- Preciso do meu trabalho, sei que foi apenas um dia. Mas agradeça que deixei o prazo prolongar. - ele estende sua mão grande na minha frente, refletindo aqueles olhos azuis assomadiço para mim. - Dessa vez eu quero um dez, ingtay.

Enfiando a mão por baixo da franja quase caindo nos meus olhos, um velho lembrete de que preciso cortá-la. Eu massageio minha testa nervosa ao lembrar do momento em que Mina, arrancou a redação de Dexter das minhas mãos e os queimou. Olhei ao redor não tendo para onde fugir, todos estavam em aula, era apenas nós dois aqui e eu sabia que teria uma morte lenta e dolorosa. É um cara tão malvado e ruim que não me surpreenderia, se levanta-se a mão para uma garota. Ainda mais se ela fosse eu. 

- B-bem.. Eu tive hum.. - minha testa começou a suar, e a esfreguei mais forte, quase arrancando minha própria pele. Embora não duvidaria nada de que estaria bastante avermelhada depois. - Pequeno contratempo, ainda não consegui terminar, posso entrega-lo depois? 

Quando se afastou do meu armário, elevou o corpo robusto de atleta para mais perto de mim, flexionando os ombros grossos com o maxilar travado. Tive que recuar um pouco para trás assustada, eu sempre estive acostumada com o bullying verbal envolvendo meu país, meu costume ou minha aparência. Ainda assim, sempre os idealizei como uma criança malcriada que não saiu do fundamental. Por Deus, eu tenho vinte anos. Estamos em uma faculdade, e esse brutamontes quer se tacha como o valentão amedrontando garotinhas indefesas.

O tanto de vezes que gostaria de dizer umas boas verdades na sua cara, até mesmo acertá-lo com um tapa. Não está escrito. Mas vivemos em uma hierarquia onde bolsistas não tem nada, e ricos, como Dexter Willians tem sempre o que quer. Por ser o filho da reitora sendo o único impedimento que me mantém calada, eu não posso mais aturar isso. Vou manter a única coisa que minha mãe me ensinou em toda minha vida. Nunca, em momento algum, abaixe sua cabeça para um homem. Não importa seu tamanho, seus músculos, seu poder ou a sua idiota conta bancária. 

- Como ainda não fez!? Preciso disso ainda hoje, tenho um prazo. - sua voz se torna mais sólida. - Vamos lá ingtay, tá brincando comigo? 

Levantando o queixo resoluta, digo para seu queixo quadrado e fios loiros platinados caindo nos olhos azuis imensos. 

- Não fiz. E não vou fazer. 

- O que disse sua.. 

Espero algum xingamento envolvendo meu corpo ou meu sexo. Porque é apenas isso que homens gostam de insultar, como se ser uma mulher fosse algo inferior e ultrajante. Contudo, antes que termine sua frase enojada. Meu braço é bruscamente puxado para trás, onde agora só posso olhar para uma parede de músculos revestida em uma jaqueta preta e calças jeans apertadas, com quase dois metros de altura. 

- Termine o que ia dizer. Eu desafio você. - não posso ver, mas posso ouvir a voz rouca de Jeon Jungkook obviamente acompanhado por um rosto frio e duro, a julgar pela testa franzida e surpresa de Dexter. 

Meus olhos arregalaram assustada.

Apesar de ambos terem quase a mesma altura, Jungkook é muito maior alguns centímetros e volumoso. Seu corpo robusto e as tatuagens podem ser atraentes, mas também intimidadores. Nunca nem mesmo havia o visto tão sério e espantoso com alguém desse lugar, principalmente se tratando do filho da reitora, Jeon, mantêm-se todo o momento em sua própria linha. 

- Isso é assunto entre eu e ela. Cai fora Jeon. - a ameaça de Dexter é exigente, exibindo um sorriso sarcástico no final. - Não gosto de brigar com drogados. 

Minha mão está depressa em minha boca entreaberta, quando assisto pela primeira vez, Jeon Jungkook perder o controle e dar o primeiro soco em Dexter Willians, fazendo seu rosto virar para o lado com a potência e impacto do seu punho forte. As costas do loiro batem contra meu armário, e causam um grande estrondo alto de metal amassando. 

- E eu não gosto de ouvir filhinho de mamãe choramingando, Willians.

Ainda olhando horrorizada para a cena violenta bem em minha frente, Dexter apenas o encara com um olhar assassino limpando o lábio inferior cortado pelo punho de Jungkook. 

- Você vai pagar por isso maldito fodido! 

Ainda observando a forma que tenta levantar com dor, sua voz está cada vez mais distante, à medida que Jungkook está me arrastando pelo braço em direção aos corredores, escutando os sons amaldiçoados que Dexter solta atrás de nós. Quase tropeço em meus próprios pés enquanto tento acompanhar os passos longos do mais velho, no entanto, quando penso que o lugar que vamos não tem um fim. Uma porta é aberta bruscamente onde subitamente Jungkook nos arrasta para dentro, jogando meu corpo contra a parede, acompanhado por um olhar irritadiço. 

- Eu disse para não se atrasar. - sua mão está apoiada ao lado do meu rosto, mas isso não impede sua expressão claramente furiosa. 

- Você deu um soco nele! - aponto na defensiva, soltando um suspiro em seguida. - Wou.. Aquilo foi incrível. Sempre tive vontade de fazê-lo. 

Meus ombros cedem, ignorando sua raiva borbulhando. 

- Está escutando o que estou dizendo!? Você só arranja problemas moranguinho. Não sabe ficar longe de confusões? 

- Não arranjo confusões, você arranjou! E para sua opinião, eu estava com tudo sob controle. 

- Ah, é mesmo? Ele estava quase batendo em você porra! - ele dita mais uma vez, fixando os olhos negrume nos meus e chegando mais perto. 

- Isso nunca iria acontecer. 

- Maldição, garota! 

Respirando fundo, Jeon Jungkook me encara mais uma vez. Os olhos em chamas e animalescos, demoram-se por longos segundos. Até perceber que não me acovardaria para sua irritação repentina. Finalmente saindo de perto para virar e enterrar os dedos no cabelo liso, nem sabia que estava prendendo a respiração com sua intensidade toda em cima de mim. Até soltar uma longa respiração, com o coração quase saindo pela boca. 

Ele é assustador quando está com raiva e muito, muito, intenso. 

- Olha só, não precisa ficar preocupado não. Eu vou falar tudo com a senhora Willians, e direi tudo o que Dexter fez comigo nesses últimos dois anos. - tento confortá-lo. - Você não vai se dar mal por minha causa. 

- Não me importo com essa merda toda. - ele responde a contragosto. - Apenas, quando ele fizer isso novamente. Vai me contar, ouviu Manoban? 

A profundidade que diz isso, causa arrepios em minha pele quando olha para mim. E não êxito em confirmar, para o cujo. 

- Tudo bem, eu vou dizer. - dou a ele um sorriso sincero e agradecido. - Obrigada, Jeon Jungkook. 

Escuto seu rosnado, abrindo a porta novamente raivoso. 

- Pare de sorrir. - ele diz, ainda resmungão. - Você fica feia sorrindo. 

- Oh! - coloco a mão na boca, assentindo para o nada quando sou deixada sozinha. 

Que homem mais estranho.. 

Perfect OppositesWhere stories live. Discover now