Greta

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2 anos atrás

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2 anos atrás...

      O relógio me lembrou que eu estava atrasada e se eu não saísse, ou melhor, se eu não fugisse pela janela do meu quarto agora não iria mais ter carona para festa na piscina de Eva — a garota mais popular do colégio. Deixe-me te dar uma dica, se você uma vez foi chamado para uma festa e não foi, tudo bem. Agora se você foi chamado novamente e não foi de novo, teremos um problema. Todos pensaram que você não é legal o suficiente para estar em uma festa e nunca mais te chamaram, eu não faço as regras.

      Brooke já tinha me mandado toneladas de mensagens avisando que estava me esperando dentro do carro com August.

      Coloquei minhas botas dentro da minha mochila e passei uma perna pela janela, o vento fez meus pelos arrepiarem. Tomei cuidado para não acabar me arranhando ou simplesmente me quebrando. Eu tinha que pular, era sempre um risco, mas eu gostava.

      — Vamos vadia, iremos nos atrasar desse jeito. — Brooke estava com um enorme chupão no pescoço. Ela fumava maconha agora no banco passageiro. Sempre recusei qualquer tipo de droga, para Brooke eu era infantil por não experimentar, por apenas não sentir o gostinho da "vida".

      Essa merda de carro estava fedendo, era uma mistura de odores estranhos pra caralho.

      — Foi mal, meu pai chegou em casa tarde então o jantar acabou atrasando e minha mãe gosta de todos na mesa no mesmo horário e juntos.

      Brooke me olhou da cabeça aos pés e riu, tossindo com a fumaça saindo pela boca e pelo seu nariz.

      — Família feliz, — balançou a cabeça e tragou o seu cigarro novamente — É incrível como sua mãe consegue colocar as coisas em ordem depois de tudo o que seu pai fez no ano passado.

      Minha melhor amiga é filha de advogados, divorciados e que não se importam com a filha. Sejamos honestos, Brooke sempre teve inveja de como meus pais me tratam como uma princesa.

      August me olhou pelo retrovisor interno, eu não gostava nada daquele cara. Sei que Brooke e ele estão ficando juntos por alguns meses e pior de tudo, ele é amigo do meu namorado. August não gosta de mim, mas quer me levar para cama. Eu não gosto de August e me recuso em ficar por algumas horas ao lado desse cara.

      Coloquei as botas da Versace e guardei meu Converse na mochila, levei ela comigo se por acaso eu não voltar com a mesma carona. Nunca se pode esperar muito de Brooke, eu quase nunca sei quando ela está comigo ou quando não está.

      Naquele exato momento em que entramos na casa de Eva todos os olhares estavam em nós, Brooke segurou minha mão e nos levou para nossos, ou seus amigos.

      Duas mãos grandes e calorosas apareceram em minha cintura. Max colocou meu cabelo de lado e beijou meu pescoço, me saboreando.

      — Oi gatinha. — ele me virou e apertou minha bunda, meu corpo tão perto do seu. — Senti a sua falta.

      Nem me fale, passei duas semanas com uma merda de crise existencial por estar longe de Max.

      — Nunca mais fique longe de mim. Prometa.

      — Qualquer coisa para minha gatinha.

      Max tem uma banda com seus amigos e eu até tento ajudar com a divulgação, mas quase sempre estou ocupada demais me preocupando se serei aprovada na faculdade daqui um ano. Alguns meses atrás criei um canal no YouTube e coloquei alguns vídeos dos ensaios, eles eram bons.

      — Estou falando sério, Max. Você ficou longe e sempre que eu te ligava você nunca atendia minhas chamadas, por que faz isso comigo? Eu me preocupo com você.

      Max abaixou a cabeça e eu sabia, Deus eu sabia que ele estava cansado. Estávamos tão cansados que doía, mas mesmo assim persistimos naquilo que já havia acabado faz muito tempo. Sei que agora ele pensava o quanto eu era uma chata, ele já me disse isso algumas vezes.

      — Você se preocupa demais, eu estava ocupado com a banda, isso é importante para mim, sabe?

      — Sim, eu sei.

      — Então pare de tentar me deixar maluco com suas ligações malucas e suas preocupações ridículas. Estou aqui, não estou? Isso não é suficiente para você?

      — Estou feliz que você está aqui.

      — Então já deu, chega Greta. — Max segurou minha nuca e apertou forte, me levando para ele. — Eu amo você.

      — Não aperte tão forte assim, isso machuca.

      — Diga que me ama, Greta. — Max apertou minha nuca mais forte, seus olhos em mim.

      — E-eu também te amo.

      Ele soltou minha nuca e eu pude ver como ele se sentia bem por me ter em controle, ele sempre gostou de me controlar. Se meus soubessem que eu estou aqui com ele, eles pensam que não estamos mais juntos, eu menti para eles dizendo que terminei com Max.

      — Venha, vamos beber.

      Comecei a beber um dia quando um amigo de Max disse que eu era careta, nesse dia eu peguei uma garrafa de álcool e coloquei aquele líquido ardente tudo dentro de mim. Foi divertido até que aquele líquido quis sair para fora de mim.

      Max me levou junto com ele e me colocou em seu colo, ele era tão lindo com aquele cabelo rebelde e seu cheiro de canela e cigarro. Segurei sua garrafa de cerveja e levei até minha boca, eu não estava bebendo, apenas passando a abertura da garrafa pela minha boca, tentando provocar ele.

      — Eu quero fazer coisas com essa sua boca.

      — Ah, é?

      Agora sua boca estava em meu ouvido e ele passou os lábios molhados pelo meu glóbulo. Senti seus dedos circularem meu mamilo pela blusa e aquilo foi minha deixa para parar de me segurar por tanto tempo. Eu o queria agora.

      — Vamos Greta, será tão bom, vou fazer isso ser bom para você.

      — Sim

      — Sim?

      Concordei com a cabeça, não tinha mais razões para me guardar por tanto tempo, eu estava apaixonada por Max e ele me amava também. A atenção de Max agora estava atrás de mim. Ele se levantou depressa e me colocou atrás dele. Mas que...

      Noah.

      Meu irmão gêmeo estava do lado de Brooke, eles olhavam para mim agora, na verdade todos estavam olhando para mim, porque sabiam o que estava prestes a acontecer. Sei que Noah não contou para meus pais que eu estou aqui, mas também sei que ele estava aqui para me levar para casa.

      Brooke tentava convencer ele enquanto vinham em nossa direção, ela sempre foi apaixonada por Noah ou apenas queria dar uns amassos com ele, não tenho certeza. Noah estava completamente a ignorando, era como se ela não estivesse ali para ele.

      — Preciso da sua ajuda.

      Era isso. Noah não estava bravo porque eu fugi de casa para estar aqui, ele precisava urgentemente da minha ajuda. Consegui ver nos seus olhos o sentimento de desespero. Meu irmão e eu éramos tão unidos, claro que tínhamos nossas desavenças mas éramos amigos acima de tudo.

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