Capítulo 15 - Sanidade

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Lena Luthor  |  Point of View





O lugar era um paraíso, tão lindo e calmo. A natureza era viva... o verde era verde mesmo, parecia um desenho.

— Sente-se aqui. – Assim o fiz... — Analise cada canto deste espaço. Observe a natureza e tente só pensar nisso aqui. – Assim fiquei por uns minutos. — Agora feche os olhos e se concentre em todos os barulhos que farei. Use apenas a audição, mas como você não é uma de nós, pode abrir os olhos pra ver o que estou fazendo às vezes. Mas a experiência fica melhor quando desperta o nosso sentido.

— Tudo bem.




Kara Zor-El  |  Point of View





Ela fechou os olhos e logo eu acendi o fogareiro e deixei a água esquentando. Comecei a bater as ervas ela virou o rosto para escutar melhor. Ela ficou mais linda ainda... acho que estamos progredindo.

Logo a água ferveu e eu coloquei no chawan com as ervas. Coloquei perto do nariz dela e ela sorriu.

— O cheiro é bom.

— Vai gostar do sabor. Vai te deixar um pouco sonolenta, mas vai gostar. Fico aproveitando o aroma até esfriar um pouco.

— Posso segurar? – Ela perguntou e ainda não tinha aberto os olhos.

— Claro. – Ela abriu os olhos e eu entreguei pra ela e nossas mãos se tocaram. Ficamos nos encarando por um tempo e logo ela pegou a tigela. Fechou os olhos e depois de um tempo levou até a boca. — Fique com ele na boca por um tempo... o saboreie até apreciar toda a essência.

— Acho que esse é o melhor chá que já provei.

— Pode abrir os olhos.

— Mas não aprendi os princípios.

— Aprendeu sobre harmonia, você está bem equilibrada não só consigo mesmo, mas o seu redor e com a natureza. Aprendeu sobre respeito. Você deve respeitar o mundo ao seu redor. O ritual da cerimônia do chá ajuda a pessoa a ser consciente de cada ação. Aprendeu sobre pureza, trata-se de limpar-se de tudo, usando seus cinco sentidos: audição, visão, tato, olfato e paladar. Aprendeu sobre tranquilidade, todos esses princípios ajudaram a alcançar um nível mais elevado de paz ou tranquilidade.

— Isso é fascinante... pensei que apenas tinha bebido um chá.

Ficamos ali até tarde, enquanto ela anotava sobre tudo que tínhamos feito.



[•••]



Eu estava no meu quarto e lendo um livro indicado por meu guru. Logo escutei batidas fracas na porta. A abri e era Lena.

— Oi... entra. – Eu disse e fechei a porta quando ela o fez. — Tudo bem?

— Sim. Você dorme aqui?

— Ao lado. – Eu disse e abri a porta do meu quarto. — Entra, vou pegar um chá pra nós. – Ela assentiu. Peguei a garrafa térmica e os sabores e logo estava no quarto com ela. Fechei a porta para ninguém entrar e pensar bobagens por estar com a estrangeira em meu quarto. — Pode sentar em minha cama.

— Mas aí você não vai poder sentar.

— Vou infringir essa regra hoje. Amanhã me purifico jejuando.

— Não precisa...

— Senta logo. – Eu disse rindo e ela revirou os olhos. — Canela? – Ela assentiu e depois entreguei a xícara a ela.




TRAMA - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora