Demônios não dormem - II

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Los Angeles | Em algum beco da cidade

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[...]

- Sabe - Lúcifer puxou os pulsos da incubus com violência, lançando sua filha no chão enquanto a rondava com um olhar inexpressivo sobre ela - Eu deveria fatiar você em pedaços e dar de lanche para os nossos cães do inferno, seu sangue os faria crescer como dignos monstros e ao contrário de sua postura eles seriam úteis e definitivamente mais sérios em missões.

Catra arfou, o medo estava cobrindo sua aura e o diabo riu baixinho da retração da filha.

- É engraçado como guardiões... não, ainda melhor, como animais poderiam levar a maldita alma mais pura para o inferno tão rapidamente. O que deu em você? - Ele rosnou enquanto gesticulava, agarrando o ombro da mais jovem e apertando seus ossos como se seu principal objetivo fosse quebrá-los - Como você envergonha sua existência assim?

A incubus respirou fundo enquanto encarava os olhos amarelos sombrios de seu pai, boquiaberta tentando formular uma boa desculpa, mas nada pareceu convincente o suficiente em sua mente.

- Você não é capaz de matar uma humana e também não é capaz de me dar uma resposta concreta - Lúcifer agarrou os ombros de sua filha e a lançou novamente contra a parede espatifada anteriormente - O que há de errado com você?!

O grito grave que rasgou a garganta do homem fez a incubus estremecer, a dor em seus membros não era tão ruim mesmo considerando a força que ela foi atingida repetidamente, mas se sentir tão fraca diante de seu pai a fez pensar que, se ela optasse pelo silêncio, poderia ter mais tempo para mantê-lo longe de Adora até que a humana estivesse na segurança de seu quarto onde ninguém além dela está autorizado a entrar.

E mesmo que isso resultasse em horas de espancamento ela ainda o faria.

- Eu sinto muito... - A incubus murmurou

- Sente mesmo? - O demônio gargalhou, se tornou um pouco assustador quando um golpe foi desferido na parede bem ao lado de seu rosto - Me diga a razão.

Catra manteve seus olhos fixos no chão, sem coragem para encarar o diabo novamente. Ela temia que suas emoções fossem escancaradas se o fizesse. Novamente o silêncio foi sua melhor opção.

- Olhe para mim, Catra - O senhor do inferno ordenou, segurando o queixo de sua filha

Os olhos esverdeados cravaram na cicatriz na bochecha esquerda do diabo antes de suas orbes se encontrarem. O lábio dela estremeceu antes de ver a feição de seu pai se suavizar instantaneamente.

- Nunca mais tente me contrariar - Catra franziu a testa com o que foi dito, mas permaneceu quieta para que o diabo pudesse dar continuidade em sua fala - Sua frequência cardíaca está elevando graças a sua preocupação patética, uma híbrida que ronrona e deixa suas pupilas dilatarem - Lúcifer citou, inclinando a cabeça com um sorriso surgindo aos poucos em seus lábios - A Adora significa alguma coisa para você

- Ela é minha vítima-

- Eu entendo a razão pela qual você mente para mim, mas por que continua mentindo para si mesma?

Durante todo o tempo que se passou, a incubus estava tão focada em desfrutar das coisas que nunca teve a oportunidade de fazer que acabou se esquecendo de seu propósito. As coisas mudaram em um período de tempo muito curto e seu direcionamento e toda sua devoção ao inferno e a sua existência se tornaram um fardo.

Ela odiava ter que lidar com o fato de que uma hora ou outra Adora estaria condenada para sempre.

Catra esqueceu que nunca poderia estar com ela como realmente gostaria. Apenas o fato de beijá-la já era bastante perigoso, sexo então... fora de cogitação.

The Devil's Touch - Catradora (G!P)Where stories live. Discover now