Capitulo 24

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Na manhã seguinte estava em todos os jornais. Revistas se adiantaram em matérias sobre a tardia aparição da deslumbrante senhora Herrera. Haviam fotos dos dois parados, em frente ao evento, fotos dos dois aos beijos, dançando, conversando, sorrindo... Tudo. Madison e Kristen foram conversar com Anahí na manhã seguinte, mas a simples possibilidade de ela estar apaixonada por Alfonso era remota. A rotina de sexo-e-mais-nada continuou a todo vapor. Houve um jantar na casa de Grace naquela semana, e ela parecia satisfeita.

Rebekah: Eu ainda acho um nome pesado pra uma criança. – Disse, pensativa, com Greg no colo. 

Greg: Meu nome é pesado? – Perguntou, curioso, virando o rosto pra Anahí.

Anahí: É. E é um nome lindo. – Disse, tranqüila – Enquanto você é criança, você é Greg, e é fofo. Quando você crescer será Gregory Herrera, isso causa impacto. – Greg assentiu, satisfeito.

Madison: Vocês não me deixam nem escolher o nome da minha filha em paz. – Disse, exasperada, com uma revista de nomes na mão.

Kristen: Margaret não, Madison. Ô inferno. – Disse, tomando a revista. Anahí riu – Eu tenho certeza de que sua preferência é outro ataque hormonal. 

Madison: Tá, é claro que Margaret não. Apesar de que Margaret pode ser Meg. – Alfinetou Anahí – Mas são tantos nomes!

A conversa ali continuou, animada. Greg não sabia ajudar, mas gostava de estar no meio. Nunca entendia nada do que os irmãos falavam – “conversa de adulto”, eles sempre diziam. Alfonso se afastou por um instante, atendendo uma ligação, e quando desligou a mãe aguardava atrás dele. Ela sorria, alegremente. Grace gostava de ter a família reunida. Alfonso riu de leve da expressão dela, abraçando-a e beijando-lhe a testa.

Alfonso: Esse seu sorriso vale mais do que eu tenho guardado no banco. – Brincou, e ela riu, os dois andando abraçados pro centro da sala.

Grace: Gosto de ver vocês reunidos, em paz, mesmo Jennifer não tendo vindo. – Alfonso deu espaço pra mãe sentar, e ela se sentou, trazendo-o pela mão – E estou feliz por você ter me obedecido.

Alfonso: Mãe... – Suspirou.

Grace: Não sabe a felicidade que me deu quando as revistas chegaram, querido. – Disse, apanhando uma na mesa de centro. Era a People, e a capa eram Anahí e Alfonso, ofuscantes em tanta perfeição no tapete de entrada.

Alfonso: O que eu não faço pra vê-la feliz? – Perguntou, tranqüilo. Era verdade. Alfonso faria qualquer coisa. Não era o filho mais velho, nem nada disso, mas desde que Richard morrera ele se prometera que tomaria conta da mãe e a protegeria não importa do que. Ela deveria ser feliz. Ele faria isso em memória do pai.

Grace: Não fale como se fosse um favor. – Disse, falsamente aborrecida, folheando a revista – Vocês estavam tão lindos juntos. – Suspirou. Alfonso sorriu de canto com a felicidade dela, sem nem olhar a revista – Ela estava divinamente vestida. Impecavel. Você deu tanta sorte, querido. – Disse, sorrindo.

Alfonso: Não acredito em sorte, dona Grace. – Disse, tocando o nariz dela – Eu faço minha própria sorte.

Grace: Sorte, sim senhor. – Disse, cortando-o – Sorte de tê-la reencontrado, sorte de vocês terem se entendido. Ela está louca por você. – Alfonso quis rir – Do que está achando graça?

Alfonso: A senhora enfeita o que quer ver, mãe. Meu casamento não é nenhuma maravilha. – Descartou.

Grace: Escute, eu vivi pra ver vocês crescerem. Anahí ama você. – Alfonso riu de leve – Ela não disse ainda?

Alfonso: Nem vai. – Dispensou, divertido.

Grace: Há 6 anos atrás, Robert me trouxe Kristen em um jantar de noivado. – Lembrou – O olhar dela pra ele me lembrava o modo como eu olhava Richard, quando ele não estava me observando, então eu soube que ela o amava e que eles seriam felizes. – Ela folheou a revista – É desse olhar que eu estou falando. 

E ela mostrou. Alfonso olhou, desinteressado, mas seu sorriso se fechou. Era uma foto dos dois dentro do evento. Ele conversava com um empresário, distraído, mas Anahí sorria, olhando-o. Grace riu ao ver a expressão dele, que apanhou a revista, olhando-a direito. Houve outro flagra desses com eles na mesa. Ele conversava com Kristen, e ela o observava, moderada, com um sorriso de canto no rosto. Ele folheou, vendo os dois dançando, observando atentamente as expressões dela.

Grace: Porque eu sempre tenho que te mostrar as coisas mais obvias? – Perguntou, acariciando os cabelos dele carinhosamente, daquele jeito que só mãe sabe fazer.

Alfonso: Não é possível. – Murmurou consigo mesmo, apanhando outra revista na mesa e abrindo-a.

Grace: Claro que é, querido. Vocês são casados, são bonitos, são jovens. Era só uma questão de tempo. – Grace estava enterrando Anahí sem nem saber, pá por pá – Eu disse a você: Dê um pouco de espaço a ela, e ai está. – Disse, satisfeita.

Alfonso: Impossível. – Repetiu, consigo mesmo.

Grace: Só dê tempo a ela. Trate-a bem. – Aconselhou, satisfeita – E não a perca, Alfonso. Só se encontra um amor desses uma vez na vida, e tem pessoas que nem o encontram. Não a perca. – Concluiu, e ele encarou a mãe.

Um tempo depois Grace saiu, atendendo a um chamado das noras, e Alfonso continuou lá, estudando as revistas do mesmo modo como ele estudava projetos da empresa, filtrando as expressões de Anahí em cada foto e analisando-as. Quando não havia mais revista ele parou, pensativo. Virou-se por um instante para olhá-la, e o olhar dos dois se cruzou. Se manteve por um instante, então ela sorriu consigo mesma, virando o rosto. Alfonso seguiu observando-a, mas ela sorria com as outras, entretida com a conversa. E parecia que ele havia ganhado a arma que o faria ganhar esse jogo, massacrando-a de vez. A mesma arma que ela usara contra ele, anos atrás. De algum modo estranho e tortuoso, parecia que agora ele tinha o coração dela.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora