Nocaute.

Decisões

Oii obrigado por não terem desistido de nós, perdão pela demora

...........
.............................

Olhou o relógio que ficava na parede da cozinha e nem precisava fazer isso, o crepúsculo que se desenhava no céu denunciava o tempo que Hinata passou dormindo.
Hesitante, parou na soleira da porta do quarto onde Hinata estava, verificando se a amiga ainda dormia. E constatando que sim, retornou a cozinha para terminar de fazer o chá que preparava para a morena.
Na beira do fogão, olhava fixamente a água, esperando até que ela começasse a borbulhar.
Até que o barulho da campainha a despertou, mas não a surpreendeu. A chegada de Ino e Temari já era aguardada por Sakura.
— Sempre pontuais. — Sakura disse ao abrir a porta e dando passagem para às duas. — Estou fazendo chá, querem?
— Bom, trouxe uma coisa bem melhor! — da sacola que carregava, Ino tirou uma garrafa de uísque — Vai muito bem em momentos como esse.
Sakura a repreendeu com o olhar, mas Ino apenas deu de ombros.
— Onde está ela? — Temari perguntou, sentando-se no sofá.
— Não se levantou o dia todo. 
Se entreolharam com ar de preocupação. Temari, ponderou se entrava naquele quarto e acordava Hinata ou deixava ela dormir.
— Por hora, irei ser condescendente. Deixarei ela chorar o que tem para chorar.
— Bom, já que iremos esperar ela acordar… que tal irmos tomando algumas doses de uísque? — Ino perguntou, se jogando no sofá ao lado de Temari.
— A única que precisa encher a cara aqui, é a Hinata. Então vamos esperar ela acordar.
Sakura, que estava de braços cruzados, rindo da cara de Ino, lembrou-se da água do chá e correu para a cozinha.
Enquanto isso, Ino retirou os doces e pacotes de salgadinhos das sacolas com a ajuda de Temari. Ajeitaram tudo em cima da mesa de centro da sala, jogaram as almofadas do sofá no chão e se ajeitaram ali.
Era como faziam, quando mais jovens. Se reuniam quase todos os finais de semana e jogavam conversa fora. E apesar de o cenário não ser um dos melhores, às três estavam convictas que tudo daria certo.
— Vamos assistir um filme? — Ino, propôs se esticando no chão da sala, da maneira mais confortável que conseguiu.
— Tanto faz, você mais fala que assiste ao filme. Sempre foi assim. Liga a tv só para servir de trilha sonora enquanto você disserta.
— Sobre isso, não posso e nem quero discordar. 
Às duas se entreolharam em silêncio. Então puderam escutar um ruído quase inaudível vindo do quarto que deveria ser do Naruto.
Murmúrios e soluços abafados fizeram com que as duas se levantassem e adentrassem o quarto escuro e frio.
Apenas a meia luz do abajur iluminava o corpo pequeno e esguio de Hinata, que estava sentada e encolhida em cima da cama.
Quando a morena ergueu a face ruborizada e molhada pelas lágrimas, encontrou dois pares de olhos atentos, a observar em silêncio.
Elas pararam na beira da cama, Ino a encarou meigamente. Quase pulando em cima dela para abraçá-la, mas a loira pareceu vacilar.
— Estão a quanto tempo paradas aí? — Perguntou fungando e limpando o rosto.
— Desde a hora que começou a sair meleca do seu nariz. — Temari respondeu.
Hinata esboçou um sorriso pequeno, pedindo para que elas se aproximassem, com um aceno de mão.
— O Naruto… ele… ele disse que me ama… mas ele me deixou.
Seu olhar vagou pelos cômodos do quarto, e em sua mente ecoavam as palavras de Naruto. 
— Ele deu entrada no pedido de divórcio e até já assinou os papéis.
Sua voz soou como um lamento. Naruto jogou todas aquelas informações de uma vez e nem deu tempo para ela absorver tudo.9
Ino se sentou na cama e ofereceu colo para Hinata, que sem pestanejar, aceitou. 
Contou tudo o que aconteceu. Horas com raiva, horas chorando, constatando que tudo o que havia acontecido, foi causado por uma série de mal entendidos. 
Sakura entrou no quarto com uma xícara de chá que havia preparado para Hinata. 
— Fiz para você. — Sakura sorriu e ofereceu o chá para Hinata.
— Obrigada. — Hinata murmurou, tomou um pouco do líquido quente. — Está muito gostoso Sakura, mas será que não tem nada mais forte por aí?
Às quatro se entreolharam e caíram na risada.
— Me sinto como uma adolescente. Não queria ter preocupado tanto vocês. Casais se divorciando tem aos montes por aí. E agora eu entrarei para a estatística.
— Você vai aceitar? — Ino perguntou se levantando da cama — É isso o que você quer?
— E importa o que eu quero, se ele já assinou os papéis? 
— Olha, vamos conversar sobre isso lá na sala. Você perguntou se tinha algo mais forte, não foi? Temos uísque. — Temari se levantou da cama, puxando Hinata pelos braços — Viemos aqui para te ajudar e meu primeiro conselho é que você vá tomar um banho. Vamos, vamos… se apresse. Quero saber tudo o que o Naruto te disse. 
Apesar dos pesares, Hinata conseguiu rir aquela noite. As meninas não deixaram ela sozinha em nenhum momento. E Hinata descontou toda toda sua tristeza no álcool, o que a fez lembrar de como Naruto cuidou dela pela manhã daquele mesmo dia.
Mas agora ele já não estava lá