguentava mais nem ver aquela camisa azul escuro com golas laranjas e a calça jeans, não tinha como ir para a escola bonita vestindo aquilo. Ela nem tentava mais, ir no mínimo apresentável já estava de bom tamanho.

— Shinobu! Vem comer! – ouviu sua irmã mais velha, Kanae, gritar da cozinha.

— Já estou indo! – respondeu.

Ela arrumou os cabelos em um coque, usando seus broches e fitas de borboletas. Sua autoestima dependia totalmente de como estava seu cabelo, colocar broches diversificados e coloridos era o que dava vida a ele. Em seguida, desceu as escadas dando de cara com suas irmãs, Kanao, a mais nova, pronta para ir para escola. Ela estava comendo panquecas com suco, e Kanae, a mais velha, que estava comendo a mesma coisa.

— Bom dia, Shinobu! – iniciou Kanae, afim de puxar assunto com sua irmã.

— Só se for para você. Hoje é segunda-feira não tem nada de bom.

— Caramba, melhora esse mau humor.

— Ela está assim por causa da escola, ela se separou dos amigos, lembra? – indagou Kanao. E de fato, o motivo do mau humor de manhã bem cedo se tratava justamente disso.

— Ensino médio é assim mesmo, não temos o que fazer. Mas já faz um mês que as aulas voltaram, pensei que tivesse superado isso, Shinobu.

— Jamais! Aquelas pessoas da minha sala são insuportáveis, Rengoku, Uzui, Mitsuri e Obanai estão todos na sala “B”, só eu fiquei na “A” e odeio aquela turma.

— Pelo menos você os vê na hora do recreio. Mas tenta trocar de sala com alguém, quem sabe você dá sorte e consegue mudar.

— Valeu pela força, Kanao, não ajudou em porra nenhuma!

Dito isso, suas irmãs começaram a rir sem nenhum motivo aparente segundo Shinobu, mas nem mesmo ela conseguia resistir à uma boa risada e acabou rindo junto. No entanto, não tinha mais tempo para aquilo, ela havia marcado de encontrar seus amigos antes do sinal tocar, e conversar com todos eles era uma verdadeira terapia antes de começar aquele inferno diário.

O trajeto de sua casa até a escola não era tão longo, mas queria que fosse tão perto quanto o de Mitsuri, que mora literalmente a poucos passos da escola. O ruim é que não dava para matar aula sempre que quisesse, os pais dela com certeza ficariam umas feras ao ver a filha turistando pela cidade invés de estar na escola.

— Mitsuri! – ela chamou sua amiga do outro lado do portão.

Ao ouvir a voz de Shinobu, Mitsuri tirou a cara do celular e abriu um daqueles seus típicos sorrisos de orelha a orelha.

— Oi, e aí Shinobu! Bom dia, entra aí!

— Onde estão os meninos?

— Ainda não chegaram, mas o Tomioka tá isolado ali na calçada da vizinha.

— É, eu vi. Por que ele nunca vem pra cá ficar com a gente?

— Sei lá, ele é meio estranho assim mesmo.

Giyuu Tomioka, o garoto do segundo ano, ou o nóia de boné como Uzui costuma chamar, porque quando ele usa boné fica parecendo um foragido da polícia. Ele é um amigo de longa data de Rengoku, Uzui e Obanai, antes mesmo deles conhecerem Shinobu e Mitsuri. Para todos os alunos da Slayer High School, ele é aquele típico aluno quieto que não fala com ninguém e fica só na dele, no entanto não é bem por aí. Quando ele estava com seus amigos se soltava um pouco mais, apesar de manter sempre aquela mesma personalidade.

O que ninguém sabia é que Shinobu, achava essa vibe de mistério que Giyuu passa bem atraente, e talvez ela tivesse uma quedinha por ele. Ou melhor, um penhasco. Ela só queria ter certeza que gostava realmente dele antes de contar para seus amigos. 

— E aí! De boa?

Shinobu saiu de seus pensamentos quando ouviu a voz de Uzui do outro lado do portão, ele abriu, jogou sua mochila em um lugar aleatório na parede e sentou-se em uma das cadeiras. Logo atrás chegou Rengoku acompanhado de Obanai. Turma completa.

O tempo que tinham para jogar conversa fora era pouco, mas para Shinobu era melhor do que entrar naquela sala sem falar com seus melhores amigos. Quando eles faltavam também era horrível, ela se sentia estranha no meio de todas aquelas pessoas sem eles, estavam juntos desde o quinto ano do fundamental, não era agora que ela queria mudar isso, mas infelizmente as circunstâncias não estavam a seu favor. Vida que segue.

Por fim, o breve período de tempo que tinham para jogar conversa fora acabou, o relógio já marcava sete da manhã no ponteiro, o portão da escola se abriu e todos entraram. De frente a sala de aula, Shinobu despediu-se de seus amigos. Bem vinda ao inferno de novo.

De todos os trinta e sete alunos em sua sala, Shinobu só conseguia ter uma conversa minimamente decente e um bom relacionamento com Daki e Gyutaro, apesar de não fazerem muito seu preferencial de pessoas com quem andar, por assim dizer. Daki é blogueirinha, vive por aí tirando fotos e postando stories, usando a internet hackeada de alguém que morava perto da escola. Obra de seu irmão mais velho, Gyutaro. Ele é o aluno repetente que se juntou com más influências nos anos passados e deu no que deu. Já era para estar cursando o ensino superior segundo sua idade. Mas fazer o quê? É a vida.

Tirando eles dois, todo o resto fazia daquela sala de aula um verdadeiro inferno. E é justamente nessas horas que a saudade de seus amigos bate com força.

Ela lembrava das brincadeiras de Uzui, e os apelidos que ele colocava em todo mundo. Lembrava da hora da prova onde todos tentavam pedir cola a Mitsuri que claramente era a mais inteligente do grupo e o motivo pelo qual eles estão no ensino médio agora. Lembrava das vezes que Obanai dormia na aula de Matemática e a professora tinha que ficar chamando atenção dele. Lembrava de Rengoku entrando de fininho na fila do lanche pela milésima vez para repetir de novo. Ela sentia falta de tudo isso. Até dos apuros que passavam juntos para fazer qualquer coisa por nota no final do bimestre. Tudo isso fazia muita falta.

Infelizmente, a vida é feita de fases e essa já passou, deixando muitas saudades no coração de todos. Mas enfim... O que tiver de acontecer, acontecerá.

— Aí, Shinobu! Você fez aquela atividade de Matemática, né? – perguntou Gyutaro, a desconectando de seus pensamentos distantes.

 — Qual? Eu nem sabia que tinha. É atividade por cima de atividade. O ensino médio começou agora e eu já estou querendo uma corda.

— Hoje eu estou só você, Shinobu. Com certeza precisaremos de terapia quando sairmos daqui. – respondeu Daki, suspirando cansada, não é para menos, o ensino médio está fodendo com tudo mesmo.

— Isso se a gente sair daqui.

— Ai, vira essa boca pra lá Gyutaro! Vamos sair daqui sim!

— Se depender de você e de mim nós vai geral repetir, Daki. – disse Shinobu, que juntamente de sua amiga, começou a rir da situação merda onde eles se encontravam. Rindo de nervosas.

A conversa aqui também acabou logo, quando o professor de Filosofia Muzan, cosplay de Michael Jackson como Shinobu e Daki o chamavam, chegou com aquela mesma cara de cu que ninguém estava suportando mais ver nem se fosse pintada de ouro. É foda.

Bem vindos ao ensino médio, ou melhor... Ao inferno.

𝐒𝐂𝐀𝐑𝐄𝐃 𝐅𝐎𝐑 𝐋𝐎𝐕𝐈𝐍𝐆 ★ (𝐠𝐢𝐲𝐮𝐮𝐬𝐡𝐢𝐧𝐨)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora