Resiliência (LGBTQ) [MPREG]

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E SAIU A NOTICIA QUE O MUNDO NAO ACREDITOU!!!!

Hernandes dirigia abatido para sua luxuosa mansão, ainda estava um pouco abalado com tudo que ouviu, se culpava de tantas maneiras que suas mãos chegavam a tremer diante tanto arrependimento.
Deixou o carro estacionado de qualquer jeito na garagem, tudo que queria era tomar um banho e pensar, mas antes que pudesse fazer qualquer uma das coisas a voz de sua mulher soou estressada pela sala.

— Posso saber aonde você estava? — sua raiva era palpável, se sentia frustrada pelo fracasso do seu casamento — Provavelmente com alguma puta na rua?

— Michele... — ele revirou os olhos, a verdade é que não conseguia mais tocar sua esposa desde que Arin o havia deixado, sempre tanto casos pela rua, obviamente nada tão intenso quanto o que tivera com o outro — Eu estava resolvendo um problema, podemos conversar amanhã?

— É sempre assim, estou de saco cheio das suas desculpas!!! — dizia ela enquanto descia as escadas furiosa — Eu me dediquei a você, fiz tudo por você!

— E o que você quer de mim?

A verdade é que Hernandes foi coagido a casar com Michele por pura pressão dos seus pais, as duas famílias eram bastante unidas.
Ele não esperou uma resposta e logo correu e se trancou em um dos banheiros, se despiu e entrou no chuveiro, as palavras de Arin ecoando na sua cabeça, ele amava aquele homem, mas jamais poderia causar a ruína da sua família, mas ele não abriria mão do seu filho, perdeu tanto tempo, e agora estava disposto a participar de tudo na vida do seu filho.

E quando pensava em Arin sua cabeça chegava a doer, como ele estava mudado, mas ainda tinha o mesmo olhar que fez com que ele se apaixonasse, se tivesse feito diferente estariam casados agora, se tivesse aberto o jogo desde o início, se tivesse sido homem o suficiente para expor seus sentimentos.

Pensou no rosto do pequeno Kayin, ele o odiaria? Ficaria feliz em ter outro pai? Ele o chamaria de pai?
Sempre quis ter um filho e agora que finalmente tinha, o medo de ser insuficiente para o pequeno martelava seu peito. Ele tinha os mesmos olhos que os seus, que os da sua mãe.
Ele era lindo, e tirando os olhos era uma total e fiel cópia do Arin.
Precisava abrir o jogo com sua família, tomaria finalmente coragem para fazer suas próprias escolhas, casar com Michele foi a última decisão ruim que tomou em prol dos seus pais.

Ele já amava aquele garotinho mesmo sem conhecê-lo direito, e ele não perderia mais nem um minuto com ele. Pensando nisso ligou para seus pais e só então foi dormir.

No outro dia quando descia as escadas a primeira coisa que encontrou foram seus pais e Michele sentados na sala esperando.

— Finalmente, estava aqui conversando com a adorável Michele, vocês dormem em quartos separados? — A mãe, Stela como sempre muito gentil

— Bom dia pra vocês também. — respondeu seco — Foi ótimo tocar nesse assunto, para começar, Michele, eu quero o divórcio.

— Você só pode estar de brincadeira com a nossa cara, Hernandes! — Juan seu pai se levantou furioso — Isso está fora de cogitação!

— Hernandes, porque isso agora? Você tem outra? — Michele disse nervosa

— Tenho outro Michele, tenho um filho, e isso entre a gente nunca daria certo, eu sou gay. — Todos ficaram impactados — E pai, eu não pedi sua autorização, já faz tempo que não preciso mais dela pra nada, eu chamei vocês aqui apenas por pura consideração.

Ele se sentou em uma cadeira em frente aos três e continuou.

— Há um tempo atrás eu tinha um caso, cometi incontáveis erros, inclusive aceitar esse casamento fadado ao fracasso por pura pressão de vocês.

— Você não vai arrastar meu nome na lama! — Gritou seu pau furioso — Viado!! Um merda de filho viado!!!

— Você estava me traindo com um homem... — Michele estava com nojo estampado na cara — Isso faz todo sentido, por isso você era tão... Tão estranho no sexo.

— Eu não te trai, Michele, ele já estava lá quando você chegou.

— Hernandes, você não pode tá pensando direito, como sabe que essa criança é sua?

— Vou ser rápido porque ainda tenho o que fazer hoje, ele é meu filho, ele tem os seus olhos mãe, e se você quiser ter qualquer vínculo com ele sugiro que mude suas atitudes. — E se virou para seu pai que estava parado encarando a janela — E quanto a você, pai, não há nada que eu possa fazer, sempre fui assim.

— Como sempre foi assim? Você acha bonito dizer em voz alta que é um viado, porra? — Então ele atirou os pratos na parede.

— E Michele, como casamos com separação total de bens creio que não há muito para se resolver. — revirou os olhos quando seu pai correu e a abraçou — em breve meus advogados entraram em contato com você.

Dizendo isso se levantou e seguiu para a empresa.

Seguiu normalmente com seu dia de trabalho, se jogou em uma montanha de papéis para não ter que pensar nos problemas que viriam a seguir.

Ele não queria ir pra casa, então seguiu para a casa da única pessoa que o entenderia.

— Sua cara está péssima! — Foi a primeira coisa que Paulo, seu melhor amigo disse.

— Muito obrigado, você não faz ideia pelo que estou passando! — murmurou se jogando no sofá.

— Ah, com toda certeza eu tenho, viu o Instagram da Michele?

Ele correu no celular e encontrou a publicação mais recente feita pela ex, ela estava expondo tudo, desde a "suposta" traição, até a descoberta de um filho fora do casamento.

Sua sorte é que eles não conheciam o Arin, ou o nome do outro em instantes também estaria na lama.