- Nem começa. - exclamei.
- Mas eu só estou te tocando. - disse, com falsa inocência.
- Como se com você uma coisa não levasse a outra.
Ele sorriu.
- Lembro de você no carro falando que vai fazer tudo que eu quero hoje.
- Isso foi em relação a foto que apaguei. Só isso.
- Mas ainda é tudo que eu quero.
Quando ele fez menção de se aproximar, eu suspirei.
- Ok, vou manter minha palavra. - falei, sabendo que no final eu nem ia conseguir negar mesmo. Ainda mais negar algo para ele. - Mas olha lá o que você vai pedir.
Ele deu a volta na mesa e parou dessa vez ao meu lado.
- Bom... - ele começou, e notei um brilho em seus olhos. - Tem uma coisa que eu quero muito.
Franzi o cenho desconfiada.
- O que?
Ele se inclinou na minha direção e sussurrou calmamente no meu ouvido. Quando processei suas palavras, dei um passo para trás.
- Não. - foi minha primeira reação. - Isso não. Nunca.
- Por que?
- Por que não. - falei.
- Você não me deixou terminar de falar.
- E nem vou.
Ele pareceu achar graça do meu espanto.
- Tudo bem, esquece o que falei. - falou, não me convencendo. - Vou pegar alguma coisa pra gente comer.
Quando ele saiu, fiquei pensando em suas palavras. Tudo em mim rejeitou o que ele sussurrou no meu ouvido. Mas não totalmente.
Ângela escolheu aquele momento para finalmente dar o ar da graça.
- Que cara é essa? - minha amiga perguntou. - Parece que viu um fantasma.
- Não é nada. - respondi, rapidamente.
- Eu te conheço, o que tá rolando? - insistiu, agora preocupada.
- O Bruno me pediu uma coisa, mas não importa. Não vai acontecer. - exclamei, e joguei um pacote de balão na direção dela. - Dá uma olhada no que compramos.
Ângela segurou o pacote e caminhou até a mesa.
- Só comprou dessas cores? - perguntou, vendo as outras cores de balões na mesa.
- Sim, acha que não vai ficar bom? - perguntei, preocupada.
- Não é isso, sei que vai ficar perfeito. Só achei que fosse comprar tudo rosa. - respondeu.
- Seria muito limitado, só uma cor na decoração. - falei.
Ela assentiu, concordando.
Bruno voltou e trouxe com ele uma bandeja. Parou novamente ao meu lado e deixou a bandeja na mesa. Vi que tinha pão, bolo, fruta.
Encarei meu marido e notei que ele tinha o mesmo brilho em seus olhos. Como alguém que está tramando algo.
- Caprichou em. - minha amiga disse, e pegou um pedaço de bolo.
- Tudo para o amor da minha vida. - falou, e me olhou de forma carinhosa.
Isso aumentou minha desconfiança.
Quando Ângela caminhou até uma das janelas, eu aproveitei para falar com ele.
- Pode parar de me bajular, você não vai ter o que quer. - falei, em um tom baixo.
- Não seja tão desconfiada. É só uma bandeja.
- Eu te conheço. - falei, sabendo de suas verdadeiras intenções.
Ele não é bem conhecido por desistir facilmente.
- Então o que eu espero receber trazendo essa bandeja, meu amor? - perguntou.
- Você sabe muito bem.
- Eu quero ouvir você falar. - exclamou, interessado na minha resposta.
- Não.
- De tudo que já fizemos por que é tão difícil você falar que eu pedi pra comer seu...
- Faca quieto. - empurrei ele fazendo o mesmo rir.
Por estarmos falando baixo, Ângela não conseguia ouvir.
- Eu amo isso em você, sabe? - falou, e tocou meu rosto para segurar meu queixo. - É tão descarada na cama, mas fora dela fica envergonhada por qualquer coisa que falo. Isso te torna a mulher perfeita.
Ele me deu um beijo e me soltou.
- E a comida eu trouxe porque você não almoçou. Sempre cuidei de você sem esperar nada em troca, não vai ser diferente hoje.
- Ainda não acredito em você. - exclamei, mesmo sentindo a sinceridade em suas palavras. - E você esqueceu do suco.
- Não esqueci, deixei pra pegar depois. Fiquei com medo de derrarar na bandeja. - explicou. - Quer qual sabor?
- De uva.
- Então vou trazer de laranja. - disse, sorrindo.
Sem esperar por uma resposta, meu marido saiu do cômodo.
Angela fez um som que acabou chamando minha atenção.
- O que foi? - perguntei, notando que ela ainda olhava pela janela.
- Ali está a bola branca da mesa de sinuca. - falou.
- O que a bola branca da mesa de sinuca está fazendo no jardim? - perguntei, estranhando.
- Eu meio que deixei cair acidentalmente pela janela.
- Você sentiu o peso daquilo? E se caísse na cabeça de alguém?
- Não caiu... quer dizer, você viu a Crystal por aí?
- Pra sua sorte, ela foi embora bem cedo. - exclamei.
Quando Bruno voltou, ele me ajudou a planejar como vamos decorar tudo. Os próximos dias vão ser corridos e eu estou ansiosa por isso.
Como meu marido disse: "um novo começo"
Não me matem, eu não sumo de propósito. Gostaria de postar um capítulo por dia, mas não é possível.
Alguns caps para o final.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...
Capítulo 88: Tudo Que Eu Quiser
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