8. CAPÍTULO

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Alguns dias depois…

Angel está preocupada; não está conseguindo trabalho, Max ainda não retornou suas mensagens, Henry não a procurou mais.

“Na certa já está com outra” – pensa Angel – “Melhor mesmo não tenho o status que a senhora Osvaldina almeja para Henry.”

Angel está mergulhada em seus pensamentos e é quando ouve o celular vibrar.

“Meu deus já passa das onze horas mamãe não me chamou, hoje vou atrás de trabalho tenho que arrumar um antes que Sophie venha com aquelas ideias malucas delas” – pega o celular e vê mensagens de Max.

“Angel querida bom dia, espero que esteja tudo bem com você, Angel consegui arrumar um trabalho para você numa boate, o dono dela é meu amigo e não foi muito difícil quando expliquei sobre você, lá você vai fazer o mesmo trabalho atender os clientes ok Angel?”

“Bom dia Max desculpe a demora, muito obrigada pela atenção pode me passar o endereço?”

“Olá Angel, vou confirmar o endereço indicado, mas antes preciso pedir-lhe um favor, posso?”

“Com certeza Max pode falar.”

“Angel por favor, lá não é lugar para acontecimentos como aquele que ocorreu aqui.”

“Tudo bem Max, pode ficar tranquilo Henry Muller já nem lembra que existo, a fortuna dele e sua família o faz ficar sem enxergar a realidade.”

“Que isso diabinha não está sofrendo por causa dele? Você é uma mulher linda, não pode ir no seu primeiro dia de trabalho com os olhos inchados! Vou passar o endereço beijos sua linda, bom trabalho”

“Muito obrigada Max. Beijo”

Angel salta da cama e sai correndo até a cozinha, lá encontra sua mãe preparando seu café Elizabeth.

— Bom dia meu anjo já estava pronta para lhe chamar, está radiante tem alguma novidade? — Angel dá um sorriso lindo.

— Max me conseguiu um trabalho, estou esperando ele me  passar o endereço, vou chamar Sophie para ir comigo. — responde.

Henry afunda a cabeça no trabalho as horas passam mais rápido, e a vontade de ter Angel novamente é sufocada pelo cansaço. 

— Senhor Muller tem visita para o senhor, posso deixar entrar?

— Pode deixar entrar sim Natasha, obrigada senhor. — por um instante Henry pensa ser Angel mais seus pensamentos interrompidos por uma voz calma.

— Permitindo que qualquer um entre em sua sala? Esse não é o Henry que conheço.

— Henry  é você Breno, pensei que ainda estivesse na bela Itália?

— Resolve de última hora meu irmão, preciso descansar um pouco e colocar a conversa em dia com você!

— Mais onde está minha futura cunhada?

— Ficou no hotel e não me pergunte o motivo você conhece bem as mulheres, é melhor ficar do lado delas.

— Hotel Breno, por que não foram direto para meu apartamento?

— E  tirar sua privacidade Henry, também amanhã mesmo vou para casa de nossa mãe e você deveria vir  junto porque está com cara de quem não dorme a dias, está acontecendo alguma coisa na empresa?

— Tem um detalhe importante sim aqui na empresa, mas no momento não é a empresa não.

— Se  quiser falar,  posso ouvi-lo, a conversa é longa. — Breno responde semicerrando os olhos.

— O assunto é mulher. —  argumenta Breno já gargalhando.

Angel  veste uma roupa casual e desce as escadas sorrindo por ter conseguido o almejado trabalho.

— Olá Sophie vamos fazer um passeio?

— Onde diabinha? Nesse lugar — Angel mostra o endereço a Sophie que responde Angel com um surto.

— Na Avalon Hollywood Sophie dá um grito surtando.

— Sim Sophie Max me indicou lá, o que você acha?

— O que eu acho que você tem muita sorte Angel essa boate é badaladíssima, você vai adorar trabalhar nela, esse é um dos meus sonhos Angel, trabalhar em uma boate onde eu possa ganhar mais.

Sophie é uma brasileira que se mudou para Califórnia, EUA, em busca de um futuro melhor, no início, trabalhou de babá para uma família rica. Num final de semana resolveu sair para espairecer um pouco e acabou conhecendo uma garota que tinha vindo da Espanha através de uma agência de modelo, infelizmente ela nunca conseguiu conhecer a agência,pois para não passar fome começou a fazer trabalho em boates.

Ela explicou para Sophie que o que ela ganhava em uma semana como babá, passaria a ganhar em apenas uma noite, se soubesse dançar pole dance, início da conversa Sophie achou difícil mais a garota a convence, dizendo que a ensinaria e sua beleza ajudava muito Sophie então trocou o emprego de babá por dançarina e a garota acabou se casando e ambas perderam contatos.

— Até falar inglês ela me ensinou Angel, mas desejo que esteja sendo muito feliz em seu casamento.

— Estamos quase chegando Sophie quem sabe eles também não estejam precisando de uma dançarina — Sophie vira olhos sorrindo e responde:

— Deixa para sonhar a noite Angel, e Henry lhe procurou?

— Sophie, você acha mesmo que Henry Muller virá atrás de mim? Eu só fui mais uma da lista de conquistas dele.

As horas passam..

Breno conversa bastante com Henry sobre a empresa fixada na Itália e nesse instante, Henry argumenta sobre um protótipo que foi parar no Japão, sendo que somente seu pai e eles dois sabiam dele.

— Aquele protótipo que os japoneses apresentaram para mim e Steve é idêntico ao nosso Breno, você acha que papai vendeu a eles antes de morrer Breno? Ou alguém daqui ou até mesmo lá da Itália roubou de nós e vendeu a eles?

— Vamos perguntar a mamãe talvez ela saiba de alguma coisa, pode até ser Breno, mas  acho que mamãe não vai saber de nada.

— Senhor Muller Steve quer falar com senhor, posso passar a ligação para sua sala? — pergunta Natasha na porta.

— Pode passar sim Natasha, só um momento Breno, Steve anda fazendo trabalhos extras de detetive para mim — diz e Breno o olha desconfiado

— Fique à vontade Henry com seu detetive, vou dar uma volta pela empresa, sai fechando a porta.

— Bom dia senhor Muller, pensei que não fosse me atender!

— Bom dia Steve fala rápido e sem brincadeira ok, meu irmão chegou antes do previsto.

— Breno já está aqui na Califórnia?

— Sim Steve. — responde Henry já nervoso.

— Calma Henry, olha, ainda não descobri nada de Angel se é isso que você quer saber, hoje estou pensando em ir na strass ver Sophie. — antes mesmo de terminar é interrompido por Henry.

— Você ainda não pegou o telefone de Sophie, Steve?

— Henry aquela garota é terrível, saímos curtimos bastante, mas ela não me passou o número dela.

— Não pode passar de hoje, entendeu Steve?

— Por que senhor apressadinho não me passa o número do celular de Angel?

—  Não — responde Henry.

— Angel é minha mulher, namorada e futura esposa, você se vira hoje e descobre o que ela anda fazendo, dei a ela um cartão, mas observei que não está usando. Angel é uma mulher muito esperta e ao mesmo tempo orgulhosa, ela com certeza vai fazer trabalhos domésticos, mas  não vai usar mais o meu dinheiro.

— Tudo bem Henry, hoje trago novidades para você, e seu irmão está hospedado em seu apartamento?

— Não, preferiu ficar num hotel com a noiva, disse que não quer tirar a minha privacidade — responde Henry já vendo seu irmão abrir a porta — Steve então é isso,  aguardo seu retorno.

Steve dá uma gargalhada maldosa e fala:

— Depois é só Angel que é esperta. — diz já desligando o telefone.

— Chegamos Sophie é muito grande e linda — admirada com a beleza do lugar, um homem alto apresentando ter uns 42 anos corpo bem definido com uma tatuagem que cobre o braço, aparece na porta ao lado.

— Bom dia as senhoritas são..

— Mary Angel e Sophie Emanuelle, minha amiga, eu sou a garota que Max lhe indicou.

— Sim,  ele me passou sua foto, meu nome é Matheus pode me acompanhar por favor?

Matheus entra em uma sala enorme, olha fixamente para Angel e depois para Sophie, em seguida pedem a ambas para se sentarem, Matheus senta em seguida e conversa com Angel.

— Mary Angel, Max me indicou você para atender nossos clientes, amigos e turistas, você fala quantos idiomas?

Angel se assusta com a pergunta de Matheus, por que ela nunca saiu da Califórnia, sabia o básico e pouco de português por causa de Sophie ser brasileira, e também não pôde fazer uma faculdade.

— Olha senhor Matheus, falo inglês, espanhol e português.

— Mary Angel, primeiro pode me chamar de Matheus, e está ótimo, agora não entendi, você já morou no Brasil?

— Não Matheus, minha amiga Sophie é brasileira, foi ela que me ensinou.

— Que ótimo Mary Angel. Então como estava explicando, aqui funciona de quinta a domingo, segunda é folga, terça-feira e quarta é ensaio de novas performances, que não é seu caso a não ser que queira vir assistir, fique à vontade. Aqui você será paga por cada noite trabalhada, vou agilizar os documentos de acordo para você assinar, quanto a atender os nossos clientes, durante uns dias você será observada, o dono dessa boate é muito exigente em relação a isso — Angel novamente fica assustada ela imaginou estar conversando com dono. Matheus continua:

— Aqui sou apenas o gerente, o dono pouco aparece, às vezes uma vez no mês ele chega de surpresa entre os nossos clientes e amigos, mas rapidamente sai e vai embora.

— Você pode começar essa semana Mary Angel?

— Posso sim Matheus — responde Angel num susto.

— E você Sophie, também é atendente?

— Não Matheus, sou dançarina de pole dance. — Matheus se assusta com a resposta e logo em seguida vem a pergunta.

— Você trabalha para o Max?

— Sim — responde Sophie.

— Mary Angel, quinta feira quando chegar passa por aqui no escritório para assinar os documentos ok? A gente abre às vinte horas. Mary Angel é nesse horário que você começa e vai até o último cliente.

— Tudo bem Matheus estarei aqui às dezenove horas assinamos os documentos e já começo no trabalho.

— Angel, que lugar maravilhoso e esse gerente muito lindo e não tirava os olhos de você Angel, estou achando que senhor Muller ficará no passado muito em breve, Angel.

— Você que deveria ser chamada de diabinha Sophie,

— Eu Angel porque?

— Porque vê coisas onde não existem.

— Mas não sou eu que tenho carinha de inocente aqui, você que é uma verdadeira diabinha ,deixa os homens de boca aberta e depois foge pedindo um tempo, vira os olhos sorrindo da cara de stress de Angel.

— Se você Sophie está pensando em Henry que fique bem claro, eu ainda era virgem quando conheci ele, me  entreguei a ele por amor, paixão e olha no que deu, hoje  ele nem me envia uma mensagem, perguntando como estou, apenas me usou bastante e depois veio com aquela conversa de Charles que até foi bom descobrir a verdade, mas deixou claro que sua mãe jamais me aceitaria.

— Angel não foi bem assim, ele depois tentou conversar com você, mas  seu orgulho não a deixa ouvir.

— Sophie para de colocar palavras onde não existem explicações e Ingrid o que você tem em defesa dela?

— Novamente você pelo menos deixou explicar o comportamento dessa mulher em questão a ele Angel? Olha não vou mais conversar com você em relação Henry, mas você pode estar fazendo um homem que é louco por você sofrer e você também está visivelmente triste, agora se quiser continuar assim não falo mais nada.

— Henry vamos almoçar juntos assim você conhece minha noiva, ela é modelo, e uma surpresa para família é brasileira.

— Parabéns meu irmão, mas vou deixar para conhecê-la lá na casa de mamãe, vou pedir meu almoço e almoçar por aqui mesmo.

— Henry não sei o que está acontecendo com você, andei pela empresa e aqui tudo está aparentemente indo muito bem, se o assunto for mulher resolve isso rápido por que você está ficando igual um zumbi.

— Vai logo almoçar com sua noiva, se não fará companhia a esse zumbi aqui. — ambos caem na gargalhada.

Breno vai embora e novamente a saudade de Angel volta, Henry passa a mão pelo rosto se perguntando…

“Porquê Angel é orgulhosa assim? Devia ter me ouvido, vou esperar apenas mais essa semana se ela não aparecer vou atrás dela, já dei tempo suficiente.”

Os dias passam rápido...

— Olá Sophie, me deseje boa sorte por que vou precisar.

— Você já nasceu com sorte Angel, vai dar tudo certo você é muito linda e esforçada aprende rápido, daqui uns dias será uma bela dançarina e vai deixar muitos turistas com a boca aberta.

— Obrigada Sophie, mas não vou sonhar com isso, ah diga a Max que assim que der vou agradecê-lo pessoalmente, bom trabalho para você Sophie, agora deixa eu ir meu Uber já chegou.

Ambas se despedem e Sophie vai se preparar para ir trabalhar, assim que fecha a porta Elizabeth chama:

— Olá Sophie, estava esperando Angel sair, não vou ocupar muito do seu tempo, eu até perguntei a Angel, mas ela disse para eu não preocupar, o lugar onde ela vai trabalhar é seguro Sophie?

— É sim Elizabeth, mas por que a preocupação? Não vai me dizer que é medo desse Charles?

— Sophie é medo sim, Charles não vai deixar de graça o soco que seu braço direito levou, Dylan vai atrás de Angel e esse é meu maior medo.

— Fica calma, lá é cheio de seguranças e Angel é esperta, assim espero Sophie agora vou deixar você se arrumar para o trabalho, boa noite vou subir e preparar um lanche para mim.

Sophie se despede de Elizabeth e vai para o quarto se arrumar, enquanto se veste pensa:

“Como a Elizabeth sofre por causa desse Charles, mas ela deixa transparecer que ainda ama ele, eu não sei com quem me preocupo mais se é com Angel ou Elizabeth.”

Já quase terminando bate novamente em sua porta ela vai até a sala e quando abre..

— O que você está fazendo aqui, Steve?

— Vim levar a dançarina mais linda que conheci para o trabalho. — diz já beijando Sophie.

— Você  enlouqueceu Steve?

— Calma Sophie, respira  foi só um beijo e você até gostou. — responde Steve brincando com Sophie.

— Não faça de novo, ok — questiona Sophie.

— E você acha que vou lhe avisar quando quiser lhe beijar de novo?

— Nossa Steve, você não leva nada a sério mesmo entra senta aqui no sofá já estou terminando. A caminho da strass Steve olha fixamente para Sophie e pensa...

“Vou  pedir o número dela agora, depois pergunto por Angel.”

— Olha para frente Steve vai bater o carro na strass você olha para mim, Steve.

— É que é impossível ficar ao lado de uma mulher linda feito você, eu posso lhe fazer um pedido Sophie? Me passa seu WhatsApp assim fica melhor para mim chegar até você.

— Você nem esperou eu responder Steve? Mas passo sim me dá seu celular que eu digito para você, e olha para frente, quero chegar viva na strass. Sophie pega o celular na hora pensou em passar o número errado, mas em seguida mudou de ideia, passou o número e lhe veio à cabeça.

“Deixa rolar!”

Chegando na strass Steve estaciona o carro quando Sophie está descendo ele pergunta.

— Sophie, cadê aquela sua amiga? — Sophie olha desconfiada e responde:

— Se é de Angel que você está falando Steve ela está trabalhando e não é aqui ok?

— Tudo bem só perguntei porque você aquele dia a defendeu então pensei que fossem muito amigas.

— Adoro aquela garota Steve, ela é muito inteligente e lutadora, eu não sei o porque que seu amigo não dá o devido valor que ela merece. — antes mesmo que Steve respondesse, ela sai batendo a porta.

Steve a vê entrando por uma porta de lado da boate, espera um pouco e em seguida a as portas de frente e abertas, ele entra senta em uma mesa próxima do palco chama o barman para preparar um whisky para ele e pensa

“Vou ser direto com Sophie, ela também é uma mulher muito linda, inteligente e batalhadora não vou fazer rodeios com ela Henry se quiser que corra atrás de Angel, assim como estou fazendo” — em seguida pega o celular e faz uma ligação mais Henry não atende, Steve coloca o celular no bolso e pensa

— Breno está com ele ou está dormindo bêbado.

Chegando na boate já era esperada por Matheus.

— Boa noite Mary Angel pontual você.

— Obrigada Matheus, como combinamos vir às dezenove horas para assinar os documentos e em seguida trabalhar.

Matheus a leva até o escritório e lhe entrega alguns documentos, neles existem cláusulas que deixam Angel meio perdida, mas mesmo assim ela assina e logo em seguida é levada até o salão.

Durante a longa noite tudo corre bem, ela sempre pega sendo observada por Matheus, como ele disse ela seria observada por um tempo. Quando fecham as portas já está amanhecendo, Angel está visivelmente cansada e quando pega o celular para chamar um táxi, Matheus a interrompe dizendo:

— Você não vai conseguir Uber nesse momento, eu levo você em casa será mais rápido, e a  noite você precisa estar descansada.

Angel até tenta  não aceitar a proposta de Matheus dizendo:

— Mas você também está muito cansado Matheus, pode deixar que acaba aparecendo um táxi ou até mesmo ônibus daqui a pouco eles começam a passar, não se preocupe pode ir embora descansar — mais é vencida por um único argumento de Matheus.

— Mary Angel já estou acostumado a dormir pouco, se eu conseguir dormir no mínimo umas quatro horas estou pronto para mais uma noite, e te levar para casa não vai me atrapalhar dormir ok? Entra e vamos.

No caminho Matheus puxa conversa com Angel, mas ela apenas responde e fecha os olhos quando os primeiros raios de sol tocam seu rosto. Matheus a olha e pensa…

“Que porra Matheus tira o olho você é um homem casado” — mas  a beleza inocente de Angel lhe fulmina os pensamentos.

— Chegamos Mary Angel é esse o endereço indicado mesmo?

— Sim Matheus, obrigada pela carona.

— Até a noite Mary Angel — e sai cantando pneus.

Angel entra em seu apartamento muito cansada.

“Passar a noite toda em cima de um salto é muito cansativo, mas quem precisa sou eu” — Já terminando o banho vai para sala  ainda vestida com roupão e apaga.

Elizabeth já acordada vê tudo que sua filha está fazendo para sustentar a casa e levantando pensa em voz alta.

“Já chega de respeitar as vontades de Angel vou aproveitar que ela vai passar o dia dormindo e procurar um trabalho” — faz um café reforçado e sai na esperança de poder ajudar sua filha.


Atração Fatal |CEO e a Garota Da Boate(Disponível Na Plataforma Dreame)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora