47. Couting Stars.

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LORENZO.

I feel something so right
By doing the wrong thing
And I feel something so wrong
By doing the right thing

Everything that kills me
Makes me feel alive.

Um mês inteiro havia se passado sem nenhum sinal de Jhenifer. Devon havia me ligado do celular de Liam porque o seu próprio estava grampeado. Eu andava pela casa trêmulo e com o coração acelerado todos os dias, imaginando-a presa em seu quarto, saindo apenas para comer. Piorou quando Devon disse que ela simplesmente não estava comendo, nem saindo do quarto, e se recusando a conversar quando sua mãe ia até ela. Um mês. 

As coisas tinham voltado praticamente ao normal em Las Vegas, meu rosto estava recuperado, apesar de que se eu encarasse o espelho por muito tempo via que meu nariz estava levemente torto. Papai não estava conversando com ninguém, não só comigo, e do nada ele simplesmente quebrava alguma coisa e saía andando ou tinha crises de riso sozinho. Nino não estava surtando como ele, mas permanecia incrivelmente quieto, se assustando com qualquer mínimo barulho. 

— Preciso verificar seu nariz. — Tio Nino me surpreendeu, colocando sua maleta médica sobre a mesa. Eu mal tinha o notado chegar. 

— Já estou bem. — Murmurei mesmo sabendo que era em vão. 

— Como estão suas vias respiratórias durante o dia? 

— Boas. Estou respirando normalmente. — Não era mentira, apenas em alguns momentos eu sentia que precisava respirar pela boca outra vez. 

— Quando acorda, sua boca está secamente desconfortável? — Ele questionou calçando suas luvas de látex, pegando uma haste de algodão enorme, um cotonete monstruoso. Eu odiava aquilo. 

— Sim, porque? — Eu estava acordando com a boca mais seca que o normal ultimamente, mas não sabia o porquê e nem tinha me importado. 

— Quer dizer que durante o sono você está respirando pela boca, o ar constante seca sua saliva e deixa sua boca ressecada. — Ele explicou clinicamente e eu tive que me impedir de revirar os olhos. — Isso vai ser um pouco desconfortável. Incline sua cabeça para trás. 

Um pouco? Quase ri. Aquela merda que ele enfiava no meu nariz toda semana parecia mais um cano de PVC. Fiz o que ele pediu, deitando a cabeça para trás e tio Nino fez seu trabalho, sentindo as paredes nasais com o algodão. Quando terminou, soltei uma sequência de espirros. 

— Acredito que esteja tudo bem. As fossas nasais não estão mais inchadas, os reflexos internos estão intocados, já que você espirrou com o contato. — Nino deu de ombros. — Está usando o remédio? 

— Três vezes ao dia. — As vezes eu esqueci de pingar o negócio no nariz, mas não contei a ele. 

— Ótimo. — Tio Nino guardou suas coisas. — E no geral, como você está? 

— Ah, muito bem. Minha namorada está em cárcere privado dentro da sua própria casa, podendo sair do quarto só para comer e conversar com o irmão sob a supervisão do pai, mas, quem se importa? 

— Vai melhorar. — Eu já não aguentava mais ouvir aquela frase. 

— Vai? Já se passou um mês. Eu não falo com ela há um mês! 

— Você precisa ter paciência. — Nino deu um tapinha no meu ombro e eu tive que me controlar para não afastar a mão dele com um tapa. — As coisas vão se ajeitar. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now