— Obedeçam o papai e a Catarina, sim? — ouviu a tia dizer assim que parou à porta do quarto dela. Quando a viu, Lena chamou-a com a mão para perto.
Yara caminhou cômodo adentro, a seguir escorando-se na penteadeira de frente para ela.
— Fala pra elas que eu mandei um beijo e que estou morrendo de saudades. — pediu, ao perceber que era com as filhas que a mais velha falava ao telefone.
— A Yara tá mandando beijo. Ela disse que tá morrendo de saudade. — fez uma pequena pausa. — Claro, digo sim. — fez sinal para Lacerda, indicando que elas sentiam o mesmo. — Certo, divirtam-se! A mãe ama muito vocês, tá? Beijo, meus amores. Tchau, tchau.
E assim desligou, afastando o celular do ouvido.
— Eu ia mesmo te chamar! — disse, tocando os braços cruzados da sobrinha. — Preciso da sua ajuda. Caso sério.
— Estou ouvindo.
— Eu tô em dúvida sobre o que vestir. — ergueu-se, dando a volta para ficar ao lado da grande cama de casal onde duas peças de roupa brancas estavam estendidas. — Então, esse aqui, por exemplo, é bem simples e confortável e prende direitinho na cintura. E eu gostei do ombro, olha. — pegou a roupa mais próxima, segurando-a rente ao corpo. — O que você acha?
Lacerda tombou a cabeça para o lado, observando com atenção o vestido longo de um ombro só, confecionado em tecido leve, cujo lacinho discreto se prenderia à volta da cintura, a partir da qual a saia desceria solta até alcançar os pés.
— É, realmente é muito lindo. — constatou. — Deixa eu ver o outro.
— Ah, sim. — deixou o vestido no lugar de antes e pegou o macacão curto de alcinhas, rematado pelo decote em meia-lua. — Esse aqui também é bem bonito, e tem essas dobrinhas que o cetim faz que eu adoro. E então?
A solarense pôs-se a analisar, o olhar alternando entre as duas opções, compreendendo totalmente o estado de indecisão de Madalena, pois se tratava de dois modelos lindos.
— Nossa, tia! Pera aí, deixa eu pensar.
— Tá.
Pensou por mais alguns segundos, antes de dizer:
— Leva o vestido. — a tia fitou-a como se quisesse confirmar a certeza do que ela dizia. — É, usa ele. Vai ficar um espetáculo!
— Então tá bom. — deixou o macacão de lado na cama. — Ai, obrigada, Yarita! Você é um anjo. — beijou a bochecha dela.
— Por nada. Qualquer coisa, tô na cozinha. Vou procurar algo pra comer.
— Tá certo, vai lá. Só não demora, que é pra gente não se atrasar.
— Pode deixar.
E assim deixou o quarto, pensando na noite que se estenderia.
Tendo aceitado o convite de Léia, os planos consistiam em um encontro na casa dela, onde brindariam minutos antes da meia-noite e, de seguida, desceriam até a Praia Branca — logo atrás da casa —, a fim de ver os fogos e aproveitar as primeiras horas do ano que apenas começava.
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No Compasso das Estrelas | ⚢
Teen FictionPara uns, Porto Baixo não passava de uma cidadezinha praiana esquecida num canto qualquer da Costa Este e assolada pelas altas temperaturas. Para outros, deveria ser considerado um dos melhores destinos turísticos do país, devido às suas praias de a...
Especial de Fim de Ano
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