A Escolha: Defina seu futuro

Decisão

Valerie estava diante de uma escolha difícil, queria a todo custo salvar sua própria vida, mas também não parecia ser certo condenar alguém dessa forma.

Essa indecisão era algo novo para ela, sempre achou que sua escolha seria rápida, sem nenhuma hesitação. Porém, ao que parece, não é tão simples assim.

- Então... O que você escolhe? - a voz da cabine mostra-se presente novamente, a pressionando para escolher.

- Eu ... Eu escolho ... - sua mente estava confusa, mil pensamentos por segundo passavam em sua cabeça. Começava a ficar aflita, ofegante. Era uma sensação nova para ela.

Um holograma em vermelho com a contagem regressiva partindo de dez segundos, surge à sua frente.

- Você esgotou seu tempo limite dentro da cabine! Saia e só retorne quando tiver feito sua escolha.

Aos últimos três segundos, Valerie faz sua escolha, batendo suas mãos sobre a mesa.

- Eu não quero morrer! - havia um certo desespero em sua voz.

- Fez sua escolha! ... No exato momento em que o relógio marcar meia-noite no último dia deste mês, uma pessoa completamente aleatória morrerá! Assim que uma escolha é feita, um destino é traçado e nada pode agir contra isso! ... A Central de Acompanhamento de Cognição, vulgo CAC, agradece sua colaboração! ... Está liberada para voltar para casa.

Valerie se levanta e sai.

Enquanto isso.

Richard e seus filhos arrumavam o quarto de hóspedes, o qual daria abrigo ao jovem intercambista, Kailan Olsen, o dinamarquês.

Richard e Karol pareciam cochichar olhando para Josh. Ele estava quieto a manhã toda, nem sequer parecia estar ali.

- Filho, o que foi? Tá todo quieto aí. O que tá te incomodando? - Richard resolve perguntar.

- Nada demais. Eu só... Sei lá. Tô meio perdido em algumas coisas na escola, sabe?! Conteúdo difícil. Tô pensando no que fazer. - Josh tenta despistar.

Karol encara o irmão de cima a baixo, o analisando.

- Ele tá mentindo! - diz em tom de julgamento.

- Você mente pra si mesma e ninguém tá falando nada. - acusa.

- Ei, ei! ... - Richard interrompe. - Sem ódio gratuito dentro dessa casa! Estamos entendidos?

- Sim, pai. - resmungam os dois.

- Karol, vai pôr meu celular pra carregar, quero ficar sozinho com seu irmão. - ele retira o celular de seu bolso traseiro e entrega à ela, que sai logo em seguida.

Richard se aproxima de Josh, sentando-se em uma caixa de papelão à frente dele.

- Conversa comigo. - diz em um tom doce e compreensivo.

Josh suspira, um tanto cansado.

- Eu tô preocupado com a Valerie. Hoje é o dia da escolha dela, e eu não tô com um bom pressentimento.

- Se ela é tão fria e inabalável quanto você e sua irmã descrevem, ela vai ficar bem! - tenta confortá-lo.

- Vidro também parece ser algo bem forte e resistente, aos olhos de quem observa à distância.

- Quer dizer que não acha que ela seja forte? - Richard acha a comparação feita pelo filho, um tanto confusa.

- Ela é! ... Só que... Pessoas fortes são sempre as mais quebradas. Ela se mantém distante de tudo e todos pra evitar se machucar ainda mais. Eu sei disso. Eu vejo.