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     2 semanas. Era esse o tempo que havia se passado desde que Beomgyu fez a prova decisiva de seu curso, e também era o tempo que ele não saia de casa, somente para ir a Universidade. Tirando isso, mal ousava colocar os pés para fora do quarto. Estava psicologicamente destruído, as coisas haviam acontecido rapidamente. Seu término com Yeonjun, que nem sabia se podia chamar de término, afinal, não tinham um relacionamento concret; sua prova, que tinha total certeza que havia ido extremamente mal; seu melhor amigo sofrendo pela ex-namorada, e Beomgyu, como um bom amigo, tendo de consolá-lo, esforçando-se ao máximo para não deixar suas cicatrizes à mostra. Com tudo ocorrendo ao mesmo tempo, a mente de Beomgyu estava a mil, e ele só tinha vontade de sumir daquele mundo.

     Seu quarto estaria uma total escuridão, se não fosse pelas pequenas frestas de luz passando pelos lados em que as cortinas grossas não cobriam. Seu quarto completamente bagunçado e sujo, assim como sua cama, que inclusive, era nela que ele estava, coberto até o pescoço pela coberta já amassada e sentado em posição fetal, enquanto apenas esperava o tempo passar.

     Não lembrava a quanto tempo não saia do quarto, ou que não via sabor na comida, ou então que não sentia o alívio ao tomar banho. Nada mais o agradava, mas não conseguia chorar. Não tinha mais o quê chorar. Ou, pelo menos, era o que pensava.

     Seu celular, já no silencioso, cheio de mensagens não visualizadas e chamadas perdidas. Tinha certeza de que HueningKai estava desesperado; Soobin, preocupado, mas o que poderia fazer se estava se sentindo… vazio? 

     Seu mundo parecia cinza, e isso o entristecia tanto. Sempre teve tanto amor e zelo à vida, contudo, depois dos recentes acontecimentos, questionava-se sobre ela, e se era realmente necessária a sua existência.

     Naquele momento, percebendo os pensamentos que estava tendo, sentiu a primeira de muitas lágrimas transbordar de seu olho direito, não entendendo de onde havia tirado forças para chorar.

     Sua madeixas, já não tão arrumadas, foram ainda mais bagunçadas — assim como todo o psicológico de Beomgyu se encontrava até o momento. Sua cabeça estava um caos, e só queria um momento longe de tudo o de todos para respirar fundo e colocar tudo no lugar.

     — Vai ficar tudo bem. — disse, abraçando seu tronco enquanto soluçava baixinho. — Você sempre diz isso, não é? Acredite pelo menos por um instante em suas palavras.

     Deixou que suas costas arrastassem pela parede, até que estivesse deitado na cama, de conchinha, com as mãos no peito enquanto chorava em silêncio. Queria pensar que aquilo era passageiro, que logo melhoraria, só que estava tão difícil manter esse exemplo de pensamento.

     Depois de minutos ali, sentia-se definhando, então, decidiu levantar-se do local e tomar um banho gelado. Podia estar frio durante aquele dia chuvoso, mas somente banhos gelados faziam Beomgyu acordar. E durante o banho, ele pensou no quão bom era poder tomar banho, estudar em uma Universidade renomada da Coréia do Sul, ter um emprego, mesmo que simples. Notas não definiam a sua capacidade, um pé na bunda não o faria cair e não podia tomar a dor dos outros para si. E então, lembrou-se de seu irmão, e de como ele devia estar preocupado consigo. Com esse lembrete em sua mente, andou para fora do banheiro e seguiu em direção ao seu guarda-roupa, pegando um casaco e uma calça moletom. 

     Após vestir-se, arrumou minimamente seu cabelo e parou alguns instantes para admirar-se no espelho. Não podia negar, estava acabado, mas logo lembrou que sim, tempos melhores viriam. 

     Saiu de seu quarto e seguiu até a cozinha, pegando um copo e indo até a geladeira, abrindo-a e pegando de lá uma jarra cheia de seu suco favorito: Maracujá. Preencheu o compartimento de vidro com o líquido amarelado, e voltou com a jarra para o seu local anterior, fechando logo a porta do eletrodoméstico e direcionando-se até a sala, sentando-se no sofá de dois lugares e bebericando o suco.

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