-Você está estranha.- Não era uma pergunta. Assim que passamos pela grade ao atravessar o jardim de entrada, meu gêmeo disse, ele me conhecia bem demais para poder constatar aquilo é muito mais sem problemas.- Teve um pesadelo.

Céus, ele estava totalmente certo...

-Como sabe?- Questionei, por mais que ele estivesse certo, me parecia curioso descobrir como chegou aquela conclusão.

-Seus olhos estão mais baixos que o normal, apesar de não estarem tão diferentes das habituais, suas olheiras estão levemente mais escuras, seus tempos de reação também te entregam...- Parei de caminhar, olhando surpresa para meu irmão.- Seu sorriso sincero surge automaticamente quando está feliz, seu tempo de reação atrasado, seu sorriso demorado entregou que aquele não era verdadeiro, você pode ter pensado rápido em uma resposta, mas ainda foi lenta demais, Kira...

-Assustador, Kenma.- Um arrepio percorreu meu corpo enquanto eu me encolhia, desviando o olhar do meio loiro.

-Realmente, muito assustador, Kyanma.- Kuroo concordou comigo, nos assustando quando apareceu por trás e passou os braços por nossos ombros, Kenma e eu nos afastamos ariscos dele, em posições defensivas.- Oe, baixar guarda!

-Tsk, seu idiota.- Resmungou Kenma, voltando a caminha, com Kuroo ainda em nosso encalço.

-O quanto você escutou?- Perguntei genuinamente curiosa, e talvez um pouco irritada pela intromissão do momento irmãos.

-O final, mas como sou esperto o suficiente, eu entendi tudo.- Se gabou, passando as mãos pelos fios que deveriam torrar os neurônios de Newton com seus desafios as leis da gravidade.

-Certo, eu tive uma péssima noite de sono, mas tirando isso estou ótima!- Sorri genuinamente, tranquilizando os dois que sorriram fraco.

-Ok, ok... se você diz.- Kuroo deu de ombros, bagunçando meus cabelos e passando por mim para entrar no metrô.

-Eu não esqueci você...- Murmurou Kenma passando por mim, sorri verdadeiramente para o mais novo antes de o seguir até o vagão.

-Eu não esqueci você, Kyanma...

***

-Kira-chan!- Taketora chegou gritando, ele correu tentando se aproximar de mim, mas Yaku o acertou uma joelhada forte, o fazendo cair no gramado aos meus pés.

Após acharem que o refeitório ficava muito lotado durante os almoços, os meninos decidiram que seria melhor sentarmos em uma mesa mais isolada, próxima ao ginásio de vôlei, abaixo de uma grande árvore, que gerava uma bela sombra.

-Mais respeito, seu idiota!- Rosnou o líbero, me olhando rapidamente.- Desculpe, Kira-san.

-Sabe, Yakkun, eu passei muito tempo fora, e fiquei muito tempo sem ter contato com o japonês...- O olhei cruzando os braços despreocupadamente atrás da cabeça, enquanto o menor corava fortemente pelo apelido íntimo.- Então eu meio que caguei pros honoríficos assim, sabe? Kira-chan, Kira, ou qualquer outro apelido tá ótimo!

-C-certo!- Assentiu nervoso, suas bochechas em um forte tom carmesim me preocuparam, mas apenas me contive para não rir.

-Trouxemos o almoço de vocês!- Kai chegou sorridente, com Kuroo e Fukunaga. Arregalei os olhos para a cena, antes de cair na gargalhada.

Em uma mão, Kuroo trazia sua bandeja, e em outra, ele erguia um Kenma emburrado com seu vídeo game em mãos, Kai trazia duas bandejas, assim como Fukunaga, uma para mim, e outra para Kenma, como a fila estava enorme, eu não queria ter que enfrentá-la, então pensei em ficar só com minha caixinha de leite, mas era claro que Kuroo, como uma boa mãe, não deixaria, e claro que de sobra também faria Kenma comer.

𝑲𝒐𝒛𝒖𝒎𝒆 - Oikawa Tooru حيث تعيش القصص. اكتشف الآن