Capítulo XIII

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...

O grupo de amigos se divertiam a cada dia que passava.

O tempo se passou de maneira rápida e já faziam meses desde a chegada da nova Mel. Fernanda e os dois garotos compartilhavam de saudades pela a antiga, mas elas eram tão parecidas que com o tempo esse sentimento foi diminuindo sem que percebessem.

O relacionamento entre Matheus e Mel estava se fortalecendo, mas ela ainda não havia se declarado. Apesar do garoto aparentar não ligar muito, ainda assim pensava em qual momento isso aconteceria.

- Filha, vou precisar sair, qualquer coisa, me mande mensagem. - A mais velha adentra a sala e caminha até a porta, se despedindo.

Melissa apenas faz um aceno com a cabeça, estava concentrada em um de seus programas de documentários preferidos. Ela gostava de coisas relacionadas a crimes e investigações.

Murmura algo ao ouvir uma notificação de seu celular e pensa durante alguns segundos se olha ou não. Era uma mensagem com um número desconhecido, que a fez se assustar.

- Que merda é essa? - Levanta do sofá ainda sem entender o que acabara de acontecer.

A mensagem não era muito grande e dizia algo como: Eu vou acabar com tudo isso.

Ela mandou algumas mensagens, mas não houve retorno. Ficou durante 10 minutos pensando sobre o que ocorrera e suspira. Aquilo só poderia ser uma brincadeira de mau gosto.

Melissa

- Provavelmente é alguém com alguma brincadeira. - Vina abraça Nanda de lado afim de conter um pouco o frio, ou pelo menos é isso que acho.

Vê-los juntos era adorável, mas ao mesmo tempo muito diferente. Apesar de estarem assim alguns meses, ainda havia aquele sentimento de novidade.

Nós estávamos em frente a um café. Faz quase uma semana que o clima está chuvoso e bem, estamos com alguns dias de férias, então não reclamei tanto. Gosto da chuva.

- Pode ser. - Balbucio querendo apenas mudar de assunto, algo que não faz muito sentido, já que ao mesmo tempo queria conversar sobre. - Vamos entrar.

Assim que sentamos a chuva começou a aumentar, me deixando preocupada já que Matheus ainda não apareceu.

- Logo ele chega. - Levanto o olhar e concordo com o garoto em minha frente.

- Caramba, realmente hoje tá frio. - Era estranho para nós, já que estamos mais acostumados com o calor.

Olho para a porta ao ouvir o barulho de alguém entrando, era ele. Estava ensopado, me arrancando algumas risadas. Estava aliviada ao mesmo tempo. Sentia um pressentimento ruim, ainda bem que era com ele.

- Desculpa ter marcado de sair, não sabia que ia chover tanto. - O vi se sentar ao meu lado e me afasto um pouco.

- Você só tá rindo da minha pessoa! - Finge estar aborrecido e Nanda pigarreia.

- Vão namorar em outro lugar, vamos conversar agora. - Reviro os olhos, ela vive se agarrando com o namorado e nem reclamamos. Pelo menos, não tanto.

Fizemos nossos pedidos e eles ainda ficam embasbacados toda vez que digo que não gosto de café. O gosto não era muito bom. Na verdade não era bom mesmo.

- Café é vida! - Matheus suspira inalando o cheiro de seu café, faço cara de nojo em tom de brincadeira.

- Sério, não sei como somos amigas. - Olho desacreditada para Nanda. - Essa bebida é boa demais.

- Deve ser porque você não vive sem mim. - Modéstia a parte, era verdade. - E porque só eu pra te aturar nessa vida.

Conversamos bastante e esqueci totalmente de falar sobre o assunto principal. Será que realmente precisava? O único que ainda não sabia era o Matheus, além disso, nem parece algo sério mesmo.

Ao nos despedirmos, Nanda me acompanha até em casa, já não chovia mais, porém o frio continuava predominante, me trazendo arrependimento de não ter pegado um agasalho quente.

- Sua casa tá sempre meio vazia, lá em casa os meus parentes ficam tanto tempo, que nem parece mais minha casa. - Joga a bolsa em um dos sofás.

Optamos por assistir algumas séries e fiz bastante pipoca. Estava realmente com fome, mesmo tendo acabado de comer no café.

Matheus

- Ela recebeu uma mensagem assim? - Engulo em seco.

Me deixa incomodado saber que Mel não me contou sobre o que tinha acontecido, mas meu primo tenta me acalmar dizendo que pode ter sido apenas uma brincadeira de alguém e ela acabou deixando de lado.

Nós somos tão próximos, mas às vezes me pergunto se ela confia o suficiente em mim.

Eu sinto seus sentimentos, ela já quase disse que ama algumas vezes, mas sempre desconversava.

De qualquer maneira aquilo só me motivava a querer continuar tentando.

- Acho que vou ficar por aqui, voltou a chover. - Concordo com meu primo, que olhava a janela.

Ficamos jogando conversa fora, mas o pensamento sobre o Mel não ter me contato da mensagem, continua em minha mente. Martelando os restos de miolos que ainda tenho.

Ficar preocupado com a mesma já era uma rotina. Assim como ela tinha medo, eu também tinha e muito. Sou um garoto medroso, principalmente se o caso for perder a mesma.

Ela conseguiu me conquistar tão intensamente, como se fosse pra ser desde o início. Eu sinto tanto por ela que esse sentimento chega a querer transbordar de meu coração.

Sei que gostava da Mel anterior, mas essa me pegou de um jeito inexplicável.

Acho que é isso ficar apaixonado, e talvez amando...

...

"Por que eles parecem tão felizes?"

Aquela pessoa se assombrava constantemente com tal pergunta, se sentindo vazia e triste.

Balbucia algumas coisas sem sentido e continua observando tudo a sua volta. Estava indignada com tudo que estava acontecendo.

Nota Mental

O gosto amargo do café me lembra um pouco o gosto de minha vida.

Minha Outra VidaWhere stories live. Discover now