Eu nunca havia perdido uma luta, mas nunca precisei enfrentar soldados experientes e treinados antes, geralmente eram jovens mais velhos e quando eu não os matava os via serem torturados e ter seus corpos estuprados e invadidos pelos bastardos dos soldados de meu pai, assim que eu pudesse, se eu sobrevivesse mataria cada um, um por um.

Olhei bem no fundo dos olhos escuros daquele velho nojento e me enxerguei ali. Meu pai se é que posso chamá - lo assim queria me punir, mostrar - me o meu lugar de inferioridade, pois matei a mulher a qual amava.

Dentro de mim amaldiçoei ele e Nineveh por ser fraca e morrer deixando - me o fardo de aguentar a ira de um homem inescrupuloso e sem o mínimo de honra. Torci meu pescoço me preparando para lutar.

Decidi ali que se eu sobrevivesse não deixaria Mardok I, o flagelo da Assíria brincar comigo como se eu fosse seu fantoche, seu saco de pancadas regular. A partir de hoje se eu respirasse ainda eu seria seu pesadelo, não ele o meu.

Eu seria o caos, seria mais pérfido e vil que ele, e se algum da eu tivesse que matá - lo o faria. Se eu me salvasse eu seria grande, faria o nome Uard morrer, depois de mim não viria mais ninguém, e eu seria o senhor do mundo conhecido, cavalgaria tal qual um executor do submundo trazendo morte, devastação e destruição. Eu foderia o mundo. Derrubaria Reis e dizimaria nações. Eu mostraria aquele verme a minha frente que o material que me fizeram era muito mais resiliente que o dele.

Meu corpo jovem e debilitado seria um empecilho, apesar de ser um garoto muito grande para minha idade como diziam, não poderia contar com força ou com o meu porte, pois eram homens feitos e bem maiores que eu, além disso estavam em melhor condição, tudo que eu tinha era fome e revolta. Então resolvi encarar os dois homens a minha frente como presas. Eu os cercaria, me fingiria de fraco e depois os cortaria.

- Abram a gaiola e vamos ver do que esse verme é capaz. Depois vocês podem fazer o que bem entenderem com ele.

- O garoto tem longos cabelos, o rosto dele é de alguma forma feminino, és muito bonito. - Falou enquanto ajeitava seu pau no meio das pernas. Aproveite para tocá - lo muito, pois será a última vez que o terá grudado no corpo velho asqueroso.

- Deve ser uma delícia me fartarei dele. Está ouvindo garoto? Não lute muito e quem sabe eu seja delicado quando invadir seu corpo. - Vi um lampejo de dor passar pelo rosto do que se diz meu pai. Muitos dizem que eu ostentava os traços de Nineveh apesar de as características mais marcantes serem desse ser asqueroso a minha frente. Trinquei os dentes ocultando minha fúria.

- És mudo? - A gaiola foi aberta e eu puxado bruscamente pelo homem que dizia tamanhas asneiras. Eles não sabiam quem eu era? Provavelmente se eu não os matasse ambos seriam executados depois. Eram apenas peças no jogo que meu pai fazia comigo. Para me destruir. Para me quebrar. Para me aterrorizar.

Quando consegui levantar - me tive meus cabelos puxados com força para trás. O bafo fétido de merda e bebida do infeliz próximo as minhas narinas fez meu estômago embrulhar. Dei um sorriso cruel não permitiria que ninguém me humilhasse. Eu humilharia, eu subjugara e aniquilaria hoje e sempre.

Eu já tinha notado a faca longa que o velho carregava em seu cinto, o porco gordo se distraiu tentando me tocar inapropriadamente e puxei o objeto afiado em um movimento rápido enfiando - a na barriga dilatada dele.

Não satisfeito alavanquei a faca rasgando todo o caminho até o seu externo, sua carne se abriu como as poucas flores de lótus que observei no Aquitu, a celebração do ano novo Assírio no festival da primavera, me dando o prazer de ver suas vísceras escorregando de dentro de seu corpo imundo, seu sangue nojento manchando minhas mãos e braços.

Da guerra ao AmorWhere stories live. Discover now