26 | Aurora

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― Então você está desimpedida? Ainda é casada, Aurora?

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― Então você está desimpedida? Ainda é casada, Aurora?

― Victor?! ― meu tom de repreensão soou mais alto do que eu esperava, fiquei desacreditada com sua insinuação.

― O quê? Sua mãe é muito gata. ― encolheu os ombros bebendo um gole do seu café.

Não sei como havíamos parado nessa conversa, e queria que acabasse. Apesar de demonstrar alguma raiva, no fundo eu sabia que eu não ia amedrontá-lo. A brincadeira com o assunto era nítida, só que Victor mal sabia que eu era extremamente ciumenta quando se tratava da minha mãe.

Aurora apenas negou sentando-se à nossa frente colocando o suco de limão gelado no pequeno copo de vidro.

― Sou viúva, querido. Edgar Reeze foi meu primeiro e único amor.

― Sortudo. ― resmungou. ― E por algum acaso você estaria disposta a se relacionar com alguém... Não sei, alguém mais novo?

― Já chega! ― me levantei bruscamente da cadeira.

― Calma, meu benzinho. ― me fez sentar de novo. ― Não, Victor. Não estou disposta a um relacionamento. Estou mais do que na idade.

― Olha aí, Alice, você estragou minhas chances com essa falação toda.

― Chances? É muito abusado mesmo.

― Não realizou meu sonho de ser seu padrasto. ― cruzou os braços resmungando e fingindo irritação, acabei revirando os olhos mordendo um pedaço das rosquinhas que comprei.

― Vocês são uma graça, parecem até irmãos de pais diferentes.

― Se o Lorenzo não tivesse chegado primeiro, o irmão seria ele... Ai ai, Alice. É brincadeira.

Belisquei levemente seu braço recebendo uma olhada irritadiça ao vê-lo alisando o lugar. Minha mãe nos encarou divertida e riu abafado se levantando outra vez tirando uma torta de cereja de dentro da geladeira.

― Por falar nele, meu genro realmente não vem, filha? Desde que ele mandou me trazer para cá nós nos falamos bem pouco.

― Não, mãe. Lorenzo teve que trabalhar e infelizmente só vai voltar a noite, mas talvez no decorrer da semana ele esteja mais livre, aí sim o trago aqui.

Ela assentiu botando a tigela na mesa e cortando dois pedaços da torta avermelhada, colocando em cada prato. Victor praticamente salivou e assim que minha mãe terminou de pôr, o garoto abocanhou um pedaço e sorriu degustando o doce.

― Está uma delícia.

― Gostou, querido? É uma receita de família.

― Ficou realmente gostoso, melhor impossível na verdade. Depois se puder me contar qual é o segredo ficarei extremamente fascinado.

MEU AMOR IMPOSSÍVEL - livro 1 da série: Os AvellarWhere stories live. Discover now