Two

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Já é noite e a mulher que descobrir ser tia de Thomas. Tia Polly como é chamada por todos, me trouxe pra casa do meu pai. Na verdade está mais pra uma mansão, ela fez questão de arrumar um dos muitos quartos pra que eu ficasse. Passamos a tarde toda arrumando minhas roupas no guarda roupa, ela me disse que eu tenho uma tia chamada Ada. E com certeza iremos ser amigas, ela me falou tudo sobre a família Shelby. Arthur é o mais velho, porém não faz jus a primogenitura. Sendo Thomas o chefe da família e não ele, John é o mais novo seguido de Ada e Finn. Finn é dois anos mais velho que eu, estou nervosa para conhecer todos eles. E principalmente meu pai, ele é um porre. Espero que tenhamos uma convivência razoável.

– Querida eu preciso ir, tenho que aprontar o jantar de Michael. Tudo bem pra você, ou precisa de alguma coisa? – Tia Polly diz, muito solícita e isso me lembra mamãe.

– Não tia, pode ir tranquila. Muito obrigada por me receber tão bem. – Digo sincera.

– Pode contar comigo Samantha, sei como é difícil o luto. – Polly diz afetuosa.

Logo tia Polly foi embora e eu me encontro sozinha nesse casarão. Sozinha entre aspas, tem os empregados. Nada do Thomas chegar. Resolvo tomar um banho e ir descansar. Estou exausta, noite passada não dormi nada pois estava ansiosa. Me dirijo ao guarda roupa e separo uma muda de roupa, dessa vez uma roupa bem grossa. O frío em Birmingham está intenso, tomo um banho e me visto. Me enterro no meio das cobertas e logo adormeço.

Algum tempo depois eu acordo com um barulho vindo do andar de baixo. Levanto da cama e visto o roupão quente e desço as escadas na ponta dos pés. Ouço a voz de Thomas ecoando pelo ambiente, sigo para sala e ao chegar lá. Me arrependo imediatamente, há um corpo no chão envolto de uma poça vermelha. Essa não, isso é sangue. O barulho que me acordou foi um tiro vindo da pistola nas mãos de meu pai.

– Bem vinda a família. – Thomas me encara com um sorriso diabólico na face. Seu rosto tem vestígios de sangue do homem morto aos seus pés, e ele segura a pistola com um sorriso sádico.

Meu estômago embrulha e sinto uma vontade absurda de vomitar. Numa fração de segundo estou na minha cama de novo, corro para o banheiro e coloco pra fora todo o jantar.

Malditos pesadelos

Desde que mamãe morreu, tenho tido pesadelos terríveis. Onde vejo ela, em situações completamente perturbadoras e agora mais essa! Talvez um copo de leite ajude. Desço as escadas com um certo pavor, que idéia! Até parece que meu pai seria tão psicopata a esse nível, ou será que sim? Corro pra cozinha e vejo que a casa está completamente silenciosa. Acendo a luz e vou em busca de leite.

Sirvo um copo e esquento o mesmo no fogão. Pego um pouco de açúcar no armário de cima, ou pelo menos tento. É muito alto e eu sou uma adolescente em fase de crescimento!

– Mas que merda. – Amaldiçoou o armário por ser tão alto

– Ainda acordada Samantha. – Pulo de susto com a aparição repentina de Thomas na cozinha. De onde ele veio?

– Insônia. – Digo baixo.

– Quantos anos você tem mesmo? – Ele pergunta me entregando o pote de açúcar.

– Quinze. – Respondo completamente sem graça, não sei como agir. Nunca tive uma presença paterna antes.

– Amanhã você irá a escola. Meus dois homens mais competentes irão fazer a sua segurança. – Thomas diz acendendo um cigarro.

– Tudo bem. Espero não ser massacrada por ser sua filha. – Digo revirando os olhos.

– Quem ousar dirigir uma palavra errada a você sofrerá graves consequências. – Ele diz soprando a fumaça em minha direção. E eu? Com minha rinite alérgica começo a tossir.

By order of my daddy/ Tommy Shelby  Where stories live. Discover now