Além do tráfico

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Victor on

Bárbara já pode pedir música no fantástico. Porque puta merda a garota já teve várias costelas quebradas .

Tô na sala de espera enquanto ela é atendida, esqueci meu celular então não sei do Pantera.

Pantera é um cão treinado, ele começou o treinamento com quatro meses e é muito bom no que faz, obviamente já mordeu um ou outro bandido que tentou fugir.

Mas matar ? Porra, ele nunca chegou nem perto de fazer isso, ele acabou com o Flávio, dilacerou a carótida dele.

Eu sabia que ele iria proteger a Bárbara, mas não pensei que iria tão longe.

Isso não é uma reclamação, afinal se não fosse por ele o Terror teria atirado nela .

Não sou uma boa pessoa, trabalho para a lei e sigo ela, mas por dentro eu tô aliviado com a morte daquele cara, foda-se se não é ético.

Tudo que ele fez com a Bárbara .... Ele merece o que aconteceu.

E ela merece viver sem ficar olhando por cima do ombro pra ter certeza que tá segura.

Mesmo com ele preso ela ia correr um certo risco, ele poderia fugir ou até mesmo dar ordens lá de dentro.

                                       🍂

Tô no quarto com a Bárbara, ela tá apagada por conta da anestesia.

Ele tá bem machucada, costelas quebradas, pontos na cabeça, tirou o baço, hematomas por todo o corpo . O pescoço dela tem a marca cetinha da mão daquele infeliz.

Eu preciso ir pro batalhão, quero participar do interrogatório do Gilson e da Alicia, mas não quero deixar a Bárbara sozinha.

Ela vai ficar apavorada se acordar sozinha aqui .

Trinta minutos depois o Gabriel e o Arthur aparecem.

Victor: meu cachorro ? - é a primeira coisa que pergunto

Arthur: Carol tirou a bala, mas ele tá em observação as próximas horas são importantes pra ver como ele vai ficar, o cachorro perdeu muito sangue

Victor: certo. E o interrogatório?

Arthur: vão fazer só na segunda, cara a gente assistiu o vídeo da câmera que tinha no quarto ...

Bak: você tem que ver aquela merda, seu cachorro parece um bicho selvagem

Victor: mexeram com a pessoa errada.

Bak: medo de ma aproximar da Bárbara, e aquele
monstrinho que vocês criam me morder .

                                     🍂

Bárbara acorda no susto no meio da madrugada e tenta se sentar.

Victor: ei, não se mexe muito - toco de leve a mão dela

Bárbara me encara e os olhos dela se enchem de lágrimas

Babi: não foi um sonho ....

Victor: não, é real você tá segura - beijo a testa dela.

Babi: o Pan ?

Victor: tá na clínica, mas vai ficar bem - pelo menos eu espero que sim

Pego a mão dela e entrelaço nossos dedos.

Victor: desculpa, eu disse que ia te proteger e pisei na bola

Babi: você não pisou na bola, sabíamos que um hora ou outra ele o me achar.

Victor: mesmo assim, eu sinto muito - ela da um sorriso fraco

Babi: obrigada

Victor: pelo o que ?

Babi: por tudo, você é umas das duas melhores coisas que já me aconteceu

Victor: acredito que o Pantera seja a outra, mesmo ele não sendo uma pessoa - ela ri e concorda

Babi: Pan acima de tudo e todos

Victor: você mina demais aquele cachorro

Babi: eu não mimo, só sou carinhosa com o pobrezinho.

A gente fica sem silêncio por alguns minutos.

Victor: ele sentiu sua falta nessa última semana, não comia direito, não dormia direito, o seu cheiro pela casa mudava o humor dele de um jeito absurdo.

Babi: o Pantera me ama, e eu sou a preferida ponto final - ergo a mão dela que tá entrelaçada na minha e deposito um beijo

To tão aliviado dela estar aqui agora.

Babi: sabe... você podia ser uma boa pessoa e me dar ele - ela da um pequeno sorriso.

Victor: ele já é seu ... - digo o óbvio

Babi: quando eu for embora

Victor: embora ?

Babi: é, não tem mais o Flávio para me perseguir

Victor: você quer ir embora ? Pensei que você tava se adaptando

Babi: não é que eu queira ir embora, mas o seu trabalho acabou

Victor: não me importo de você ficar lá por mais um tempo

Babi: você já mencionou dezenas de vezes que odeia receber visita

Victor: você não é uma visita, é uma moradora

Babi: Victor...

Victor: não quero que você vá. Sim eu odeio que as pessoas me visitem mas adoro morar com você

Ela fica em silêncio

Babi: não quero que você fique com pena de mim- ela engole em seco - eu consigo me virar

Victor: em momento algum eu senti pena de você, não quero que fique porque eu estou com pena, quero que fique porque gosta da minha companhia, porque gosta da casa, porque gosta do Pantera

Babi: você promete pra mim que vai me dizer quando eu estiver incomodando ?

Victor: prometo

Babi: bom, eu não vou ficar pra sempre.... Uma hora eu vou ir pra outro lugar

Victor: não precisa ter pressa - ela concorda

Babi: perfeito, agora me tira daqui que eu quero ver o meu Pan.

Victor: você vai ficar a semana inteira, sinto muito mas você não pode sair .

Babi: Mas o Pan ?

Victor: os dois estão bem, isso é o que importa. Semana que vem vocês voltam com a palhaçada de vocês

Babi: ciúmes porque o cachorro gosta mais de mim ?

Ciúmes porque você gosta mais do cachorro....

Pisco algumas vezes confuso pela rapidez que essa frase se formou na minha cabeça

Victor: palhaça

Babi: foi você que mandou a trufa né ?

Victor: meio idiota mas foi, queria que soubesse que eu ia até você

Babi: não foi idiota Victor, nada que você faz é idiota -ela sorri e isso me causa uma sensação estranha no estômago