Capítulo 24.5° - E em um instante tudo acabara, mundo e eu

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Stephanie Fearblood - vampira



Corria colina acima, o restante do grupo ficara lidando com o verme gigante. A visão começava a turvar, o solo irregular queimava através de suas botas e o nariz doía com intensidade crescente.

Um passo, outro, revirar do estômago, tossir e limpar o suor que começara a alcançar os olhos. De novo.

Parou, as pálpebras se erguendo ao limite, e a boca pendeu ligeiramente aberta. A frente, o caminho ao topo do relevo, era coberto por um intenso negrume. Isso é... morte. Não conseguiria respirar naquele mar de fumaça, talvez sequer pudesse estar nele. Posso acabar assada viva e caindo para servir de alimento ao monstro mais próximo. Cerrou os punhos, fechou os olhos e segurou a respiração. Se essa era a solução, se no final disso algo que fiz vai ter alguma valia, a morte... não importa. Correu. As trevas engoliram-na e o calor fez bolhas surgirem sobre a pele imediatamente. Acelerou ao máximo, tropeçou e atingiu o chão com palmas e joelhos, praguejou, fumaça densa a entrou o nariz, ardeu desesperadamente, ela tossiu enquanto punha-se de pé e continuava a correr sem abrir os olhos.

Chegou ao topo da montanha e fora do breu em um avanço de braços e pernas quase retas, mãos balançando moles e passadas que pendiam rumo a uma quase queda para o lado do pé que ia adiante. Sorriu, continuou a seguir em frente. Iria conseguir, não, talvez já até o houvesse feito por estar ali. Um, dois e três passos... então caiu. A bochecha e todo resto torrou contra o chão, fumaça subiu do contato e as íris rubras tinham as pálpebras quase completamente sobre si. Metros a frente ficava a borda de uma cratera. O local da lava. Se pudesse se mover só mais um tanto. Os lábios bambearam, lágrimas teriam subido aos olhos se não houvessem sido evaporadas junto ao suor horas atrás. Falta tão pouco. As pálpebras começaram a descer. Estava exausta. Tudo doí. Eu não sei nem se vale de algo estar aqui e...

Imagens do pai, das pessoas da Cruz do Primeiro, Antony, os tios e a avó cruzaram-na a mente. Cessou o tampar dos olhos a um fiapo de terminá-lo. Os punhos fecharam com os dedos arrastando-se sobre a areia vermelha. Estão todos mortos. Estou viva. Sou o que resta deles. A sobrevivente do que os matou. O que significaria sobre eles se ela fosse apenas deitar e morrer?

Mesmo que seja inútil, tenho que ir até o fim.

Um braço foi a frente, a mão fincou-se no solo e puxou o corpo. Mais uma vez e outra, músculos tensionados ao limite, a pele rasgando contra o chão e uma trilha de sangue marcando-lhe o trajeto. Eu vou fazer isso e... e talvez não fiquem tão irritados por eu ter sido a sobrevivente. Alcançou a borda da cratera e olhou para baixo. Merda. A lava estava a três metros de profundidade em relação a ela.

Eu poderia só me jogar por inteiro e problema resolvido.

Piscou lenta e vigorosamente. Então começou a erguer o tronco, os braços empurrando o solo e, devagar, ficando eretos enquanto eram forçados ao máximo. Antes de tremer, dobrarem e deixarem a parte superior do corpo encontrar o chão com um baque oco. Ugh... Queimava e doía em demasia.

Vamos.

Tentou de novo, gemeu, os braços bambearam e as pernas pesavam uma tonelada de agonizante carne queimando. Vamos, merda. Os dentes de cima pressionaram os de baixo com força. Vai, porra. Colocou um dos joelhos como suporte e logo o outro. Só mais um tanto. Levantou. Arfando, e sob tremores musculares, encarou a lava. Não tenho energia o bastante para continuar de pé e ainda moldar o terreno... fitou os arredores da cratera, desertos na meia lua que era visível dali. O ar ainda machuca, o calor ainda é insuportável e não há sinal de ajuda.

Talvez eu deva só pular. Terminaria o que vim fazer e não precisaria lidar com mais nada nunca mais.

Um profundo arrepio a atravessou e o corpo ficou imovel. Uma figura alta, de pelagem alva com pedaços de pele exposta e queimada estava de pé à esquerda. A cabeça da vampira girou na direção da criatura, as íris foram aos olhos da fera um metro acima. Eram de um roxo brilhante, a boca uma linha vertical que estendia-se por trinta centímetros. Oh. Avançou para o vulcão e morte, despencou após o segundo passo com frio preenchendo o estômago e o líquido amarelo e rubro se aproximando. E teve o antebraço agarrado e foi puxada para cima e trás. Merda. A mão de Stephanie se dirigiu ao punho da espada e... gritou, o braço sendo separado do ombro por dentes afiados. Vida rubra jorrou ferimento a fora, caindo e chiando sob o vaporizar por tocar o solo, a criatura mastigou o membro ruidosamente.

Então a arremessou montanha abaixo.

Stephanie atravessou a névoa escura, acertou rocha, rolou e sangrou. ''E em um instante tudo acabara. Mundo e eu'' o trecho de ''Dança do leste e oeste'' foi a última coisa que a passou a mente. 

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