CAPÍTULO 1

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  "Antes de ser eu, eu já era problema e traumas, antes de ser eu, eu já era insegurança e auto sabotagem, mais quando me tornei eu, eu fui força, coragem, garra, esses dois lados se chocaram e finalmente eu me fiz eu, como sou hoje Amélia Monteiro para uns amiga, companheira engraçada, mais para outros indesejada, uma mala sem alça e para mim sou um monte de nada, um peso morto a muito tempo uma lagarta que entrou no casulo é esqueceu de se transforma em borboleta, ou talvez tenha se transformado mais não conseguiu sair da própria armadilha contra as pessoas indesejadas "

  Isso tudo eu pensei em quanto arrumava a mala para finalmente sair dessa casa, finalmente poder traçar meu próprio caminho, bom não sem antes escutar o quanto eu sou ingrata ou o quanto eu sou despreparada para a vida adulta, mesmo eu tendo vivido uma vida adulta desde os meus 12 anos de idade.

  Eu terminei de arrumar minhas coisas e fui dar um tchau para minha mãe, meu pai iria me levar até a casa do meu amigo, um dos idiotas com o qual eu dividiria a casa.

- Tchau mãe...

  Ela me olhou com o olhar de desdém e  nojo que eu já vi várias e vezes ao longo dos anos, já doeu mais hoje em dia não doi mais.

- Não faça besteira ou nos vamos parar de pagar o aluguel da casa, eu não vou estar pagando pra você está só brincando de viver.

  Essa seria a despedida mais "calorosa" que eu teria dela, e isso não me afetava nem importava mais, não quando eu já havia suportado tanto, não quando eu estava a caminho da minha liberdade, dei um abraço apertado em minha irmã Maya com uma promessa de levá-la pra me visitar em algums finais de semana. Pegamos Lian no caminho ( ele também moraria comigo ) e finalmente fomos pra casa de Rick um negro alto com cabelos cacheados, olhos castanhos escuros boca marcada, uma barba rala ele não fazia academia mais tinha um físico invejavel.

   Nós mudamos os planos de ir direto para nossa nova casa ficamos na casa de Rick por que já era tarde, e estávamos com fome.

   Esse atraso todo foi causado por Lian que quando eu e meu pai fomos buscá-lo estava arrumando o cabelo, Lian era baixo, cabelo cacheado preto, tinha olhos castanhos claro, negro é magro e tinha sérios problemas com perfeccionismo com relação ao cabelo. Me despedi do meu pai com um simples "tome cuidado" com um olhar de avaliação e talvez um pouco de preocupação.

  Depois do almoço tomamos banho e fomos pra rodoviária, depois de uma viajem de quase duas horas descemos na nossa casa, olhei para meus dois amigos parte da minha família e sorri, o sorriso mais sincero e espontâneo que já deu nesses últimos anos, continuei com o sorriso no rosto quando nos abraçamos e entramos na casa, tudo havia ficado lindo tava a nossa cara, cada um foi pro seu próprio quarto.

  Quando entrei no meu quarto sozinha eu chorei, chorei muito eu me permite chorar por tudo que passei pra chegar até aqui, chorei por cada coisa que eu tinha superado com muita dificuldade, chorei por cada vez que morri e tive que ressuscitar, chorei por tudo que já havia escutado de ruim e depois de chorar e chorar um peso enorme tinha saído das minhas costas, parecia que eu tinha me renovado, olhei ao redor do quarto era a minha cara, cada parede tinha uma pintura e significados diferentes, era um sonho mais não era o meu comodo preferido da casa.

   Não quando tinha uma biblioteca de pequeno porte com pufs e almofadas sobre um tapete felpudo com paredes isolantes de som ou seja nenhum barulho de fora entrava e nenhum barulho de dentro saia, era perfeito o espaço era ótimo tinha três prateleiras de livros e ainda cabia mais... E eu colocaria mais livros ali com certeza, comprei uma caixinha de som especialmente para aquele cômodo, eu gostava de ler escutando música finalmente eu estava vivendo a vida que eu sempre quis, fui pra sala afim de assistir algo chamei os dois lindos pra ver se não tinham morrido por aí, o primeiro a vir foi Rick.

The Secret Of Orange Eyes Onde histórias criam vida. Descubra agora