Era curta a lista dos medos que afligiam a pequena garotinha de olhos cinzentos.
Primeiro, Azura não gostava do escuro. Ela era nascida de Petrichor, descendente de Sonca e Marama, os deuses do Sol e da Lua. Qualquer ausência de luz causava-lhe um p...
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Gisèle já conhecera o desespero, mas não era como se aquele contato passado tivesse deixado as coisas mais fáceis.
Ela estava segura, assim como Tereza e o pequeno Cöda, encontrados ali nas perdidas árvores do Bosque onde as belas fadas os trouxeram, parte daquele grupo.
Os trovões e raios começaram a iluminar os céus sobre suas cabeças e ela viu suas pernas se movimentando antes mesmo de lhes dar tal comando. Pelo escuro, encontrou os feridos, os enlutados, os perdidos. Mas não o encontrava.
- Caiden? - sua voz falhou ao chamar seu nome. Gisèle cambaleou por entre as árvores e vegetações como se estivesse embriagada pelo próprio medo. - Caiden!
- Gis?
Ela virou-se para a voz. Caiden saiu de trás de uma das árvores. Sua testa sangrava, ela viu quando um dos raios cortou o céu. Tirando isso, estava inteiro. O rosto da loira transformou-se em uma expressão de choro. Caiden abriu os braços e ela se jogou ali, aos prantos.
Nada precisaram dizer.
Caiden viu por cima dos ombros quando Tereza apareceu com Cöda nos braços. Ele sorriu para ela, e ela para ele. Gisèle estava cansada, com muito na cabeça. Seu corpo doía, o medo a consumia. O pavor de perder o outro, de perder seu irmão, sua pouco família que restava.
- Gis, eu vou ajudar os outros. Você está bem? - Caiden sussurrou em seu ouvido durante o caloroso abraço.
Gisèle sabia que o grande coração de Caiden não o deixaria parado quando podia ajudar. A loira engoliu o choro quando a primeira gota de chuva caiu dos céus.
- Estou bem - mentiu.
Caiden sabia que ela não estava, mas estava viva e era tudo o que importava. Ele voltaria para ela logo. O homem beijou a testa de sua amiga e a deixou ali.
Tereza viu Gisèle limpar o rosto e desaparecer dali quando Caiden aproximou-se dela.
- E você, Tereza? - o homem a chamou.
Ela apenas concordou com a cabeça.
- Preciso de um favor.
- O que precisar.
Tereza colocou Cöda nos braços do homem e o irmão ajeitou-se ali, tão pequeno e inocente. Os grandes olhos de Tereza se encontraram com os de Caiden. Ela tinha algo a fazer.
Deixou os irmãos ali e sumiu atrás de Gisèle.
A chuva caiu. Para os otimistas, para limpar as energias ruins. Para os pessimistas, para piorar a horrorífica noite pela qual foram obrigados a passar.
- Gis! - Tereza gritou, tentando acompanhar o passo da garota. - Gisèle!
A loira não parou, por mais que escutasse os gritos de sua amiga.