XVI - "She is my mate"

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Assim que a confusão cessou eu atravessei para fora do salão.
Haviam muitas pessoas que gostariam de se vingar de mim por algo que eu tinha feito a mando de Amarantha, e se desejassem acertar as contas ali... já tinha visto e provocado morte e confusão o suficiente durante todos aqueles anos.

E então tinha ela beijando e abraçando Tamlin, o olhando como se fosse único. Também não conseguia suportar ver aquilo.

Fui para o quarto que tecnicamente era meu e fiquei por ali.
Alguns Grão-Senhores se reuniram para discutir sobre como seria agora que Amarantha tinha caído.
Eu não estava em nenhuma delas. Tirando Helion, com quem conversei brevemente, nenhum deles era meu aliado, ou tentava ser.
Eu tinha manchado minha imagem o suficiente para maioria deles não querer aproximar-se da Corte Noturna.

Eu precisava ir embora. Precisava voltar para casa, para Velaris. Para minha família.

Além disso, deveria ter muito trabalho para fazer. Cinquenta anos longe e com meu Círculo Íntimo preso em Velaris... a Corte Noturna deveria estar uma bagunça, a Corte dos Pesadelos, os Illyrianos...

Mas eu também precisava falar com Feyre, me despedir ao menos. E ela precisava descansar um pouco.

Então esperei o máximo que podia e fui até uma varanda que eu sabia existir perto do quarto que ela ocupava com Tamlin. Deixei minhas asas virem  tona, ar fresco as tocava, chamando para prova-lo pela primeiras vez em quase cinquenta anos. Então puxei aquela ligação ainda estranha para que ela viesse até mim. A guiei até mim.

Quando ela chegou, sibilou contra a claridade, protegendo os olhos com o braço.
Ela tinha passado meses sem ver a luz do sol, e agora com a visão feérica..

— Esqueci que faz um tempo para você. — Disse.

Ali estava minha parceira. Agora não mais humana, feérica, com séculos e séculos de vida a frente... mas ela... ela parecia tão cansada. Tão exausta. Tudo o que ela havia passado...

— O que você quer? — Ela perguntou. Mas não saiu com um tom afiado, apenas... cansada.

— Apenas dizer adeus. — O vento passava por nós, me chamando. Eu precisava ir para casa, mas era como se eu estivesse deixando parte de mim para trás. — Antes que seu amado a leve embora para sempre.

— Não para sempre. — Ela disse agitando os dedos onde a tatuagem pintava. — Não tem uma semana todo mês?

Eu era um desgraçado egoísta por não liberta-la daquele acordo depois de tudo o que Feyre tinha feito. Libertado toda Prythian de Amarantha com seu último fôlego. Mas eu não podia. Eu não tinha intenção alguma de cobrar o acordo por toda a vida dela, mas sabia que quando Tamlin a levasse, ele jamais permitiria que eu me aproximasse de Feyre novamente... o acordo, era a única coisa que permitiria que isso acontecesse ao menos uma vez.

— Como pude esquecer? — Perguntei sorrindo um pouco.
Na próxima vez que eu a visse... eu a libertaria. Não ainda... mas dá próxima vez, eu prometeria que seria a última. Eu só... não poderia fazer isso agora. Algo em mim dizia para não fazer isso agora.

Ela me olhou de uma forma... como seu eu não fosse o monstro que todos acreditavam que eu era. Olhava para mim, como se eu tivesse algum valor, mesmo depois daqueles cinquenta anos com Amarantha. Como se por um instante, me enxergasse de verdade.

— Por quê? — Ela perguntou.

Eu sabia ao que ela se referia. Porque eu, sozinho e contra todas as chances peguei aquela adaga para matar Amarantha.

Porque.. porque ela era minha parceira. E mais do que isso, porque eu estava apaixonado por ela antes mesmo de saber sobre isso, porque eu a amava desde o momento que ela havia adentrado meus pensamentos.
Porque quando Amarantha começou a tortura-la, a dor que eu senti era a pior que eu já havia sentido. Porque ela estava morrendo e eu não suportaria isso, eu preferiria morrer junto, morrer lutando pela sua vida do que observar sem fazer nada. Porque... de repente, tudo o que eu via em minha frente era ela.

A Corte do Príncipe SombrioNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ