Uma Carta Para Você

A carta que fiz para ele

      Um dia tão tranquilo quanto esse era raro na ADA, raramente algo assim ocorria. Nesse tempo acabou que seus funcionários ficaram ''de bobeira''. Yosano estava no sofá contando sobre algum doce novo, o qual viu a receita na internet, para Sakura, Naomi e Kyoka. Tanizaki estava ouvindo as histórias de Kenji sobre sua terra natal. Kunikida estava adiantando alguns trabalhos enquanto observava seus ideais. Dazai havia saído da agência temporáriamente junto de Ranpo-san, pois iriam a uma nova loja de doces na cidade. Atsushi, entediado como estava, decidiu dar uma arrumada em sua mesa, que cá entre nós estava um lixo.

     Enquanto estava fazendo seu ''trabalho'' acaba esbarrando na mesa de seu superior, Dazai, e ouve um papel cair, um leve sentiu medo , ele se vira e pega a carta que se encontrava, agora, no chão.

     Com uma curiosidade que raramente tinha, decidiu então, pegar a carta para lê-la
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27/10/1983

Querido Oda

Ah, Odasaku, a quanto tempo não escrevo para você? Pelo que lembro escrevo cartas apenas em dias comemorativos, porém esqueci que ontem era seu aniversário, e por isso pesso perdão.

Pode parecer estranho mas, ainda não pude supera-lo totalmente, apesar de que, em minha mente, apenas memorias vagas restaram, eu nem almenos tenho capacidade de lembrar da cor de seus olhos. Porem tudo que ja teve coragem  de me dizer, eu simplismente não consigo esquecer.

Chuuya sabia o quanto eu lhe amava, até porque, era ele quem aguentava minhas divagações sobre o quanto eras perfeito. Porém mesmo sabendo de tudo isso, ele ousa pedir para que eu o supere.

Superar, um palavra sempre tão utilizada no final de um relacionamento. O que seria superar totalmente?

Seria esquecer todos os momentos bons que já teve com quem mais amou?

Seria suprir seus sentimentos e o único fio de esperança de que um dia irei acordar e ver que tudo nunca passou de um terrivel sonho, e então acordarei ao seu lado mais um vez?

Seria fingir que está bem mesmo depois do que aconteceu com tigo e seu coração já tão fragmentado?

Independente da resposta, seja alguma das acima ou outra que puderem inventar.

Isso já não mais importa!!

Independente do que seja a tal superação, ela nunca tera efeito sobre mim. Seja por você, por Ango, por Chuuya, por Akutagawa, pelas vidas que tirei, os crimes que cometi ou os abusos o qual sofri na infância.

Oda... você sempre foi único, você sempre foi o primeiro, era especial.

Foi meu primeiro amigo de verdade.
Meu primeiro amor.
Meu primeiro beijo.
Meu primeiro abraço.
O primeiro que me viu chorar.
O único que já me viu fraquejar.

VOCÊ ERA TUDO O QUE EU TINHA!!

Mas fui fraco o bastante para permitir que a preciosidade o qual me concedeu, derramasse por entre meus dedos. Eu nunca vou deixar algo parecido acontecer novamente. Nunca mais abaixarei minha guarda para alguém. Não serei mais tão ingênuo.

Quero que saiba que essa não será minha última carta para você, pois, supera-lo é impossível quando eu já fiquei tão malditamente apegado a suas carícias e afagos, e que mesmo depois de anos não pude esquecer.

Mais uma vez, perdão por esquecer seu aniversário. E espere minha carta para o Natal.

Obrigado Oda, sei que ainda me cuida do céu.

De seu grande e esquecido amor

Dazai Osamu♡

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    Atsushi não pode conter as lágrimas

que desobedientemente desciam por seu rosto molhando suas bochechas. O pequeno soluço que não pode aguentar, foi o suficiente para que todos da agência vissem seu estado.

     –Ei pirralho, o que foi? Aliás que carta é essa – pergunta Doppo.
  
     Antes que pudesse pensar em uma resposta coerente, Dazai chega com Ranpo da loja a qual estavam, ele vê o órfão com sua carta em mãos, larga tudo e corre para pegar das mãos do discípulo, para depois, o olhar mortalmente.

      –Por que estava mexendo nas minhas coisas Atsushi-kun?– pergunta o acastanhado de modo amedrontador.

     –Dazai-san...– fez uma pequena pausa, repirou e limpou os olhos, decidiu responder rápido – eu estava arrumando minha mesa quando derrubei no chão esse envelope – disse apontado para a carta– então fiquei curioso e decidi lê-la. Eu... Eu sinto muito.

       Isso foi o basta, Dazai abraça seu discípulo de maneira forte, como se tivesse medo que o abandonasse, essa tal, que respondeu o afeto do mais velho.

      No fim, esse gesto de carinho era tudo que precisava.

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Espero que tenha gostado.

762 palavras

Revisado