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Toda vez que a noite caía, ele estava lá, te esperando com o rosto na janela da baia de Celeste para que você abrisse a porta do estábulo para ele. Lá vocês cantavam, jogavam jogos e conversavam sobre a vida. Com o tempo vocês criaram um laço de confiança enorme, ele sempre te contava sobre seus problemas pois confiava em você o suficiente e sabia que você era a única que realmente queria entendê-lo. As vezes você brigava com ele, sua sinceridade por mais que machucasse as vezes, o agradava, pois mostrava que você não dizia as coisas apenas para agradá-lo. Ele era seu amigo e você era amiga dele. Onde você estava ele estava, podia não ser do seu lado, mas ele estava lá te guardando e vise-versa.

Naquele momento vocês estavam se encontrando na porta da igreja para o casamento de Pepa. Ela estava tão nervosa que toda hora tinham que espanar as nuvens de sua cabeça para que ela não se molhasse. Não tinha como acalmar aquela mulher.

- Pepa! Como você está linda!-

Você se aproximou com sua família, abraçando a mulher e deixando uma lágrima se formar na borda de seus olhos pela emoção de ver uma amiga se casar. Ela te abraçou procurando um apoio e você ri enquanto acariciava suas costas, tentando acalmar seus nervos. Tentativa essa que foi em vão.

- Pepa, a nuvem-

Alertou Bruno inocentemente, se referindo a nuvem que se formava na cabeça da ruiva. Porém a mulher estava tão nervosa que arregalou os olhos assustada e começou a olhar para cima esteticamente.

- Nuvem?! Como assim nuvem?!-

O tempo começou a ficar pior e no desespero de tentar acalmar a irmã, Bruno tenta outra vez.

- Não Pepa! Respira! Se você não se acalmar vai começar a chover!-

Péssima escolha de palavras. O tempo se fechou ainda mais rápido e um trovão foi ouvido ao longe. Agora estava perdido.

- Como assim chuva Bruno?! Não pode chover Bruno! Não pode! Não hoje! Como você não me disse que ia chover se você sabia que iria chover! Você mentiu pra mim Bruno? Você disse que não ia chover!-

Com uma simples tentativa de acalmar a irmã, agora Bruno era culpado da chuva, mentiroso e a razão do casamento ter sido arruinado. Todos começaram a olhar para ele com raiva, inclusive sua mãe que apontou para ele ir embora rudemente.

- Bruno, por favor meu filho, saia daqui agora! Você só está piorando-

Você corre para pegar uma água com açúcar que sua avó tinha preparado para Pepa.

- Mas...eu só queria acalmar ela, e-eu não queria ter feito isso...-

Ele encolhe seus ombros, mas Pepa grita chorando enquanto Félix se aproxima com você.

- SAI BRUNO!-

Você corre em sua direção, antes que ele começasse a fugir, mas você não foi rápida o suficiente e ele se escondeu na multidão que lhe tacava coisas ou tentava bater em suas costas. Sorte dele que ele era rápido.

- Bruno! Não! Ah pronto, agora eu não sei para onde ele foi!-

Você ouve outro trovão junto com um choro exagerado de Pepa e se lembra da água em suas mãos. Então corre até a mulher e lhe entrega o copo.

- Aqui Pepita, tome essa água com açúcar para se acalmar. Minha vó que colocou para você-

         Ela pega a água soluçando e toma em goles grandes, tentando voltar a respiração ao normal.

Meu futuro é com você [pausada]Where stories live. Discover now