Parte 4 Diego

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- Oi, D

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- Oi, D. Maria. – cumprimentei quando abri a porta e encontrei a empregada ajoelhada perto da porta.

- Oi Seu Diego, tudo bem com o senhor? – respondeu, saindo da frente.

- Tudo sim, e com a senhora?

- Tudo bem. – ela disse com aquele velho tom que eu já conhecia e que sabia que vinha mais coisa por aí. – Essa casa vive vazia e...

A D. Maria era a minha empregada desde que eu tinha vindo para o Brasil. Ela era uma senhora de meia idade, que falava muito mais do que deveria. Mesmo assim, eu gostava dela. Era minha companheira.

Eu com certeza não precisava dos seus serviços. O apartamento estava sempre arrumado, e eu raramente almoçava ou jantava em casa. Mas mantinha seu trabalho por dois motivos: primeiro, porque ela era a pessoa mais próxima a mim. Era a única pessoa que eu mantinha um contato maior desde que a Cínthia me deixou. E D. Maria era uma senhora de idade, não havia perigo algum naquela relação. E segundo, e talvez mais importante, é que ela precisava daquele trabalho.

-... depois que o senhor e a D. Cínthia terminaram – voltei a ouvi-la.

- Eu sei, D. Maria. – concordei. – Mas estou cansado para ter essa conversa. Vou tomar um banho e dormir, tudo bem? E acho que a senhora também deveria ir para casa. Está tarde, D. Maria. – respondi, deixando a minha pasta no sofá.

- Um rapaz tão novo. Ficar desse jeito assim. –ainda pude ouvi-la murmurar.

A verdade é que D. Maria não gostava da Cínthia. Perdi as contas de quantas vezes ela me disse que a Cínthia não prestava. No fim ela estava certa. Quem é que termina um noivado por causa de dinheiro?

Mas a senhora se sentia meio responsável por mim. Ela ficava muito mais tempo do que o necessário no apartamento, e eu sabia que era apenas para ter certeza de que eu estava bem.

Me sentia grato por isso. Era bom ter alguém me esperando quando eu chegasse em casa. Mesmo que esse alguém fosse apenas a empregada.

***

Nos últimos dias, eu me perguntava se D. Maria sempre era tão chata e implicante, ou era eu que estava percebendo mais. Todos os dias era aquela mesma conversa.

- Seu Diego, o senhor é tão novo. Precisa sair mais, conhecer gente nova, se divertir. Todo dia o senhor sai cedo para o trabalho e volta direto para casa.

Mas, verdade seja dita, eu não estava interessado em conhecer ninguém. E nem sair com ninguém. Não tinha muitos amigos no Brasil. Aliás, amigos, eu não tinha nenhum. Tinha funcionários. E todos eles, à exceção de Maria, eram iguais.

Nenhum deles estava disposto a ter uma amizade com o chefe. É bem verdade que havia alguns puxa sacos em potencial, mas não mais do que isso. Todos os funcionários agiam como se eu fosse um ser de outro mundo.

Justa CausaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora