30. Chasing Cars.

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— Você não sabe o que está perdendo… — Lorenzo pareceu esquecer do lance sobre espermas e virgens grávidas quando voltou a se aproximar, passando o nó dos dedos em meus mamilos. — No quanto seria bom… 

— Mas você sabe, não é? — Subitamente fiquei de mal humor. — Você já enfiou o seu pau em um monte de buracos. 

Lorenzo pressionou o rosto contra meus seios quando soltou uma gargalhada alta, seu corpo inteiro tremendo. Novamente senti vontade de bater nele. 

— Qual é a graça?!

— Desculpa, desculpa… — Lorenzo riu ainda mais. — Eu estou rindo porque tenho a maturidade de um moleque de onze anos e meu primeiro pensamento foi dizer que eu quero enfiar meu pau no seu buraco. 

Lorenzo gargalhou tão alto que nem mesmo estar com o rosto escondido no meu colo abafou o som. Eu também gargalhei, a risada sacudindo meu corpo. 

— Você realmente tem doze anos! — Exclamei entre risos descontrolados. 

— Onze. — Lorenzo corrigiu depositando um beijo em meus lábios. — Mas você me ama. 

— Amo. — Garanti. — Amo demais. 

E o sorriso dele em resposta aqueceu meu coração. 

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Faltavam três meses para o fim do ensino médio e a cada dia eu me preocupava mais. Meu pai tinha deixado claro em suas entrelinhas que não me casaria antes de concluir o ensino médio, mas eu não tinha certeza do que viria a seguir. Eu tinha certeza de que preferia a morte do que me casar com outro homem, mas que escolha eu tinha? Quando papai decidisse, eu seguiria sua ordem. Não havia escolha. As escolhas haviam sido arrancadas de mim quando nasci mulher. Os dias passavam rápido e eu desejava que passassem mais devagar. Três meses livres, com certeza absoluta que não haveria um casamento, eu deveria estar curtindo tudo ao máximo possível, mas não conseguia tirar as preocupações da cabeça. 

— Vamos sair hoje, vai ter uma festa na casa do Matthew. — Lila lembrou na mesa do almoço. 

— Sou obrigado a ir? — Lorenzo indagou revirando os olhos. 

— Sim. — Cruzei os braços olhando seriamente para ele. — Eu quero ir, então você vai. 

— Isso é uma ordem? 

— Não. Só quero dizer que eu quero ir e se você não for, tio Nico não me deixará ir. 

Lorenzo suspirou, apoiando sua cabeça contra os tampo da mesa. Abri um enorme sorriso quando percebi que iríamos sim na festa. 

O que, no final da noite, se provou um grande arrependimento. 

LORENZO



Enquanto eu me vestia totalmente de preto, desde os coturnos até a jaqueta de couro, Jhenifer parecia uma fodida fada em seu vestido branco de tule. Acendi um cigarro na varanda da casa, tentando usar a nicotina para relaxar já que não beberia de forma alguma. Lila estava empoleirada na cerca de madeira da varanda, com uma garrafa de vinho barato em mãos. 

— Há quanto tempo vocês estão juntos? — Lila perguntou quando Jhenifer se encostou contra mim e passei um braço ao redor de seu corpo. 

— Desde o natal. — Jhenifer esticou os dedos para o meu cigarro enquanto falava. Minhas entranhas se contorceram só de imaginar ela tragando todas aquelas substâncias cancerígenas. 

— Eu gostaria que você não fumasse. — Tentei dizer suavemente. Eu estava preocupado com sua saúde, mas não queria parecer um namorado babaca dando ordens. — Mas tudo bem se você quiser mesmo assim. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Onde histórias criam vida. Descubra agora