Sendo forte, você foi até a rocha e agachou em frente à ela. Seus dedos alisaram levemente as letras, desejando que fosse o rosto dela. Em volta da rocha continham alguns objetos deixados e sendo sincera, aquilo deixou seu coração ainda mais amolecido. 

Então sua mão foi para o seu pescoço onde você retirou um colar seu, o colar que ganhou quando ainda era menina. Era uma peça muito importante para você e que seria ainda mais significativa estando ali. 

– Eu só queria dizer… que eu sinto muito a sua falta. – você disse e tentou sorrir, porém se tornou um choro silencioso. – Eu queria que você visse o que eu ajudei a fazer. Formamos uma equipe diferente, mas conseguimos trabalhar juntos, eu acho. Você estava certa, eu sempre estaria aqui para eles. E… onde quer que você esteja, eu vou sempre te amar, sua teimosa. 

Prestes a se levantar você ouviu passos de som crocante de folhas secas e amarelas. De loslaio você olhou para o lado e distinguiu a silhueta de Yelena Belova. Os cabelos dourados estavam livres, enquanto ela vestia um casaco amarelado. 

– Por que fez isso? 

– Você merece ter acesso a um pedaço dela que eu tenho. – Belova respondeu, se aproximando até estar ao seu lado. – Eu venho aqui as vezes para conversar, dizer como anda minha vida. 

– Obrigada. – você disse e se levantou para encara-la a altura. 

Yelena te encarou de volta, parecendo ter milhares de perguntas sobre sua relação com a Vingadora.

– Como… como vocês eram próximas? 

– Ela foi minha mentora dentro da equipe. Depois do Tony, foi a primeira pessoa a me acolher, o que foi estranho porque Natasha não adotaria alguém  desse jeito. 

– É, não adotaria. 

– Eu me lembro de quando saímos na minha primeira missão. Estava desnorteada como nunca e com medo de morrer, mas há todo momento ela dava conta dos vilões e ao mesmo tempo guardava minhas costas... e depois disso eu não tive mais medo, porque eu sabia que ela estaria ali para mim. – você sorriu com a lembrança. – Quero dizer, ninguém era igual a ela. 

Acenando com a cabeça, ela concordou contigo. 

– Quando nos encontramos pela última vez ela falava de você. Falava que tinha adotado uma garota insegura, mas com o coração mais lindo que ela já viu. Ela também amava você, Sn. – a loira contou te deixando com um sorriso triste, porém bobo. – Obrigada por cuidar dela quando eu não estive. 

– Acho que você sabe que foi ao contrário, né? 

Yelena concordou, pondo as mãos nos bolsos do casaco. Vocês pararam uma ao lado da outra, enquanto encaravam o céu alaranjado da tarde. O vento soprava sobre seus cabelos, enquanto o silêncio se tornou pacífico. Totalmente diferente de dois dias atrás, onde a Viúva queria a sua cabeça. Ao menos agora ambas podiam ser maduras o suficiente para não alimentarem magoas pelo ocorrido. 

– Seu rosto, dói? – ela evitou te olhar ao dizer, sentindo um pouco de culpa. Mas sua cabeça balançou em negativo a deixando mais tranquila. 

– Devia pesquisar melhor sobre a pessoa que você iria matar. – você debochou, a fazendo revirar levemente os olhos. 

As folhas do solo foram sendo varridas conforme o vento ganhava intensidade, e você implorou mentalmente para que ambas as dores fossem junto daquela brisa. 

– Não é uma competição, mas… eu tenho um colar que ela nunca tirava do pescoço. – a mulher falou, sem desviar o olhar do horizonte e você prendeu um riso entrando no jogo saudável dela. 

– Claro que não é uma competição. – você disse franzindo as sobrancelhas para a loira, achando aquilo um absurdo. – Mas ela quem me deu meu primeiro uniforme heróico. 

– Oh… isso, isso é muito legal. 

– É sim.

– Eu ia dizer que passamos parte da infância juntas, mas isso você já sabe. – ela disse como se não fosse importante, mas era muito. Alguns segundos se passaram e você ficou sem palavras. 

– É, com isso não dá para competir. 

Suas sobrancelhas se franziram outra vez com a fala dela. Quem possuía um colar que Natasha nunca retirava do pescoço era você, o mesmo com o pingente de uma flecha prateada. Mas devido ao momento de descontração, você sorriu da tentativa dela em provocar ciúmes.

De longe você avistou Bucky Barnes sair do banco do passageiro de seu carro e se lembrou que o homem tinha vindo junto. Com as mãos nos bolsos ele pairou na lateral do carro, demonstrando esperar por você. Então você acenou com a mão direita para demonstrar que logo iria encontra-lo.

De repente, ao encarar Yelena outra vez você notou que ela já te olhava com confusa. 

– O que foi? 

– Sério, um Soldado Invernal? – ela questionou, apontando levemente a mão para ele. 

– Ex-Soldado Invernal. – você corrigiu e saiu do lado dela, começando a caminhar até o carro. 

– Está bem, tem gosto para tudo. – Yelena resmungou. 

Caminhando, você deu uma pausa e se virou para mostrar o dedo do meio a ela. Yelena deu um pequeno sorriso, te fazendo pensar o quão bem ela fica sorrindo. 

A loira ficou parada observando você de longe, sentindo uma coisa que nunca sentiu antes. Algum tipo de vínculo futuro com sua pessoa, embora ambas nem se quer se conhecessem. 

Mas talvez, no futuro seus caminhos voltariam a se encontrar graças aquela ruiva corajosa. 

– Isso é o que eu chamo de apoio. – você comentou chegando perto de Bucky.

– Chame do que quiser. Apoio, proteção... a escolha é sua.

– Fico com o apoio. – disse e deu uma rápida olhada em Yelena.

Proteção, embora fosse lindo da parte dele, naquele momento não era necessário. Yelena deixou de ser sua inimiga mais rápido do que imaginou. Tudo estava bem.

Ele abriu a porta do carro para você e depois assumiu o banco do motorista, diferente da chegada. Antes de dar partida, você olhou para baixo e viu a mão enluvada dele estendida. Você pegou e cruzou os dedos nos dele sentindo o seu coração se aquecer.

Depois do encontro super informal, porém fantástico, as coisas estavam evoluindo entre ambos. E o tempo, era o maior ajudante no processo. De desconhecidos trocadores de farpas, para talvez amantes.

Mais uma vez, o tempo que decidiria isso.

– Mas... que lugar é esse exatamente? – Bucky perguntou olhando em seus olhos.

– Uma lembrança. – você disse e olhou pela janela observando e absorvendo tudo o que o local te transmitia.




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