+ Sonhos selvagens +

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Ele deveria ter percebido a semelhança da fêmea em seus sonhos no exato momento em que a conheceu, bem alí, em sua Corte, mas era algo tão antigo que, ele simplesmente esquecera

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Ele deveria ter percebido a semelhança da fêmea em seus sonhos no exato momento em que a conheceu, bem alí, em sua Corte, mas era algo tão antigo que, ele simplesmente esquecera... Não, enpurrara para o fundo de sua mente, e simplesmente se negara a perceber todos os sinais de sua chegada. Inferno, as noites mal dormidas, os sentimentos que não lhe pertenciam, a agitação, o aperto no peito... Como pôde ser tão tolo?

Maldição, uma parceria deveria ser motivo de comemoração. Mas ele não conseguia se alegrar, não quando refletia sobre todos os empecilhos pra chegar até ela.

Droga... Tinha de ser a filha de Rhysand?! - Ele praguejava dia e noite. Porque, não havia um motivo de fazer a coisa toda dar certo, Velarie nunca iria ficar com alguém como ele; que estava envolvido em metade das atrocidades que acontecera à Feyre e Rhysand... E Mor, ele adicionou rapidamente, esfregando os olhos de maneira frenética. Por mais que o anjinho em seu ombro continuasse a dizer que ele só fez o que fez por estar seguindo ordens de seu maldito... pai, Eris não conseguia evitar a repulsa e indignação. Todas essas memórias, de uma época ao qual ele vivia acorrentado, amordaçado e cego, sem livre árbitro, permaneciam vivas em sua mente. E essas mesmas memórias, lívidas, serviam de lembrança para Eris - mesmo que tenha libertado seu povo, ele próprio nunca seria livre. Estava preso eternamente a um corpo que ele odiava, com um passado que ele odiava, e que, muito menos, poderia ser mudado.

Pois, ele pensou amargamente, seu destino era um só. Como tinha testemunhado, os machos de sua família só poderiam terminar de uma forma; mortos, destruídos. E Eris sabia que quando se provava de uma dor em sua vida, ela só piorava. Sempre piorava. Sempre podia piorar, ele pensou, enquanto lembrava do irmão mais novo e querido, ao qual tentava localizar há anos. Ele estava lá, ao seu lado, quando Tamlin assassinara a parceira de Lucien. E ele viu, Deuses, ele viu o olhar insano no rosto dele. Assistiu sua alma se destruir bem diante de seus olhos, e nada pôde fazer. Primeiro, achou que iria matar Tamlin, vingando o irmão injustamente. Depois, teve certeza de ver o mesmo impulso assassino em seus olhos. E quando Lucien sumiu, naquela mesma noite, ele decidira que bastava. Porque as coisas sempre podiam piorar.

E isso o mantinha acordado depois dos sonhos com ela. Pensar que Velarie merecia mais, muito mais, o levava a loucura. Porque ele a queria; ardentemente, incessantemente, de forma enlouquente e sem o juízo que criara em seus mais de setecentos anos. Maldição, ele aceitaria qualquer coisa dela. Na verdade, estava preparado pra isso, pois, estava ficando difícil deixar passar os olhares de desejo da fêmea. Tudo era influência da parceria, ele se lembrava toda vez que pegava a mesma o encarando, ou mordendo os lábios, ou cruzando as pernas em desconforto. Mas ele a queria, cada vez mais, e estava disposto a fingir ser desejado, verdadeiramente, pelo bem de sua escassa sanidade.

Ao menos nunca sentiu o cheiro de sua excitação. - Ele pensou com falso humor.

Sentado em sua cama, com o lençol até a cintura, cobrindo sua nudez, Eris observou a escuridão do quarto, antes de admirar o céu pela janela; escuro, com poucas estrelas á vista. Ela odiaria aquele lugar, ele pensou, era tão diferente de seu lar. Com tristeza contida no peito, buscou o laço no centro de seu ser, e sentiu a onda de tranquilidade que vinha de Velarie. Ela deveria estar dormindo, ele pensou aliviado. Eris já tinha testemunhado muitos sentimentos conflituosos durante o período da noite, e levou certo tempo até perceber que não vinha dele. O que quer que seja que sua parceira estivesse enfrentando, ele tinha notado uma melhora, e, felizmente, parecia ter ajudado nisso. Quer dizer, Feyre e Rhysand não notaram que a filha estava mal? Ou emagrecendo consideravelmente? Velarie não parecia do tipo que se isolava, então, será que eles não percebiam seu silêncio no meio de todos?

𝐀 𝐂𝐨𝐮𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐖𝐢𝐥𝐝𝐞𝐬𝐭 𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 | Eris Vanserra Where stories live. Discover now