Sem Amanhã

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Ó sol,
Será que hás de voltar amanhã ?
Podes tu
Quebrar os costumes
Da humanidade ?

Espero ter meus pés
Firmes ao solo desta terra.
Mas e o amanhã ?
Há ele de existir ?
Penso que o mesmo
Já não existe mais.

Pois se existe mesmo,
Só saberes quando chegares,
E se chegares, na mesma hora
Deixas de ser amanhã.
Tornando-se presente.

Apenas planejamos
E planejamos.
Ilusões incertas, não podemos saber.
Sendo assim,
Vejo que não há amanhãs.

Pois já não perco tempo
Carregando ódios do mundo,
Das pessoas ou do cotidiano
Pelas ruas.

Não tenho medo
De mergulhar fundo
Em meus sentimentos.
Mas sem vendas nos olhos desta vez.

Desafio a ansiedade dia após dia.
Que faz meu coração
Parecer uma bomba relógio
Pronta à explodir.

Me arrisco,
Vivo intensamente.
Até mesmo a solidão
Eu admiro.

És necessária,
Tomo doses e doses de ti
Para que me tragam de volta
Ao meu itinerário.

E já falo de tantas coisas
Já nem sei
Do que mais falo.
Ó sol,
Será que hás de voltar amanhã ?

E o tal amanhã é só uma ilusão, o costume da humanidade. Mas se por acaso um dia o sol não estiver afim de nascer, tens tú uma consciência sã ?

O Universo que Habita em Nós Where stories live. Discover now