100. Delicadeza De Um Furacão

26 7 25
                                    

A tensão tomou conta da atmosfera assim que, como eles, Crisântemo mergulhou na escuridão

Hoppla! Dieses Bild entspricht nicht unseren inhaltlichen Richtlinien. Um mit dem Veröffentlichen fortfahren zu können, entferne es bitte oder lade ein anderes Bild hoch.

A tensão tomou conta da atmosfera assim que, como eles, Crisântemo mergulhou na escuridão. Azura vislumbrou, por sobre as asas de Tohrak, as luzes da terra firme apagarem-se como um dominó, findando ali, no palacete.

A mulher olhou para trás. A mísera luz que surtia do horizonte lhe permitiu enxergar olhares recaindo sobre ela. Alguns pasmados, outros determinados. Só então percebeu o quanto segurava firmemente o arco e flecha que fizeram os Kinos. Parecia uma arma tão banal para uma guerra como aquela que sentiu-se estúpida. Mas, como prometera a Dante, tinha cartas na manga.

Ginevra saiu de seu posto e, trêmula, olhou para a amiga, procurando instruções.

- É com você - Azura falou alto o suficiente para que a bruxa ouvisse.

Ginevra estremeceu, mas não conseguiu identificar se o que sentia era bom ou ruim. Aos poucos, viram que a imensa frota do rei se mobilizava até eles.

Isso, pensou a bruxa. Venham.

- O que vai fazer, Gine? - a voz de Alaric chegou ao seu ouvido. Viu-o parado ao seu lado, as mãos pressionando o mastro do navio com tanta força que a bruxa apostou que ele poderia quebrá-lo se quisesse.

A mulher olhou para os lados. Sua intuição lhe dizia que os bruxos estavam prontos para o que combinaram. Seria logo e seria breve. Se não conseguissem, entretanto, seria o fim. Essa parte ela não verbalizou para nenhum dos cúmplices de um plano supostamente infalível. Seu olhar com Azura, ainda em terra firme, enquanto repassavam passo a passo o que fariam, já lhe dizia que a amiga sabia. Sem plano B ou C.

Da popa, Ginevra correu para a proa. Encostou o corpo no púlpito e involuntariamente apertou os dedos longilíneos na madeira gasta do barco. A respiração falhou mais de uma vez. Tentava não olhar para o horizonte, de onde o inimigo vinha. Olhou para o céu, entretanto.

- Vó - interpelou, esperando que mais ninguém a ouvisse -, se estiver aí, preciso de uma força aqui.

Outra vez, a bruxa fechou os olhos castanhos. Sentiu o medo na atmosfera, mas sorriu. Não estava com medo, ela. O medo vinha de , de terra, soprar em seu rosto com a brisa rebelde e desenfreada do mar. Os soldados estavam com medo.

Como se duas mãos reconfortantes pousassem em seus ombros, a força que lhe faltava chegou, nascendo da ponta dos dedos. Era a avó. Se não a avó, o pai. Estavam ali também.

O lábio inferior tremeu. O que fazia era arriscado, mas necessário.

- Gine! - ouviu o grito de Azura pressionando-a.

Do mar ao céu, Ginevra chamou Morgana. Pediu autorização à Deusa para o que ia fazer. Ia mexer em seu terreno, local desconhecido, desordeiro.

Uniu-se aos outros bruxos e pôs-se ao trabalho. Sentiu a marola sob o barco, o sobe e desce da embarcação e ouviu o som da guerra ao longe, aproximando-se.

Chamas de Petrichor {trilogia}Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt