19. EU ODEIO VOCÊ!

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2° dia

Molly acordou pela manhã. Vestiu suas roupas, escovou os dentes, penteou os cabelos deixando apenas a parte de cima preso e o restante solto. Após todo seu ritual matinal desceu para tomar seu café da manhã junto com a sua família. Enquanto descia a escada o silêncio no lugar deixou-a desconfiada, normalmente as refeições costumavam ser de muita conversa e risadas. Assim que chegou no andar debaixo, deu de cara com seus pais e irmã sentados no sofá, o semblante de angústia e preocupação estavam estampados no rosto deles.

— Bom dia?

— Oi, querida — sua mãe respondeu forçando um sorriso.

— Algum problema? — perguntou confusa, tudo estava muito estranho.

— Sente-se aqui — levantou e levou a filha para sentar no meio deles.

— O que está acontecendo? — perguntou insistindo por respostas.

— Molly. Encontrei a Abigail hoje no supermercado — suspirou fortemente querendo tomar coragem de falar.

— E? — perguntou ainda sem compreender o rumo daquela conversa.

— Ela me disse, que a Linda... A Linda está desaparecida.

— O quê? — levantou-se e olhou para eles. — O que querem dizer com isso?

— Calma, tá bom?! Ela não sabe exatamente o que aconteceu...

— Como assim desaparecida? Quando isso aconteceu? Como?

— Eu não sei muito bem. A Abigail estava muito nervosa, não conseguiu explicar muita coisa...

— Do que estão falando? — interrompeu colocando a mão na cabeça desesperada.

— Abigail disse que na quinta pela manhã, foi até o quarto dela e encontrou apenas alguns travesseiros cobertos por um lençol. Estão achando que a Linda fugiu...

— Não — interrompeu a mãe por mais uma vez. — Ela não fugiu. Para onde ela fugiria? Por mais que odiasse a vida que tinha, ela não seria capaz de fazer isso — andou de um lado para o outro, o misto de sentimentos que estava sentindo naquele instante deixava-a desacreditada de tudo o que ouviu.

— Por favor, querida. Tente se acalmar — seu pai foi até ela e a abraçou tentando tranquilizá-la.

— Eu não estou acreditando nisso — chorou no ombro do pai. — Ela veio conversar comigo e eu fui terrível com ela. Talvez ela quisesse ajuda. Eu podia ter escutado...

— Não é culpa sua. Isso tudo vai ser um mal entendido. Eu tenho certeza disso, ela vai voltar — deu um beijo no topo da cabeça da filha.

Gwen e Betsy também foram abraçá-la, dar um conforto naquele momento tão difícil.

(...)

O clima na escola estava pesado. Mesmo que a notícia do desaparecimento não tivesse sido divulgada, tudo estava estranho. O céu nublado naquele tom acinzentado, as nuvens carregadas de chuva. A previsão era de que uma tempestade estava por vir.

As aulas de física e o treino dos garotos do time foram canceladas. As aulas iniciaram, terminaram, houve troca de salas. Mesmo que tudo parecesse normal, aquela sensação de presságio ruim pairava no ar.

O clima entre os amigos, Ellie, Dylan, Beverly, Nick e Claire também não era o dos melhores. Tentaram ao máximo manter o clima descontraído que sempre tiveram no decorrer do ano. Porém, era inevitável não comentar sobre o crime.

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