「Capítulo: Quinze」

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— Boate?

— Sim... Abriu uma boate ou é uma casa de shows aqui perto. Como disse antes, ele chamou o pessoal do Grêmio, além de alguns presidentes de clubes para irem amanhã de noite. "Precisamos comemorar o início deste ano letivo!", foi o que aquele maldito disse.

Era engraçado ver Andrew imitando a voz do seu amigo, claramente irritado.

— E você vai? Ou não me diga que irá apenas ficar em casa chorando por uma novela coreana? — Perguntei segurando o riso.

— Não sei — Andrew respondeu, após dar um soco em meu ombro.

— Você deveria ir, Andrew... Isso pode te ajudar a esfriar a cabeça — Comentei enquanto alisava onde ele havia batido — Você fez muita coisa essa semana, está exausto mentalmente.

— Olha quem fala — O garoto disse me olhando — Você está meio aéreo desde que nos encontramos.

Odeio como ele é observador.

— Ainda não tive tempo de organizar meus pensamentos. Querendo ou não, acho que parte de mim ainda está presa em Jolies Fleurs — Suspirei, permitindo que meus pensamentos vagarem um pouco.

— Então trate de trazê-la até aqui! — Andrew falou um pouco mais confiante.

— Vou fazer isso neste final de semana — Baguncei seus cabelos, sorrindo enquanto via o rosto incomodado do garoto.

— É difícil arrumar meu cabelo, para com isso! — Ele reclamou fazendo uma careta, pegando minha mão logo em seguida.

— Você está livre no domingo? — Perguntei mudando de assunto. Andrew soltou a minha mão e confirmou com a cabeça, enquanto tentava arrumar os seus cachos.

— Tenho algumas atividades para fazer, mas não passarei o dia inteiro nelas.

— Posso ir na sua casa?

O garoto me olhou surpreso, sorrindo logo em seguida.

— Estava pensando hoje em te chamar, sabia?

— Bem, você disse na quarta que queria me ouvir tocando guitarra pessoalmente — Comentei colocando as mãos nos bolsos da calça xadrez — Então estava pensando em fazer isso no domingo.

— Calma... Você vai tocar guitarra pra mim?

Suspirei começando a caminhar mais rápido. O garoto correu até mim, e com os olhos brilhando, perguntou:

— É sério?

— Se você não quiser, não irei — Disse desviando o olhar.

— Mas é claro que eu quero! Só estou impressionado... Eu te pedi apenas duas vezes durante a semana, então não achei que você iria aceitar tão rápido.

Eu era assim no passado?

— Vamos logo para essa lanchonete antes que eu mude de ideia e vá pra casa! — Disse já um pouco irritado.

— Certo! — Andrew sorriu alegremente, ficando ao meu lado.

Faz quatro dias que vamos até o metrô juntos, então hoje, Andrew quis passar em uma lanchonete não tão longe do colégio para "batemos um papo". Como ele é um ano mais velho, nos víamos apenas nos intervalos, e na maioria deles, tínhamos a companhia de Martha, Connor, Charlotte e até mesmo Harry, às vezes, ou seja, era meio difícil ficarmos sozinhos no colégio.

Andrew pegou o meu número na segunda-feira após a palestra, e na terça-feira ficamos até às duas da manhã conversando por chamada de vídeo. Então desde aquele dia ficávamos mais ou menos duas horas em chamada pela noite, conversamos um pouco, escutando música juntos e fazendo alguma atividade ou trabalho do colégio. Poderíamos ter começado este hábito há quatro anos atrás, mas como o pai de Andrew odiava redes sociais e proibiu ele de tê-las, nunca procurei ele a fundo no Instagram ou Facebook. Eu sempre achei isso uma besteira, mas o pai de Andrew é da Marinha Nacional e tem os seus motivos.

Sunlight: O Encontro do Sol e da LuaWhere stories live. Discover now