— Valeu, Lorenzo. — Devon agradeceu dando um gole em seu vinho. Apenas na máfia adolescentes bebiam à mesa, com sua família.
Quando Devon desviou sua atenção para Luca, que lhe perguntou algo sobre um time de futebol europeu, eu me virei para Lorenzo com a expressão fechada.
— Eu sei o que você está fazendo. — Sussurrei severamente.
— Salvando minha vida caso seu irmão ciumento descubra? — Lorenzo disse ainda mais baixo, sem sequer desviar os olhos de sua comida. — E também, não é como se eu estivesse mentindo.
— Você está jogando com meu irmão, o manipulando. — Sibilei. Por mais que eu precisasse manter minha voz mais baixa que um sussurro, eu queria gritar. O corpo de Lorenzo tensionou e ele se virou minimamente para mim.
— Todos temos segredos. Um pior que o outro. — Lorenzo sussurrou. — É melhor que seu irmão lembre disso, assim como nós.
— Você não pode estar falando sério…
— Depois, Jhenifer. Depois. — Lorenzo advertiu voltando a sua comida. Eu respirei fundo para conter a animosidade, ele estava certo, não podíamos discutir aqui.
— Papai, sua pressão melhorou? — Tia Cinzia perguntou se servindo de mais comida. Ela estava comendo bem mais do que o habitual e céus, eu não conseguiria lidar com outro primo tão cedo. As crianças da nossa família pareciam nascer com o bicho no corpo.
— Estabilizou. — Vovô disse dando de ombros. Seus olhos se desviaram para mim e Lorenzo por um momento antes de abrir um sorriso afetado para minha tia. — Como foi a viajem até às docas? Ficar aqui não foi divertido.
Lorenzo paralisou com o garfo em direção a boca e eu senti uma onda de enjôo me acometer.
— Eu não vi o senhor. — Lorenzo disse abaixando o garfo lentamente, o corpo inteiro tenso. Vovô se voltou para ele com um sorriso… Triste.
— Eu sei, filho. Você estava ocupado. — Meu avô contou com um sorriso visivelmente forçado.
— Ocupado com o que? — Tio Nico quis saber franzindo as sobrancelhas.
— No celular, como sempre. Essas crianças não saem dele. — Vovô balançou a cabeça com pesar. — O italiano dele é muito bonito, me lembra a antiga Itália.
Puta que pariu.
Eu abaixei a cabeça fingindo estar muito interessada no meu prato para que ninguém visse meu rosto vermelho e os olhos cheios de lágrimas. Pelo canto do olho, vi Lorenzo apertar os lábios e fechar a mão sobre sua coxa em punho, tão forte que provavelmente estava machucando.
— Com quem você estava falando em italiano? — Tia Alessia perguntou com um sorriso orgulhoso nos lábios.
Eu queria morrer.
— Estava praticando com Andrea. — Meu primo mentiu com um mínimo sorriso.
— Ele é um bom garoto. — Nico disse voltando sua atenção para o prato em sua frente.
O jantar transcorreu cheio de conversa alta e risadas, mas eu não conseguia me ater em nada. Sequer conseguia pegar o garfo, afinal, minhas mãos estavam tremendo tanto que parecia ser uma convulsão. Com o coração doendo no peito, batendo tão acelerado que poderia ser um ataque cardíaco, eu tentei permanecer calma, mas não foi fácil. Quando por fim o jantar terminou, eu me levantei, me esforçando para não parecer abalada, e caminhei para o deque inferior. Menos de dois minutos depois Lorenzo estava ao meu lado.
— Ele sabe. — Chorei por fim, as lágrimas caindo torrencialmente por meu rosto, nublando minha visão. Lorenzo assentiu.
— Estamos fodidos. Muito fodidos. — Ele sussurrou. — O olhar dele… Ele parecia arrasado.
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BẠN ĐANG ĐỌC
CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração.
Lãng mạn» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Você precisa ao menos ler o primeiro e o segundo livro da saga para compreender esse, mas receberá spoilers dos outros dois. « Vida, morte e s...
18. Love And Honor.
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