21 - CALMARIA ANTES DA TEMPESTADE

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Preciso admitir que não tinha a mesma magia ver Ian se arrumar para nosso encontro.

Havia uma magia completamente diferente em vê-lo vestir cada peça de roupa. Ver seu corpo apenas com a cueca, lindo em cada detalhe, depois vê-lo escolher quais as peças que ele ia usar unicamente para mim. Vi ele vestindo a calça jeans escura, depois colocando uma camisa vinho com pequenos detalhes em preto. Vi ele abotoar cada botão. Ah, como era sensual vê-lo fazer aquilo.

Caminhei até ele lentamente e parei bem na sua frente.

- Você é lindo, sabia? – Segurei sua mão quando ele estava prestes a abotoar o penúltimo botão e deixei parte de seu peitoral visível. Levei sua mão até meus lábios e a beijei. – As vezes ainda parece mentira.

- Todos os dias eu agradeço a Deus pela sorte que temos – Ian disse. A mão que eu havia acabado de beijar desceu um pouco e Ian segurou meu queixo, fixando os olhos aos meus. Ele uniu nossas bocas em um beijo simples e singelo, apenas uma doce união dos lábios. Ele sorriu, nossas bocas ainda grudadas.

- A gente precisa mesmo ir ao parque? – falei contra seus lábios. Ele deu uma risada grossa que reverberou por toda minha cabeça.

- Claro que precisamos. Depois a gente faz a nossa festa particular – Ian respondeu. – Vai se arrumar, rápido – ele disse, um tapa estralando contra a minha bunda.

- Bem que eles avisam, "dê dinheiro, mas não dê intimidade" – cantarolei brincando enquanto ia para o banheiro começar a me arrumar. Eu não tinha uma ampla variedade de roupas para usar, então acabei usando a mesma roupa que havia usado na festa da faculdade na semana anterior.

Quando sai do banheiro após me arrumar, Ian já estava pronto há alguns minutos e usava uma jaqueta de couro sobre a camisa roxa.

- Uau. Você está tentadoramente parecido com o mascarado que me salvou algumas vezes. – Suspirei.

- Mascarado? Que história é essa? – Ian perguntou vindo em minha direção. O cheiro do seu perfume já pairava pelo quarto. Minha vontade era encapsular um pouquinho e poder carregar seu cheiro comigo para todos os lugares.

Ele me puxou de encontro a ele e eu ergui minha cabeça para poder ver seus olhos e seu nariz e sua boca e tudo.

- Um cara sexy de máscara e roupa preta que costuma aparecer para me salvar. Quase o Batman.

- Hmmm... Quer dizer que você tem um Batman particular? Vou ficar com ciúmes – Ian beijou a ponte do meu nariz, onde ele se unia com a testa.

- Não precisa. Meu coração tem espaço para os dois. – Dei um beijo em seu queixo liso, depois um em seu pescoço.

- Se continuar, vamos ter que esperar pelo menos mais cinco minutos para sair – Ian falou baixinho. Entendi rapidamente o motivo lá embaixo.

Nos separamos por um segundo, mas parecia haver alguma coisa nos envolvendo, como se cordas invisíveis nos unissem um ao outro. Era tão difícil tirar as mãos dele.

- Lixo. Vasilhas. Casa. Bagunça. Meleca. Banheiro sujo – Comecei a falar. Ian me olhou como se eu de repente tivesse ficado completamente louco.

- Devo me preocupar?

- Só estou falando coisas aleatórias para a gente... – Apontei para baixo em nossos corpos. Ian riu.

- Romeu Vidal – falei de repente. Ian parou de rir e pareceu ter chupado um enorme limão azedo.

- Não tem nada mais broxante que isso.

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