Flowers and books in the bitches garden

03 By the swagger and the lips

Todo mundo chega em um certo momento da vida em que se questiona sobre ideias que sempre acreditou e os dilemas que achava que levaria pela jornada inteira.

Harold sempre soube desde criança o que queria para seu futuro:

Ele queria ser um bom marido.

Harry dizia que ele estava louco em querer isso como seu único objetivo de vida.

Então ele falava que queria esperar até o dia que encontraria o alfa de sua vida e se casaria com ele e se tornaria o melhor ômega de todos.

Harry dizia que significava a mesma coisa, mas Harold desde muito jovem sempre soube ignorar e desdenhar dos conselhos-não-conselhos de Harry.

E assim continuava a acreditar que o ápice de sua felicidade seria no dia que encontrasse o alfa perfeito e com ele se casaria. Eles comprariam uma casa em um bairro nobre e o alfa iria trabalhar enquanto Harold fazia os afazeres de casa, em alguns anos o alfa estaria em um cargo mais alto em seu emprego, eles viveriam em condições ainda melhores com Harold grávido de mais um filhote, depois de já terem no mínimo dois.

O que trouxe a Harold esse ideal? Ele não sabia exatamente, mas sempre foi apaixonado nas festas que seu pai fazia para homenagear alguma data comemorativa. Sempre via os casais chegarem em pares e amava as mãos dadas ao atravessar as portas, as mãos na cintura após estarem confortáveis com o lugar e os beijos discretos quando achavam que ninguém estava olhando.

Era o ideal da época também, um ômega deveria ser recatado e ser criado para ser um bom marido, se era de família pobre aprenderia a cozinhar e lavar e não precisava se preocupar em aprender a ler e escrever, pois depois que casasse seria responsabilidade de seu alfa, não precisava saber de nada. Se o ômega era de família rica, aprenderia sobre arte e literatura, cuidaria da beleza e sairia para eventos acompanhado dos pais, para criar interesse em alfas jovens e igualmente ricos que caso recebessem aprovação do pai, ganhariam o dote desse ômega, se casariam com ele e o daria um vida boa e de lucro, mas ainda assim também serviria como seu responsável.

Harold estava satisfeito com essa realidade, sonhava acordado com o dia que encontraria seu alfa e se casaria.

Mas então seu pai jogou um balde de água fria em seus sonhos.

Maldito fosse o dia em que Desmond contou que Harold só se casaria no dia que Harry casasse e vice versa, Harry nunca casaria e na noite em que o patriarca anunciou essa notícia, o ômega disse isso olhando no fundo dos olhos de Harold que lacrimejavam de raiva pelo egoísmo do irmão que sabia de cor seus planos, mas mesmo assim preferia dar um ultimato em tudo que ele acreditava.

Mas não era porque havia uma grande possibilidade de ficar solteiro para sempre, que Harold se deixava abalar e desistir. Ele tentava conhecer o alfa de seus sonhos a cada festa que seu pai dava por algum motivo incompreendido. Desmond não deixava que os gêmeos aparecessem em nenhuma dessas festas, mas quando o alfa já estava alterado pela bebida o suficiente, Harold saia e entrava pelos fundos e se misturava entre todas aquelas pessoas.

Foi em uma dessas festas que ele conheceu Stuart.

Foi amor à primeira vista.

Quando os olhos de Harold encontraram os de Stuart, Harold soube que aquele era o alfa de sua vida.

Eles conversaram por horas, Stuart sabia quem Harold era e por isso o ômega não tentou esconder como era sua situação depois que deu um selinho no alfa e sabia que estava apaixonado. O casal conversou por cartas por meses, namoraram por meses assim, até que decidiram enfrentar Desmond para conseguirem firmar o relacionamento. Por mais incrível que pareça, não foi tão difícil assim e o alfa permitiu o romance depois de algumas horas de conversa.