Ela não morreria, me serviria sem regalias por toda a sua vida maldita e veria eu arrancar o coração de seu amante e despedaçá – lo na sua frente. O mais grotesco era a preocupação que me assolava sobre sua saúde e bem estar. Se ela tivesse grávida de um bastardo infeliz... A deixaria tê – lo ela queria a criança e eu usaria sua cria para controlá – la.

És sua filha... A criança é sua...

Filha... Ela usou o feminino. Não tinha nascido uma menina na dinastia Uard a muito tempo, na nossa ascendência e descendência conhecida todos eram homens e cada primogênito carregava uma marca de nascença que se assemelhava a um lobo uivando na coxa esquerda. Senti uma incomoda dor no peito ao pensar na criança.

E se ela perdesse a criança?

Uma angústia desconhecida por mim tomou minha mente, meu corpo ficou gelado e fraco de repente, minha cabeça pesou e tudo ao redor começou a girar fazendo - se difícil de respirar. Puxei a túnica e retirei o resto das roupas quase em desespero me jogando no lago em seguida. Precisava ocupar minha mente, precisava esquecer. Passei algum tempo nadando até meus músculos doerem. Quando minha respiração normalizou sai da água me vestindo.

Montei escuridão novamente e voltei a galope para Assur. Iria no lugar que eu melhor conhecia, a casa de Belite, ali eu poderia beber e esquecer os últimos acontecimentos. Minha cabeça estourava de ódio, raiva e dor. Mas algo dentro de mim me dizia que existiam peças desencaixadas, porém uma fúria cega me impedia de me concentrar, nublava qualquer resquício de racionalidade que eu poderia vir a ter.

A cena era repassada na minha mente uma e outra vez, não conseguia parar de ver as mãos dele sobre ela, por mais que eu quisesse esquecer, por mais que eu quisesse arrancar a imagem da minha memória, ela ficava voltando e voltando.

Enlouquecendo – me no processo...

Minha mente vagava para um lugar onde eles faziam amor no meio do jardim que eu a presenteei. Ali onde a nuri disse que me amava, na minha cabeça ela dizia que o amava da mesma forma que disse a mim. Assim que eu tivesse condições, torturaria o que sobrou de Ador. Ele nunca mais, nunca mais ousaria encostar em Kassandra. Eu arrancaria a alma dele do corpo, e a enviaria diretamente para o inferno se preciso fosse junto com o pai dele.

Cheguei na casa de Belite já com o dia amanhecendo. Eu vaguei como um andarilho sem rumo. Não sabia ao certo a quanto tempo estava rodando, mas senti meu estômago reclamar e minha boca secar. Deixei escuridão para ser cuidado pelo garoto dos estábulos designado para isso e entrei desorientado como nunca antes, depois de um longo tempo sem pisar naquele antro que foi cenário das minhas mais perversas orgias. Assim que Belite me avistou correu em minha direção me reverenciando e guiando para o lugar privativo e solitário que eu costumava ficar.

— Meu imperador! Quanto tempo meu senhor vais usar uma de minhas meninas... Aurya... — A cortei. Eu não queria uma puta, queria esquecer, mas não com uma prostituta, no meu atual estado eu tenho a certeza que não conseguiria foder.

— Não quero uma puta Belite. Quero beber, traga todas as variedades de bebida que tiver... Cerveja, arak... E Belite quero estar sozinho.

— Como queiras, meu Soberano. — Belite trouxe o que eu pedi e comecei a beber, queria me amortecer, queria não ter que pensar em Kassandra. Mas a cada gole de bebida, minha mente vagava para ela correndo pelo jardim... Meu corpo clamava por ela. Queria ela. Precisava dela. Levantei em uma aceso de fúria. Destruí completamente a acomodação, virei a mesa e joguei todas as cadeiras na parede de fúria. Ela precisava sair de dentro da minha cabeça.

— Saí... Saías da minha cabeça nuri miserável. Traidora maldita. Infeliz desleal. SAI! — Gritei de desespero. Já não sabia mais o que fazer para a imagem dos cachos loiros rodeando seu corpo enquanto me montava sair da minha mente, seu sorriso inocente me falando sobre seus anseios... Sua voz melodiosa dizendo o quanto me amava. Da pele alva marcada com meus beijos.

Da guerra ao AmorOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz