A casa voadora

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      Não me lembro em qual mês foi ou qual era a estação do ano, mas o ocorrido nunca saiu da minha cabeça nem os seres que estavam envolvidos. Uma noite qualquer do ano de 2019, estava em um momento da vida muito conectado com a espiritualidade e andava estudando muito sobre o pós-morte e temas de ufologia, deitei como de praxe depois de tomar um gole de água, logo dormi.

      Então esse sonho começou como terminou, tão real que me sufocou. Logo em arrebate senti que meu corpo estava sendo levado em pleno ar, por uma força antigravitacional, subindo gradativamente avistando os prédios da minha cidade cada vez mais longes. Até que de repente me vejo dentro de uma casa, com uma grande sala repleta de corpos, alguns amontoados (de cor cinza escuro), outros postos um ao lado do outro. Senti que estava doente, me sentia fraco, também e deitei ao lado dos que já estavam organizados, de repente um ser de aproximadamente 180 se aproximou, esse ser tinha uma pele alva quase pálida e cabelos loiros quase brancos e vestia um traje prateado fosco que não refletia luz. Sentou perto de mim e se comunicou, sem abrir a boca através do pensamento, então entendi que ficaria ali deitado até meu tratamento acabar, colocou a mão aberta próxima de mim e fazendo movimentos circulares me curou.

       Repousando em meio aos outros, vi que estavam vivos como eu, e os que estavam amontoados padeciam em agonia em espasmos. Depois de algum tempo me senti recuperado e me levantei, o ser estava no canto da sala, falou comigo: "Agora você vai aprender a curar, mas antes vou mostrar a casa". Então nós caminhamos pela casa, logo na saída da sala tinha um corredor com portas. A primeira estava fechada e o anfitrião abriu dentro dessa sala havia uma montanha de magma que fervia com pessoas dentro agonizando em gritos de dor, logo virei o rosto e o ser fechou a porta. A segunda porta estava aberta e era da onde eu tinha partido, ainda via os prédios retangulares com suas janelas, a cidade de onde morava. Então ele me levou a um quarto, mistura de um banheiro com ambulatório, onde tomei um banho e fui esterilizado, logo após vesti um traje semelhante ao dele.

     Ainda tinha mais portas no corredor, e o mesmo da minha vista se perdia, depois que ele dobrava à esquerda. Após de sair da sala ele me levou de volta para o corredor, me passando alguns conhecimentos, pelo seu pensamento, me levou até um lavabo onde tinha uma fonte com um líquido azul luminescente que era feito para bebermos. Depois dessa cena ele me levou para a sala, onde tinham os doentes, curei o primeiro com movimentos circulares e uma energia que provinha da minha mão, os outros que estavam amontoados levava direto para a sala da agonia, até hoje não entendo o porque. Fiquei um bom tempo nessa casa onde não parava de chegar corpos com uma intensidade cada vez maior, os que curava, depois de um tempo fazíamos (eu e ele) o mesmo procedimento com os que se curavam. A casa ia aumentando gradativamente de acordo com o aumento da quantidade de corpos.

       O tempo não era contado, nessa casa, não sei dizer exatamente o quanto demorei. Em um certo momento o anfitrião se aproximou da minha pessoa e me avisou, que eu tinha que voltar para a terra, de início não queria pois sabia da necessidade do meu trabalho no tratamento dos enfermos e no aprendizado dos curados. Relutante estava em voltar, não queria de forma alguma, lá me sentia livre tanto fisicamente quanto em pensamento, onde ambos se mesclavam em um tipo de matéria desconhecida para mim até hoje. Me despedi de todos, e o ser indecifrável se despediu, no pensar, em um singelo "Até breve".

     Então passando pela porta que simbolicamente ainda estava aberta, saí e como subi desci, auxiliado por alguma força antigravitacional, gradativamente fui descendo, vendo os prédios se aproximarem até notar o prédio azul caixão azul onde na época morava. Passei pelo telhado e atravessei o teto do meu quarto onde eu e minha esposa estávamos deitados. Não demorou muito para que abrisse os olhos, lembrando impressionado de todo o sonho. 

Entre austeridades: ContosWhere stories live. Discover now