Capítulo 8 - A Bela e A Fera III

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Narrado por Benjamin Luz Ѽ A Bela e A Fera III

 — Parece que não foi apenas o Benjamin que trouxe luz para essa casa! — Maria das Rosas comentou sorrindo enquanto nos servia o café.

Pedro ficava muito bonito com aquela camisa branca e macacão. Estávamos os dois os estereótipos vivos de serviçais de gente rica: eu todo engomadinho de fraque, colete, camisa e calça social, sapatos italianos e gravata borboleta. Ah, não podia esquecer as luvas.

Pedro era todo sorrisos. E era um lindo sorriso, um enorme sorriso.

— Bondade sua, Maria. A única luz aqui é o Luz.

Virei o rosto porque o senti corar e mordi a torrada.

— Vocês dois! Faltava algo jovem nessa casa. Agora as flores renasceram e as coisas estão em ordem. Parabéns aos dois! — ela disse orgulhosa, como uma verdadeira mãe.

Eu levantei e a abracei forte.

— Você que é uma rosa. A mais bonita e cheirosa!

Ela sorria, um sorriso tão límpido e contagiante quanto o de Pedro.

— Já pensou, senhor Luz? Você formado, homem de direito e cuidando das finanças da casa?

— Não me chame de senhor — pedi com gentileza e puxei uma cadeira para que ela sentasse. Estava sempre solicita, servindo e não tinha um pingo de tempo para si mesma. — Vou colocar café para você, ok? Creio que o senhor Ricci queira cuidar das finanças, não?

— Você diz o pequeno Gian? Não, ele não cuidaria. Ele cuidaria da empresa do pai, claro, não das finanças da casa.

Assenti lentamente enquanto tomava o último gole do meu café.

— Seria um grande prazer continuar o serviço do meu pai. Se eu for digno dessa confiança — coloquei a xícara na pia e já ia tirando as luvas para lavá-la quando Maria das Rosas me colocou para correr. Dei uns pulinhos rindo enquanto ela batia em minha bunda.

— Deixe-me fazer o meu trabalho! — ela dizia de forma divertida.

— Eu deixo sim senhora. Agora, termine de tomar o seu café e descanse um pouco. A Laila arrumou os andares superiores?

— Está fazendo agora — disse enquanto bebericava.

Concordei e anotei em meu caderninho.

— Senhora, Pedro, se me dão licença...

Fui saindo da cozinha para a sala de jantar e depois passando pela sala de estar, vi algo se movendo atrás e me virei.

— Pedro! Que susto. Você quer algo?

— Eu que peço perdão — ele sorriu e tirou detrás de si alguns crisântemos, de várias cores.

Encantados (Romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora