Meu Booktuber favorito

Capitulo 3

Antes de contar como eram as ruas, preciso falar sobre a reunião. Cheguei no escritório e quase desmaiei quando olhei para os dois homens que já me esperavam. Eu simplesmente não sabia quem era o chefe e quem era o influenciador. Os dois eram igualmente gatos e eu estava igualmente desnorteada.

Na minha vida antiga, eu era garçonete. Trabalhava em um bar na orla de Copacabana e a pessoa mais importante com quem eu troquei uma ideia foi o dono do restaurante no dia em que ele decidiu me contratar.

Nunca tinha lido um livro na vida e muito menos sabia o que era o que eles chamaram de booktuber. Porque para completar a coisa toda, além de youtuber, agora até booktuber tinha. Será possível?

- Oi. – Sentei-me na cadeira e cruzei as pernas.

- Oi, Luana. – Ele disse meu nome, deve ser o chefe.

- Oi, Luana. – O outro disse também.

- Aquele Papai Noel não está legal naquele lugar. Vou ali rapidinho chamar Ananya para dar um jeito nisso, ok? – Levantei.

- Não. – O mais moreno segurou minha mão. – Eu pedi para ela ir comprar café.

- Entendi. – Sentei-me de novo, daquele jeito que vocês já sabem.

- Qual proposta nós temos para o Iam? – O que eu acabava de descobrir que era meu chefe disse.

- Na verdade, eu já tenho as minhas condições. – O loiro disse. O cara era tão branco que parecia ter vindo dos países nórdicos. Será que eu estava em um país nórdico?

- E quais são as suas condições, meu querido? – Perguntei, querendo dá de ponta nos olhos azuis.

- Está tudo anotado no papel. – Entregou para mim e o chefe tomou da minha mão.

- Não tem condições. Como tem coragem de cobrar tudo isso de uma editora como essa? Não tem ideia da honra que será para o seu canal apresentar esta obra de arte? – Levantou o livro.

- Obras de artes não vendem bem por aqui. – Coçou a barba malfeita. – Nós três sabemos que sou a única esperança disso dar um pouco certo. Ou vai querer vender no saldão na próxima feira do livro?

- Luana, dê um jeito nisso. – Meu chefe levantou e saiu.

- Será que o moço não poderia entrar no espirito natalino e fazer um descontão maneiro? – Aproximei meu rosto do dele.

- Não.